Pe. Zezinho*
Imagem da Internet
Vivemos a era do pré e do pós conceito, porque o conceito desapareceu. Compramos o alimento pré cozido, recebemos a notícia pré selecionada e pré comentada; aceitamos os dogmas do pregador e não das Igrejas e não elaboramos mais nada.
Caímos na preguiça mental, da qual falava Chesterton no livro Ortodoxia, no capítulo: “O suicídio do pensamento”. É como se alguém mastigasse e arrotasse ou defecasse a seguir, sem tempo de digerir e aproveitar o que mastigou. É a síndrome do gafanhoto.
O conceito nos ajudaria a assimilar o imediatismo da mídia e a urgentização produzida pelo marketing de tudo, inclusive da fé. Mas na era do pré-conceito não nos dão tempo de elaborar conceitos. Poucos tomam tempo para assimilar, comparar, relacionar e analisar. Abdicaram de pensar. A grande maioria aceita e opina sem ter refletido.
Vivemos de pré-conceito e pós conceito, mas o conceito foi suprimido. É proibido ter opinião elaborada, num mundo onde todos opinam sem primeiro pensar. A isto chamam de “politicamente correto”. Mas é medo de pensar e expressar o pensamento. Mesmo que discorde e pense diferente, o entrevistado diz que não tem nada contra porque seria discriminado e silenciado.
Na verdade e a proposta é “discorde apenas do que é permitido discordar”. “quanto ao resto, se for polêmico, diga que não tem nada contra, mesmo que tenha”. “Saia-se bem discordando de tudo o que os donos da situação discordam e concordando com tudo o que os donos da situação defendem” “Abdique de pensar e de opinar e sobreviva”.
Comunicar deveria ser outra coisa. Jesus morreu porque ousou discordar. Se apenas orasse não teria sido morto. Mas discordou dos donos da situação. Hoje na mídia e nos governos quem elogia e concorda tem espaço. Quem discorda é afastado ou excluído. Mas foi Jesus quem disse que a verdade nos libertaria.
Concordar sempre e em tudo é submissão e subserviência. Discordar sempre e em tudo é insolência. Concordar e discordar com critério e sinal de maturidade. Quantos conseguem esta franqueza?
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* Pe. Jose Fernandes de Oliveira, Sacerdote Dehoniano, missionário. Professor de comunicação, pregador, escritor, compositor, radialista, produtor e diretor de televisão, colunista de jornal, compositor, conferencista, orientador de jovens e artistas cristãos, descobridor de talentos, criador de métodos de comunicação na Igreja Católica, teórico e pesquisador de comunicação religiosa.
Fonte: http://www.padrezezinhoscj.com/novosite - Acesso 07/06/2011
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