Nos cinemas passou um filme
intitulado The Way ( O Caminho) – no qual um dos protagonistas é um ator muito
conhecido, Martin Sheen. Talvez o tenhais visto.
Ele interpreta a parte de um pai,
cujo filho que se tinha afastado morre enquanto percorria o caminho de Santiago
de Compostela na Espanha. O pai angustiado decide terminar a peregrinação no
lugar do filho perdido. Ele é o ícone de um homem secular: satisfeito consigo,
que despreza Deus e a religião, que se define um ‘ex-católico’, cínico em relação à fé... mas,
apesar de tudo, incapaz de negar que há dentro de si um interesse irreprimível
de conhecer o além, uma sede de algo mais – aliás, um alguém mais – que cresce
nele ao longo do caminho.
(...)
Quando era seminarista no Colégio
Norte-Americano todos os estudantes de teologia do primeiro ano de todos os
ateneus romanos foram convidados para uma missa celebrada pelo prefeito da
Congregação para o Clero, o cardeal John Wright. Esperávamos uma homília
cerebral. Mas ele começou pedindo-nos: “Seminaristas, fazei a mim e à Igreja um
favor: quando caminhardes pelas ruas de Roma, sorride!”. (...) “A alegria é o sinal infalível da
presença de Deus”, afirma Leon Bloy. Quando me tornei arcebispo de Nova Iorque
um sacerdote disse-me: “Seria melhor que deixasses de sorrir quando andas pelas
ruas de Manhattan ou acabarás por ser preso!”.
Um doente em fase terminal de
AIDs na casa Dom da Paz guiada pelas missionárias da Caridade, na arquidiocese
de Washington do cardeal Donald Wuerl, pediu o batismo. Quando o sacerdote lhe
pediu uma expressão de fé ele murmurou: “só sei que sou infeliz, e as irmãs, ao
contrário, são muito felizes mesmo quando as insulto e lhes cuspo. Ontem
finalmente perguntei-lhes o motivo da sua felicidade. Elas responderam-me: “Jesus”. Eu quero este Jesus assim também eu posso ser
feliz”. Um autêntico ato de fé, não é? A nova evangelização faz-se com o
sorriso, não com o rosto carrancudo.
(...)
Em Nova Iorque até o coração do
mais convicto laicista se enternece quando visita uma das nossas escolas
católicas da cidade. Quando um dos nossos benfeitores, que se definia
agnóstico, perguntou à irmã Michelle por que motivo, com a sua idade e com as
dores de artrite que tinha nos joelhos, continuava a trabalhar numa escola
bonita mas bastante trabalhosa, ela respondeu: “Porque Deus me ama e eu amo-o e
quero que estas crianças descubram este amor”.
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Fonte: Trechos do discurso do
arcebispo D. Timothy Michael Dolan, de Nova Iorque , em 17 de fevereiro de
2012, no dia de oração e reflexão para os membros do Colégio cardinalício e
para os novos cardeais por ocasião do consitório do dia 18.
Digitado do L’Osservatore Romano,
N º 8 – 25 de fevereiro de 2012, pp.10/11
Imagem da Internet
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