terça-feira, 30 de agosto de 2011

3 poemas de Yves Namur

Uma voz
ergueu-se das cavidades do Inverno,
doce e leve
como a palavra sem peso
que vinha da tua boca.
Uma voz terá assim regressado
para perturbar o canto
e
a única pergunta
que ainda se não ousava fazer
às aves da alma.

**

Aquele que entreabre a boca
por um instante que seja,
esse estará talvez esquecido de
que o seu corpo é todo ele feito de aves,
àrvores voadoras e constelações de fogo.

E que desta maneira e pouco a pouco
se esvaziará disso,
de tudo isso.
**

Será o poema essa coisa ínfima
que rodeia o corpo e a ausência?
Essa parte ínfima
que arde
e sempre está a arder
na rosa insuspeitada?

 
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* Poeta agnóstico francês.
Publicada por Happy and Bleeding em 23

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