Algumas pessoas simplesmente não querem ter filhos (Foto: ou.org)
Comumente chamadas de egoístas, as pessoas sem filhos são alvo de um preconceito escancarado e injusto
As pessoas costumam ter pensamentos preconceituosos sobre raça,
gênero e sexualidade, mas costumam guardar isso para si, não expressando
abertamente. Nas redes sociais, os anônimos conseguem difundir esse
ódio sem temer as consequências. No entanto, há um preconceito
amplamente difundido e que não é escondido da mesma forma. Basta
perguntar para alguém que não tem filhos.
“Não ter crianças é uma escolha egoísta”, disse uma vez o Papa
Francisco. Outros dizem que aqueles que não são pais falham ao não
produzir trabalhadores que vão pagar por suas aposentadorias. “Ele fala
sobre futuro, mas não tem filhos”, atacou Jean-Marie Le Pen contra
Emmanuel Macron. Apesar de Macron ter virado o presidente da França, os
eleitores concordaram silenciosamente com a afirmação.
Em muitos países ricos, entre 15% e 20% das mulheres e uma proporção
um pouco maior dos homens não vão ter filhos. Entre os motivos estão
problemas médicos, não encontrar a pessoa certa a tempo ou simplesmente
não querer ter filhos.
Apesar de comumente serem chamadas de egoístas, as pessoas que não
têm filhos são mais propensas a criar obras de caridade do que pessoas
com filhos, além de gastar mais dinheiro em boas causas.
Cinco dos sete países do G7 são liderados por pessoas sem filhos:
Emmanuel Macron (França), Theresa May (Reino Unido), Angela Merkel
(Alemanha), Shinzo Abe (Japão) e Paolo Gentiloni (Itália).
Aqueles que não têm filhos realmente pressionam o sistema de
aposentadorias. Consequentemente, os governos precisam tomar medidas
impopulares como reduzir as pensões pagas, como o Japão vem fazendo, ou
aceitar mais imigrantes, como alguns países ocidentais.
No entanto, para sustentar as aposentadorias em longo prazo não há a
necessidade de mais pais. O que realmente é necessário é mais bebês. É
possível combinar uma alta taxa de pessoas sem filhos com uma alta taxa
de natalidade, basta permitir que pessoas possam ter mais de um ou dois
filhos. Este era o padrão em vários países ocidentais no século passado.
Aqueles que não têm filhos também deixam sua marca na arte. Em
setembro, Jane Austen vai estampar as notas de 10 libras. A decisão foi
controversa, apesar de não ser clara. Poucas pessoas escreveram tão bem
sobre dinheiro e família, mesmo sem nunca ter casado ou tido filhos.
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Tradução: http://opiniaoenoticia.com.br/economia/em-defesa-dos-sem-filhos/
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