Por Isaias Costa*
O verbo permanecer é, a meu ver, um dos verbos mais potentes da língua portuguesa. Algo que permanece é algo que se preserva com o passar do tempo, é algo que mesmo com as circunstâncias adversas, consegue seguir e não sucumbir. O verbo permanecer está de certa forma conectado a algo que tem força, que tem raízes, que tem vitalidade…
Lendo as palavras do grande psicoteraputa Bert Hellinger, fiquei um tempo refletindo sobre isso e venho nesse breve texto compartilhar a visão dele e trazer alguns insights bacanas!
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Permanecer no amor significa que tudo é
amado da maneira como é, e que tudo é incluído na alma da maneira como
é. Significa que concordamos com tudo como é e que amamos tudo como é,
exatamente como é. Significa também que concordamos com a vida do jeito
que ela é, exatamente como é: com a própria vida como ela é, com a vida
alheia como ela é e com a criação, exatamente como é.
A luta também
faz parte dessa vida. A vida de uma disputa o lugar com a vida do outro.
Se permanecermos no amor, então também amamos isso: os opostos, a luta,
a vitória e o fracasso, viver e morrer, os vivos e os mortos, o passado
assim como foi, o futuro da maneira que vier, exatamente como vier.
Nesse amor somos amplos e encontramo-nos em sintonia e acordo com tudo.
Este
amor é a entrega ao todo. É a religião em sua essência. Neste amor
somos plenos, serenos, podemos assistir a como tudo se desdobra, estamos
entregues ao próprio destino e respeitamos o destino do outro e o
destino do mundo. Estar entregue ao todo dessa maneira significa
permanecer no amor.
Bert Hellinger
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É muito linda e profunda a maneira que ele enxerga o permanecer no amor. Só de ler essas palavras eu senti uma paz, uma leveza e uma tranquilidade imensa. É como se ele nos mostrasse que não precisamos carregar tantos pesos desnecessários. É trabalhar a aceitação! Lembrando que aceitação não tem absolutamente nada a ver com conformismo!
Faço questão de levantar esse ponto, porque um leitor desavisado pode pensar: “Ué? Mas se eu aceitar as coisas tais como elas são eu não terei poder algum para mudar coisa alguma?”. Quem pensa assim se engana redondamente sabia? Porque é exatamente o contrário. Se eu aceito as coisas tais como elas são, eu estou resgatando todo o meu poder pessoal e tirando da mão das outras pessoas o poder sobre mim. Não é interessante isso? Talvez até esse momento você ainda não tenha pensado sobre isso a partir desse ponto de vista!
O que o Bert diz no final é o mais potente de tudo. Ao permanecermos no amor, respeitamos a nós mesmos e respeitamos os outros também. E acima de tudo, não interferimos no destino delas e consequentemente não fazemos grandes desvios no nosso próprio destino!
Quanto mais o tempo passa e eu vou amadurecendo, percebo que grande parte das tranqueiras que atraímos para a nossa vida é porque queremos que as coisas aconteçam do jeito que a nossa mente barulhenta e nosso ego mimado quer que sejam. E logicamente que as coisas decididas pelo ego e pela mente desconectada do coração só podem nos levar a frustrações e mais frustrações…
Como diz aquela velha e famosa frase da música de pagode: “Deixa acontecer naturalmente…”. O que o Bert nos ensina é a por em prática desde as pequenas coisas esse fluir espontâneo e natural.
Cada vez mais eu venho buscando deixar que as coisas na minha vida aconteçam de forma espontânea e natural!
Quero inclusive abrir esse parênteses em relação aos textos aqui do blog. Esse texto publicado hoje tem um intervalo de alguns meses em relação ao último texto publicado. Comentar isso tem uma relação direta com a ideia desse texto e as palavras do Bert Hellinger.
Nos últimos meses minha rotina foi alterada de forma absurda. Comecei um novo trabalho que está me tomando muitas horas do dia. Dessa forma, é quase humanamente impossível ter tempo e inspiração para escrever textos novos. Inclusive até por conta do trabalho, estou lendo bem menos do que o meu habitual.
Tempos atrás eu me afligiria por não escrever com certa regularidade. Hoje em dia eu faço é rir de mim mesmo quando fico com essa verdadeira “noia” para escrever textos novos! Hoje eu entendo que não preciso disso. Só preciso deixar que as coisas aconteçam naturalmente, como diz a música de pagode!
Assim, posso escrever textos bacanas com reflexões que sei que podem tocar o seu coração como leitor!
Acho isso libertador e pode ser ampliado para as mais diversas áreas da vida. Quero lhe convidar a trazer essas reflexões para o seu próprio contexto de vida…
Eu quero cada vez mais permanecer no amor. Viver de forma leve e serena, seguindo o fluxo dos acontecimentos e acima de tudo, respeitando a vida e o destino de cada pessoa que cruze o meu caminho…
* Bacharel em Física, Mestre em Engenharia Mecânica e Psicanalista Clínico.
Fonte: https://paralemdoagora.wordpress.com/2022/12/26/a-visao-de-bert-hellinger-sobre-permanecer-no-amor/
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