ROBERTO DE OLIVEIRA
da
Reportagem Local
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Eduardo Knapp/Folha Imagem
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Deviso às sementes, fruta é
conhecida como símbolo da fertilidade
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O ritual de retirar caroços de romã (três ou sete) na virada do ano e no
final do ciclo natalino, comê-los, guardar as sementes em partes da casa, ou
mesmo na carteira, representa, na crendice popular, uma receita de
prosperidade, sorte e dinheiro no próximo ano.
"São retirados sete caroços na passagem do ano. Deve-se comer um de cada
vez e guardar as sementes nos quatro cantos da casa. Isso representa, no
folclore nordestino, sorte e saúde durante todo o novo ano que está
começando", diz Mário Souto Maior, 78, pesquisador da Fundação Joaquim
Nabuco, de Recife (PE), e autor de 42 livros sobre tradições nordestinas.
O culto à romã não se limita ao folclore brasileiro. A fruta é símbolo de
prosperidade e de sorte na mitologia grega e até mesmo em algumas religiões.
"A romã é uma das sete frutas pelas quais a terra de Israel foi
abençoada", diz o rabino Henry I. Sobel, presidente do Rabinato da
Congregação Israelita Paulista.
Apesar de não haver nenhuma menção ao consumo de romã na lei judaica, Sobel
afirma que, entre os judeus de origem ocidental, existe o costume de colocar
debaixo do travesseiro sementes da fruta na passagem do Ano Novo judaico, o
Rosh Hashaná, comemorado em setembro.
Para a folclorista Maria do Rosário Tavares de Lima, diretora do Museu do
Folclore do Ibirapuera, em São Paulo, o culto à romã vem dos rituais pagãos
da Antiguidade que se propagaram mesmo com o advento do cristianismo.
"Eram ritos agrários em homenagem às sementes e à fertilidade. Cada
espécie de semente representava um deus ou uma deusa. Esses rituais eram
feitos no plantio para propiciar colheitas fartas", diz.
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Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/agrofolh/fa29129801.htm Acesso, 06/01/2022 reportagem
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