O programa "Study in Europe", mantido pela Comissão Européia, focará este ano o Brasil. Ele será destaque na 10º edição da Expobelta, feira de educação internacional, que acontece em São Paulo entre os dias 27 e 29 de março, e no dia 31, em Belo Horizonte. O evento reunirá representantes de instituições de ensino de 30 países.
Criado em 2007, o programa tem o objetivo de incentivar estudantes estrangeiros a realizarem cursos em universidades do "velho continente". O consultor sênior do programa, Mark Rogerson, estará no país esta semana para participar da Expobelta. Antes da viagem, concedeu entrevista ao Valor, de Londres. A seguir leia trechos dela:
Valor: Como funciona o programa "Study in Europe"?
Mark Rogerson: Trata-se de um projeto da Comissão Européia para tornar mais viável o acesso de estudantes estrangeiros ao ensino europeu. O coração do programa é o nosso website (www.study-in-europe.org). É onde os interessados podem começar sua busca. Ele reúne informações sobre 32 países, quais as bolsas de estudo e empréstimos disponíveis e dá orientações de como obter o visto em cada lugar. É uma forma que encontramos para dar visibilidade ao que existe na região.
Valor: Po que o Brasil foi escolhido como alvo da divulgação do programa este ano?
Rogerson: Escolhemos o Brasil porque ele é um dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China). É um país que se tornou muito importante economicamente nos últimos anos. No ano passado, nosso foco de divulgação foi a Rússia.
Valor: A crise econômica não está afugentando os estudantes estrangeiros da Europa?
Rogerson: Se a crise econômica fará o estudante repensar se deve estudar fora do seu país, eu não sei. Acredito que o ensino superior é um compromisso de três, quatro anos, minha intuição diz que os alunos vão pensar além da crise. Eles vão ponderar que precisarão estar qualificados para quando as coisas começarem a melhorar.
Valor: O custo para os brasileiros estudar fora subiu por conta da mudança na taxa de câmbio. Este não seria um empecilho imediato?
Rogerson: Eu acredito que existem mais coisas para se pensar sobre o custo de se estudar na Europa. Existem muitos países onde o custo de vida é mais baixo. A Europa oferece qualidade e diversidade. Muitas instituições de ensino têm um preço mais acessível do que as escolas americanas, por exemplo. Para se ter uma ideia aproximada, um curso de especialização sai entre ? 2 mil e ? 6 mil por semestre. Mas existem inúmeras opções, cujo preço varia conforme o país, a escola.
Valor: Que tipo de estudante vocês estão buscando?
Rogerson: Principalmente, os que procuram cursos técnicos e universitários. Não procuramos interessados em cursos de MBA, porque eles acontecem nas escolas de negócios.
Valor: O objetivo de sua visita é também divulgar o programa Erasmus Mundus. Como ele funciona?
Rogerson: O Erasmus Mundus é um programa de bolsas que divulgamos. Ele cria mobilidade e cooperação na área de educação superior, que permite ao aluno estudar em diversos países, seguindo o mesmo currículo. A Comissão Européia tem investimentos previstos de aproximadamente ? 950 milhões até 2013 neste programa.
Valor: Quantos brasileiros estudam na Europa e quais são os destinos preferidos?
Rogerson: No ano passado, tivemos 12 mil brasileiros estudando na Europa, basicamente no Reino Unido, França, Alemanha, Espanha e Portugal. Eu acho que os estudantes devem escolher o país que lhes agrada. Nossa missão é mostrar todas as possibilidades existentes, outros países e culturas. Se você quer fazer um curso acadêmico pode realizá-lo em mais de um país. Esta proximidade entre culturas diversas é um dos pontos fortes de se estudar na Europa.
Reportagem de Stela Campos, de São Paulo, 25/03/2009
http://www.valoronline.com.br/ValorImpresso/MateriaImpresso.aspx?dtmateria=25-3-2009&codmateria=5479551&codcategoria=292&tp=12
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