segunda-feira, 11 de julho de 2016

O fragilizado liberalismo no mundo

LIBERALISMO

O fragilizado liberalismo no mundo  
A aprovação do Brexit corre o risco de ser o início do declínio da globalização 
e da consequente prosperidade (Foto: Wikimedia)

 A vitória da campanha do Brexit foi um reflexo da fragilidade do liberalismo internacional

Muitos defensores do Brexit basearam suas campanhas no otimismo. Com a saída da União Europeia (UE), o Reino Unido estaria livre para promover uma abertura política e econômica, sem as regulamentações impostas pela UE. Mas o que garantiu sua vitória foi a raiva. A raiva estimulou a opção “sair” nas regiões mais pobres e nas zonas industriais. A raiva contra a imigração, a  globalização, o liberalismo social e o feminismo traduziu-se em um voto de rejeição à UE. Como se a vitória fosse uma licença para disseminar o ódio, a raiva invadiu as ruas do país com uma explosão de abuso racista.

Nas democracias ocidentais, dos Estados Unidos de Donald Trump à França de Marine Le Pen, muitas pessoas estão com raiva. Se não conseguirem encontrar uma voz no sistema social predominante, elas serão ouvidas em propostas alternativas. Caso não acreditem que a ordem global age em benefício delas, a aprovação do Brexit corre o risco de ser o início do declínio da globalização e da consequente prosperidade.

Quando Trump falou em protecionismo esta semana, incentivando os americanos a “retomarem o controle” do país, ele não só repetiu as palavras dos defensores do Brexit, como também assumiu a posição de muitos políticos que rejeitam a ideia do livre comércio como um estímulo à prosperidade, em vez de um custo ou uma concessão. O liberalismo depende da crença no progresso, porém muitos eleitores sentem-se excluídos desse processo de incorporação de novas conquistas.

Enquanto o PIB per capita dos EUA aumentou 14% no período de 2001 a 2015, os salários médios dos trabalhadores tiveram um aumento de apenas 2%. Os defensores do liberalismo acreditam nos benefícios de uma soberania compartilhada para o bem comum. Mas como o Brexit mostrou, quando as pessoas sentem que não controlam suas vidas ou não usufruem dos benefícios da globalização, o movimento é de rejeição. A visão cada vez mais distante e difusa da integração europeia fez da UE um alvo perfeito para os que rejeitam a ideia de uma unidade política e econômica da Europa.

Agora que a oposição à política de cooperação entre as nações assumiu um caráter de vingança, o liberalismo precisa mais uma vez lutar em defesa dos seus princípios. Parte dessa tarefa se resume a encontrar um discurso comum de oposição a radicais extremistas como Marine Le Pen e Donald Trump. O fluxo de capital, o livre comércio, e a interação entre pessoas e ideias diferentes são fatores essenciais para a prosperidade dos países. O poder de um Estado opressor e discriminatório é uma ameaça ao bem-estar da humanidade. As virtudes da tolerância e da conciliação são fundamentais para que as pessoas consigam realizar seu pleno potencial.
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Fonte: http://opiniaoenoticia.com.br/internacional/o-fragilizado-liberalismo-no-mundo/ 11 jul, 2016

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