O primeiro antidepressivo foi lançado em 1956, pelo laboratório
Geigy. Na época, a companhia hesitou em lançá-lo no mercado por
considerar a depressão um fenômeno de proporções insignificantes.
Sessenta anos depois, a Organização Mundial da Saúde estima que entre
350 e 400 milhões de pessoas sofram de alguma forma de depressão, ou
seja, cerca de 5% da população global.
De acordo com o IBGE, 7,6% da população brasileira foi diagnosticada
com depressão. Segundo estudos da Fiocruz, 1 em cada 4 mulheres sofre de
depressão pós-parto, número maior do que a média global.
Diante desses números fica a indagação do que pode ter ocorrido
nessas últimas seis décadas. Estamos no meio de uma verdadeira epidemia
mundial de depressão que fez números insignificantes saltarem a
proporções alarmantes. O certo é que essas pessoas já estavam lá, mas
não eram vistas, não eram diagnosticadas de forma correta.
Mas o que é depressão?
A depressão é um distúrbio afetivo que acompanha a humanidade ao
longo de sua história. No sentido patológico, há presença de tristeza,
pessimismo, baixa autoestima, que aparecem com frequência e podem
combinar-se entre si. É imprescindível o acompanhamento médico tanto
para o diagnóstico quanto para o tratamento adequado.
A depressão é uma doença. Há uma série de evidências que mostram
alterações químicas no cérebro do indivíduo deprimido, principalmente
com relação aos neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e, em
menor proporção, dopamina), substâncias que transmitem impulsos nervosos
entre as células. Outros processos que ocorrem dentro das células
nervosas também estão envolvidos.
Ao contrário do que geralmente se pensa, os fatores psicológicos e
sociais, muitas vezes, são consequência e não causa da depressão. É
importante destacar que o estresse pode precipitar a depressão em
pessoas com predisposição, que provavelmente é genética.
A prevalência (número de casos numa população) da depressão é
estimada em 19%, o que significa que aproximadamente uma em cada cinco
pessoas no mundo apresenta o problema em algum momento da vida.
Os sintomas de depressão são: humor depressivo ou irritabilidade,
ansiedade e angústia; desânimo, cansaço fácil, necessidade de maior
esforço para fazer as coisas; diminuição ou incapacidade de sentir
alegria e prazer em atividades anteriormente consideradas agradáveis;
desinteresse, falta de motivação e apatia; falta de vontade e indecisão;
sentimentos de medo, insegurança, desesperança, desespero, desamparo e
vazio; pessimismo, ideias frequentes e desproporcionais de culpa, baixa
autoestima, sensação de falta de sentido na vida, inutilidade, ruína,
fracasso, doença ou morte.
No mais, a pessoa pode desejar morrer, planejar uma forma de morrer
ou tentar suicídio; ter uma interpretação distorcida e negativa da
realidade (tudo é visto sob a ótica depressiva, um tom “cinzento” para
si, os outros e o seu mundo); dificuldade de concentração, raciocínio
mais lento e esquecimento; diminuição do desempenho sexual (pode até
manter atividade sexual, mas sem a conotação prazerosa habitual) e da
libido; perda ou aumento do apetite e do peso.
A insônia (dificuldade de conciliar o sono, múltiplos despertares ou
sensação de sono muito superficial), despertar matinal precoce
(geralmente duas horas antes do horário habitual) ou, menos
frequentemente, aumento do sono (dorme demais e mesmo assim fica com
sono a maior parte do tempo) também é um forte sintoma, bem como dores e
outros sintomas físicos não justificados por problemas médicos, como
dores de barriga, má digestão, azia, diarreia, constipação, flatulência,
tensão na nuca e nos ombros, dor de cabeça ou no corpo, sensação de
corpo pesado ou de pressão no peito, entre outros.
O tratamento da depressão é essencialmente medicamentoso. Existem
mais de 30 antidepressivos disponíveis. Ao contrário do que alguns
temem, essas medicações não são como drogas, que deixam a pessoa
eufórica e provocam vício. A terapia é simples e, de modo geral, não
incapacita ou entorpece o paciente.
Alguns pacientes precisam de tratamento de manutenção ou preventivo,
que pode levar anos ou a vida inteira, para evitar o aparecimento de
novos episódios de depressão. A psicoterapia ajuda o paciente, mas não
previne novos episódios, nem cura a depressão.
A técnica auxilia na reestruturação psicológica do indivíduo, além de
aumentar a sua compreensão sobre o processo de depressão e na resolução
de conflitos, o que diminui o impacto provocado pelo estresse.
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para
cada caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento.
É imprescindível seguir sempre à risca as orientações do seu médico e
nunca se automedicar, não interromper o uso do medicamento sem
consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em
quantidades muito maiores do que a prescrita e, seguir as instruções da
bula.
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Fonte: Por Redação Ucho.Info -
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