Paulo Yokota*
Imagem da Internet Nakheel-India
Muitos estudiosos, inclusive brasileiros, tendem a considerar a Índia um país pobre, complicado, cheio de limitações. Ficam surpresos quando informados que a performance daquele país democrático com mais de um bilhão de habitantes, nos últimos 30 anos, supera a do Brasil, que mesmo tendo melhorado nos anos recentes, continua colhendo resultados inferiores a daquele gigante emergente asiático, que segundo alguns devem ultrapassar a China nas próximas décadas.
Entender por que isto acontece parece ser importante, e um livro publicado pela Oxford University Press em 2010, “India’s Economy: Performance and Challanges – Essays in Honour of Montek Singh Ahluwalia, edited by Shankar Acharya – Rakesh Mohan” pode ser um dos que oferecerem subsídios importantes para tanto.
Todos sabem que a Índia conta com uma invejável elite acadêmica da maior importância, hoje liderada pelo premiê Dr. Manmohan Singh, muitos com títulos nas melhores universidades inglesas como Oxford ou Cambridge, e longas e preciosas experiências em organismos internacionais como o Banco Mundial e o FMI. Eles formam uma equipe dos melhores pensadores preocupados com o desenvolvimento, reformas, política, comércio exterior, distribuição de renda, estabilidade econômica e financeira, entre outros aspectos.
Assessorando e compondo diversos governos desde a sua independência da Comunidade Britânica, vem superando os obstáculos que se apresentam na economia mundial, colhendo resultados que os destacam entre os países emergentes, em que pesem todas as limitações de uma grande nação ainda pobre do ponto de vista de renda per capita. Nos últimos 30 anos, estão crescendo a uma média em torno de 6% ao ano, mantendo um relacionamento diversificado com todo o mundo, sem desequilíbrios inflacionários, fiscais ou de comércio exterior. Mantêm um sistema democrático, ainda que tenham problemas étnicos e religiosos, como com seus vizinhos paquistaneses que são predominantemente muçulmanos, enquanto entre eles predomina o hinduísmo.
Hoje se desenvolve naquele país um sadio nacionalismo com orgulho de sua longa tradição histórica e cultural, que tende a se diferenciar de sua herança de longo domínio inglês. Tende aproveitar as características de sua população, com um desenvolvimento de sua alta tecnologia na área da informática, com a prestação de serviços internacionais. Bem como sua capacidade de produzir bens de baixo custo para atender uma crescente demanda mundial daqueles que estão se incorporando no mercado globalizado.
O livro em referência mostra uma elite de autores cuidando, de forma avançada, de assuntos relacionados ao crescimento, desigualdade e reformas, num primeiro capítulo. No segundo, de políticas macroeconômicas e financeiras, no terceiro, de perspectivas setoriais e finalmente de suas perspectivas globais, incluindo analistas internacionais como Martin Wolf (do Financial Times) e Anne O. Krueger.
Qualquer país emergente gostaria de contar com uma elite acadêmica deste porte para pensar seus problemas de longo prazo, de forma a traçar as diretrizes para sua estratégia de desenvolvimento que não pode ficar à mercê das incertezas que cerca o mundo globalizado.
Veja o vídeo clicando:
http://www.youtube.com/watch?v=Xx8vCy9eloE&feature=player_embedded#!
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*Paulo Yokota é formado em Economia e Administração pela USP, foi professor da FEA-USP
Fonte: http://www.asiacomentada.com.br/2011/01/24
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