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“Sêneca reitera a sua definição de vida feliz, retomando o conselho dos antigos diante do fato de o prazer ir unido tanto ao bom como ao mau, no tocante às suas ações. Afirma do modo lapidar:
“Por isso os antigos aconselharam seguir a vida melhor, não a mais agradável (optimam sequi vitam, non jucundissimam), de tal modo que o prazer seja, não o guia (dux), senão o companheiro (comes) da vontade boa e reta. É preciso seguir, não obstante, o guia da Natureza; a ela a razão observa e a consulta. Assim, o mesmo é viver bem-aventuradamente que viver segundo a Natureza (Ide est ergo beate vivere, et secundum naturam); o que seja isso, vou declará-lo: conserva com diligência e com impavidez as faculdades corporais e as atitudes da Natureza, como bens fugazes que nos deram (deuses) a prazo fixo; não submeter-se à escravidão, nem ao domínio das coisas estranhas; fazer das coisas gratas ao corpo e perecedoras o mesmo uso que se faz, nos acompanhamentos, dos auxílios e das tropas ligeiras: estas têm de servir e não mandar. Só assim serão úteis à alma. Incorruptível seja o homem ante as coisas externas, e inexpugnável, atento exclusivamente a si mesmo; animado pela confiança a preparado para as veleidades da fortuna.” (VB VIII, p.314 (p.288).
O prazer apenas acompanha a vontade boa e reta – os homens são distinguidos pela sua vontade boa ou má. O prazer não pode ser critério para conduzir a vida."
_______________________________Fonte: SANGALLI, Idalgo José. O fim último do homem – da eudaimonia aristotélica a beatitude agostiniana. Porto Alegre, EDIPUCRS, 1998, p.113.
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