domingo, 16 de janeiro de 2011

UMA LONGA CONVERSA

Rubem Alves*


“Ao pensar sobre a possibilidade do casamento cada um deveria se fazer a seguinte pergunta: ‘Você crê que seria capaz de conversar com prazer com esta pessoa até a velhice?. Tudo o mais no casamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo são aquelas construídas sobre a arte de conversar.” (Nietzsche)

Sherazade sabia que o casamento baseado nos prazeres da cama são sempre decapitados pela manhã, pois os prazeres do sexo se esgotam rapidamente e terminam na morte. Por isso, quando o sexo já estava morto na cama, e o amor não mais se podia dizer através dele, ela o ressuscitava pela magia da palavra: começava uma longa conversa que deveria durar mil e uma noites.

BOLHA DE SABÃO

O apaixonado pensa que seu amor será eterno. É preciso não estar apaixonado para compreender que a paixão é bolha de sabão: linda e efêmera. Não é possível confiar na eternidade do amor.
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*Teólogo. Escritor. Educador. Cronista.
Fonte: ALVES, Rubem. Do universo à jabuticaba. Ed. Planeta. SP, 2010, pg.149

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