Imagem da Internet
Pesquisa mapeou, por meio de ressonância magnética, atividade cerebral de analfabetos e de alfabetizados na infância e na idade adulta e descobriu que área dedicada ao reconhecimento facial se torna ''especialista'' no reconhecimento de palavras
As mudanças provocadas pelo aprendizado da leitura não se limitam à melhora na qualidade de vida. Estudo conduzido pelo Centro Internacional de Neurociências da Rede Sarah, com a colaboração de cientistas de Portugal, França e Bélgica, demonstra que aprender a ler e escrever altera a forma de funcionamento do cérebro.
Antonio Milena/AE-3/1/2009
De acordo com neurocientistas,
hábito da leitura cria novas conexões cerebrais
"Há uma mudança nas redes neuronais da visão e da linguagem", afirma Lúcia Braga, presidente da Rede Sarah e coordenadora do trabalho. Os resultados indicam que o cérebro faz um rearranjo de suas funções ao iniciar o aprendizado da leitura.
Uma área inicialmente dedicada ao reconhecimento facial se torna "especialista" no reconhecimento de palavras. Isso, no entanto, não significa que alfabetizados percam a capacidade de identificar rostos. Muito embora, nos testes, os analfabetos apresentaram um desempenho superior aos alfabetizados no reconhecimento de faces.
"Outras pesquisas precisam ser realizadas. Mas a nossa suspeita é de que, em pessoas alfabetizadas, o reconhecimento de rostos em parte seja transferido para outra região cerebral", disse Lúcia Braga.
Estímulos. A pesquisa analisou exames de ressonância magnética feitos em 63 voluntários. O grupo, formado por brasileiros e portugueses, teve a atividade cerebral mapeada enquanto era submetido a estímulos, como ouvir frases, ver palavras, rostos e outras imagens. Dos voluntários, 10 eram analfabetos, 22 haviam sido alfabetizados na idade adulta e outros 31 aprenderam a ler e escrever ainda na infância.
Os exames mostraram que o grupo de pessoas alfabetizadas apresentou uma atividade mais acentuada nas áreas do córtex associadas à visão.
Além disso, pesquisadores notaram que houve também um aumento das respostas do cérebro relacionadas à identificação de fonemas. "Isso de certa forma explica por que analfabetos não conseguem fazer a supressão do som de uma palavra: como anana de banana", contou Lúcia.
As mudanças nas redes neurais foram identificadas nas pessoas escolarizadas desde a infância e naquelas que aprenderam a ler na fase adulta.
"Os ganhos foram evidenciados nos dois grupos", explicou a coordenadora da pesquisa.
Essa "adaptação" do cérebro é explicada por Lúcia. "A escrita é algo relativamente novo na história da humanidade para ter influenciado uma mudança genética", disse. A saída encontrada pelo cérebro foi reciclar áreas anteriormente reservadas a outras funções para atender às novas demandas. "Quanto mais estudamos, mais conexões cerebrais nós temos", completa.
Para Lúcia, os resultados do trabalho reforçam a importância da leitura, uma espécie de "musculação", para o cérebro. "Vemos isso diariamente no trabalho de reabilitação feito no Sarah. Os resultados do trabalho são muito mais rápidos em pessoas que têm cérebro exercitado do que as que não têm."
A Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação é especializada em tratamento e pesquisa sobre paralisia cerebral, espinha bífida, traumatismo craniano, acidente vascular cerebral, doenças neuromusculares e problemas ortopédicos.
Ao todo, nove unidades integram a rede - um hospital e um Centro Internacional de Neurociências e Reabilitação, em Brasília, e unidades hospitalares em mais sete capitais.
Uma área inicialmente dedicada ao reconhecimento facial se torna "especialista" no reconhecimento de palavras. Isso, no entanto, não significa que alfabetizados percam a capacidade de identificar rostos. Muito embora, nos testes, os analfabetos apresentaram um desempenho superior aos alfabetizados no reconhecimento de faces.
"Outras pesquisas precisam ser realizadas. Mas a nossa suspeita é de que, em pessoas alfabetizadas, o reconhecimento de rostos em parte seja transferido para outra região cerebral", disse Lúcia Braga.
Estímulos.
A pesquisa analisou exames de ressonância magnética feitos em 63 voluntários. O grupo, formado por brasileiros e portugueses, teve a atividade cerebral mapeada enquanto era submetido a estímulos, como ouvir frases, ver palavras, rostos e outras imagens. Dos voluntários, 10 eram analfabetos, 22 haviam sido alfabetizados na idade adulta e outros 31 aprenderam a ler e escrever ainda na infância.
Os exames mostraram que o grupo de pessoas alfabetizadas apresentou uma atividade mais acentuada nas áreas do córtex associadas à visão.
Além disso, pesquisadores notaram que houve também um aumento das respostas do cérebro relacionadas à identificação de fonemas. "Isso de certa forma explica por que analfabetos não conseguem fazer a supressão do som de uma palavra: como anana de banana", contou Lúcia.
As mudanças nas redes neurais foram identificadas nas pessoas escolarizadas desde a infância e naquelas que aprenderam a ler na fase adulta.
"Os ganhos foram evidenciados nos dois grupos", explicou a coordenadora da pesquisa.
Essa "adaptação" do cérebro é explicada por Lúcia. "A escrita é algo relativamente novo na história da humanidade para ter influenciado uma mudança genética", disse. A saída encontrada pelo cérebro foi reciclar áreas anteriormente reservadas a outras funções para atender às novas demandas. "Quanto mais estudamos, mais conexões cerebrais nós temos", completa.
Para Lúcia, os resultados do trabalho reforçam a importância da leitura, uma espécie de "musculação", para o cérebro. "Vemos isso diariamente no trabalho de reabilitação feito no Sarah. Os resultados do trabalho são muito mais rápidos em pessoas que têm cérebro exercitado do que as que não têm."
A Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação é especializada em tratamento e pesquisa sobre paralisia cerebral, espinha bífida, traumatismo craniano, acidente vascular cerebral, doenças neuromusculares e problemas ortopédicos.
Ao todo, nove unidades integram a rede - um hospital e um Centro Internacional de Neurociências e Reabilitação, em Brasília, e unidades hospitalares em mais sete capitais.
________________________________
Reportagem por Lígia Formenti e Alexandre Gonçalves - O Estado de S.Paulo"Outras pesquisas precisam ser realizadas. Mas a nossa suspeita é de que, em pessoas alfabetizadas, o reconhecimento de rostos em parte seja transferido para outra região cerebral", disse Lúcia Braga.
Estímulos.
A pesquisa analisou exames de ressonância magnética feitos em 63 voluntários. O grupo, formado por brasileiros e portugueses, teve a atividade cerebral mapeada enquanto era submetido a estímulos, como ouvir frases, ver palavras, rostos e outras imagens. Dos voluntários, 10 eram analfabetos, 22 haviam sido alfabetizados na idade adulta e outros 31 aprenderam a ler e escrever ainda na infância.
Os exames mostraram que o grupo de pessoas alfabetizadas apresentou uma atividade mais acentuada nas áreas do córtex associadas à visão.
Além disso, pesquisadores notaram que houve também um aumento das respostas do cérebro relacionadas à identificação de fonemas. "Isso de certa forma explica por que analfabetos não conseguem fazer a supressão do som de uma palavra: como anana de banana", contou Lúcia.
As mudanças nas redes neurais foram identificadas nas pessoas escolarizadas desde a infância e naquelas que aprenderam a ler na fase adulta.
"Os ganhos foram evidenciados nos dois grupos", explicou a coordenadora da pesquisa.
Essa "adaptação" do cérebro é explicada por Lúcia. "A escrita é algo relativamente novo na história da humanidade para ter influenciado uma mudança genética", disse. A saída encontrada pelo cérebro foi reciclar áreas anteriormente reservadas a outras funções para atender às novas demandas. "Quanto mais estudamos, mais conexões cerebrais nós temos", completa.
Para Lúcia, os resultados do trabalho reforçam a importância da leitura, uma espécie de "musculação", para o cérebro. "Vemos isso diariamente no trabalho de reabilitação feito no Sarah. Os resultados do trabalho são muito mais rápidos em pessoas que têm cérebro exercitado do que as que não têm."
A Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação é especializada em tratamento e pesquisa sobre paralisia cerebral, espinha bífida, traumatismo craniano, acidente vascular cerebral, doenças neuromusculares e problemas ortopédicos.
Ao todo, nove unidades integram a rede - um hospital e um Centro Internacional de Neurociências e Reabilitação, em Brasília, e unidades hospitalares em mais sete capitais.
________________________________
Fonte: Estadão online, 11/01/2011
Adorei, vou utilizar as informações para meu TG, que é sobre as habilidades em Ling. Portuguesa, que inclui a leitura.
ResponderExcluir