quinta-feira, 8 de julho de 2021

A DIVERSIDADE É O DESTINO

 GLEY P. COSTA*

diversidade Archives - HSM

Considerações psicanalíticas atuais questionam a linearidade sexo-gênero-prática sexual, tendo em vista que a masculinidade e a feminilidade puras não passam de construções teóricas de conteúdo incerto. Resultam de um discurso hegemônico, respaldado pela cultura, em prejuízo do reconhecimento das diferenças que no mundo contemporâneo conferem ao amor a sua maior expressão nos relacionamentos de todos os níveis.

Numa referência ao que hoje relacionamos com o gênero, destacou Freud que as ligações de sentimentos libidinais a pessoas do mesmo sexo não desempenham, enquanto fatores de vida psíquica normal, um papel menor que aqueles que se dirigem ao sexo oposto. Representam, isto sim, a liberdade de dispor livre e indiferentemente de objetos masculinos e femininos em seus relacionamentos amorosos. Portanto, a exigência de que haja um tipo único de vida sexual para todos não leva em consideração as dessemelhanças, inatas ou adquiridas, na constituição sexual dos seres humanos e cerceia, em bom número deles, o prazer sexual.

Na verdade, todos os seres humanos, em resultado de sua disposição bissexual e da herança cruzada, combinam em si características tanto masculinas quanto femininas. Por conta disso, tanto a heterossexualidade quanto a homossexualidade não cabem dentro de uma singularidade. Inscrevem-se sempre e, inapelavelmente, na pluralidade. Além do reconhecimento da diversidade, o cultivo do pluralismo cultural, com compreensão mútua e respeito pelas afinidades e diferenças, representa uma força que enriquece uma sociedade. Vale citar a frase escrita numa parede do Museu do Amanhã: "Amar é reconhecer e respeitar a diversidade de orientações sexuais e os direitos de homens, mulheres e crianças em todo o planeta".

Imagem da Intenet
Fonte:  https://flipzh.clicrbs.com.br/jornal-digital/pub/zh/acessivel/materia.jsp?cd=5fceaad0bf5e66b696794ed359106523 08/07/2021

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