Criminosos sádicos debocham das mortes de mais de meio milhão de brasileiros
Na minha pesquisa sobre “Envelhecimento e felicidade”, fiz algumas perguntas sobre o riso e o choro. A pesquisa foi realizada antes da pandemia. Hoje as respostas seriam diferentes, pois temos mais motivos para chorar do que para rir.
Quando perguntei “Você ri muito ou pouco?”, 84% dos homens e 68% das mulheres responderam que riem muito. No entanto, 60% das mulheres gostariam de rir mais e ser mais leves, enquanto 60% dos homens estão satisfeitos com as suas risadas.
Eles (75%) e elas (69%) acreditam que os homens riem mais do que as mulheres. Cerca de 65% dos homens se acham divertidos e brincalhões, e só 30% das mulheres se acham engraçadas.
Eles gostam de rir com os amigos, com quem podem brincar e falar qualquer bobagem sem medo de serem censurados. As esposas e namoradas reprimem suas risadas e brincadeiras, e ainda os acusam de serem infantis, irresponsáveis e bobos.
As mulheres invejam a liberdade que os homens têm de rir e de brincar. Elas não riem mais porque estão exaustas, estressadas, sobrecarregadas, insatisfeitas, tristes, tensas, ansiosas, angustiadas, deprimidas, desesperadas, preocupadas com os filhos, marido, pais, amigos, casa, trabalho, saúde, dinheiro etc. Elas cuidam de todo mundo e não sobra tempo, disposição, oportunidade e energia para se divertirem e darem mais risadas.
Quando perguntei: “Você chora muito ou pouco?”, 52% das mulheres responderam que choram muito, 46% choram pouco e 2% nunca choram.
Os homens choram pouco (58%) ou nunca (37%). Apenas 5% choram muito.
Perguntei: “Quem chora mais: o homem ou a mulher?”: 95% concordaram que a mulher chora mais e 5% que homens e mulheres choram igual. Ninguém disse que o homem chora mais do que a mulher.
Diferenças biológicas, hormônios, TPM, sensibilidade, generosidade, empatia, emotividade, solidariedade, fatores culturais e familiares foram apontados como os principais motivos para as mulheres chorarem mais. Mas uma razão apareceu com destaque: elas têm mais liberdade para chorar, são mais livres para expressar emoções como tristeza, dor, sofrimento, fragilidade, insegurança e medo.
Já os homens, mesmo quando estão tristes e deprimidos, não podem chorar. Cresceram ouvindo: “Homem não chora”; “Homem que chora é mulherzinha”; “Engole o choro, seja um homem de verdade”; “Chorar é frescura, mimimi, coisa de maricas”.
Alguns choram escondido, dentro do banheiro, pois não querem mostrar seus medos e inseguranças para a esposa, namorada, filhos, pais e até mesmo para os amigos. Outros confessam que só choram quando estão bêbados.
Eles são mais livres para rir, mas são proibidos de chorar.
Será que os psicopatas genocidas choram?
Que eles riem muito é mais do que evidente. Temos provas disso todos os dias: quando imitam pessoas sufocadas com falta de ar e arrancam as máscaras de criancinhas; quando debocham das mortes dos brasileiros, provocam aglomerações e sabotam a vacinação; quando contam mentiras estapafúrdias como “o brasileiro pula no esgoto e não pega nada” e “se você tomar a vacina e virar um jacaré, é problema seu”; quando xingam de cagão, maricas e brocha os que usam máscaras e seguem as recomendações da ciência; e quando se vangloriam de serem “imorrível, imbrochável e incomível”.
Quem, além dos seus cúmplices fanáticos, acha graça das suas piadas macabras?
Nunca vi uma só lágrima dos criminosos desumanos, provavelmente nunca verei. Ao contrário, só vejo gargalhadas debochadas e sádicas.
Será que algum psicopata genocida chorou quando o Brasil alcançou a trágica marca de 500 mil mortes? E no dia em que estourou o escândalo da Covaxin? Ou com o “superpedido” de impeachment?
Se sim, com certeza foram lágrimas de crocodilo.
* Antropóloga e professora da Universidade Federal do Rio, é autora de "A Bela Velhice".
Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/miriangoldenberg/2021/06/o-dia-em-que-o-psicopata-genocida-chorou.shtml - Imagem da Internet
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