sábado, 8 de janeiro de 2011

Ego nas alturas para os jovens americanos

16 Universitários americanos colocam
o aumento de sua autoestima
acima de atividades agradáveis
como fazer sexo, encontrar amigos e receber o salário.
Isso pode ser preocupante

Os universitários americanos preferem auto-estima do que sexo.
Preocupante


Os jovens podem estar aumentando sua autoestima demais, segundo estudo da Univiersidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos. Os pesquisadores descobriram que estudantes universitários valorizam mais sua autoestima mais do que qualquer outra atividade agradável, como sexo, comidas favoritas, álcool, encontrar amigos ou receber o salário.
"É surpreendente como esse desejo de se sentir valioso triunfa sobre qualquer outra atividade prazerosa", diz Brad Bushman, líder da pesquisa e professor de comunicação e psicologia da Universidade do Estado de Ohio. O estudo está na versão online do Journal of Personality e será publicado em uma futura versão impressa.
Em dois estudos, os pesquisadores perguntaram a universitários o quanto queriam e gostavam de várias atividades, como comer seu prato predileto ou ver um grande amigo. Eles deram notas em uma escala de 1 (nada) a 5 (extremamente). Um dos itens que foram questionados foi sobre a construção de sua autoestima, como receber uma boa nota ou um elogio.
"Descobrimos que a auto-estima superou todas as outras atividades para esses universitários", disse Bushman. E isso também foi comprovado em testes práticos. Os participantes passaram por uma avaliação que supostamente mede a capacidade intelectual. Depois, se os alunos esperassem mais dez minutos, poderiam ter seus testes repontuados com um novo algoritmo que produz resultados mais altos. E os estudantes que mais valorizaram sua auto-estima ficaram mais propensos a permanecer os 10 minutos para ganhar uma nova pontuação.
"A sociedade americana parece acreditar
que a autoestima é a cura
para todos os males sociais,
das notas ruins à gravidez na adolescência,
até a violência", diz.
"Mas não há nenhuma evidência
que seu aumento realmente
ajude esses problemas", afirma.
(Bushman)



"Eles estavam dispostos a gastar seu tempo precioso apenas para aumentar um pouquinho sua autoestima (a sua nota)", disse Bushman. Ele afirma que não há nada de errado em uma autoestima saudável. Mas os resultados deste estudo sugerem que muitos jovens podem estar centrados demais em bombadear seu ego.
Para todas as atividades agradáveis examinadas neste estudo, os participantes precisavam classificar o quanto eles gostavam e o quanto a queriam. As duas perguntas foram feitas porque a pesquisa sugere que dependentes (ou viciados) tendem a relatar que "querem" o objeto de sua dependência química (drogas, álcool, jogo) mais do que eles realmente "gostam", disse Bushman.
"A distinção gostar-querer tem ocupado um lugar importante na pesquisa sobre vícios por quase duas décadas", disse Moeller. "E acreditamos que ela tem grande potencial para ajudar em outras áreas da psicologia".
Segundo o pesquisador, não seria correto dizer que os participantes do estudo eram viciados em autoestima. "Mas eles estavam mais perto deste exagero do que para qualquer outra atividade que estudamos". Os resultados mostraram que estudantes com um forte senso de merecimento foram os com maior probabilidade de "querer" as coisas – inclusive aumentar sua autoestima – do que "gostar" delas. "É claro que não há nenhum problema em apreciar as coisas boas, mas não é saudável desejá-las mais do que gostar delas", afirma Bushman.
Bushman vê perigo nessa obsessão. A pesquisa mostrou que os níveis de autoestima vêm aumentando entre os universitários americanos desde meados da década de 1960. "A sociedade americana parece acreditar que a autoestima é a cura para todos os males sociais, das notas ruins à gravidez na adolescência, até a violência", diz. "Mas não há nenhuma evidência que seu aumento realmente ajude esses problemas", afirma.
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Fonte: REDAÇÃO ÉPOCA - 07/01/2011
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/

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