domingo, 25 de setembro de 2011

Uso de redes sociais desafia as empresas


Grandes companhias se dizem em transição,
 sem definir se proíbem ou estimulam
empregados a se conectar no trabalho
Proibição aumenta mundo afora;
pesquisa aponta preocupação corporativa
com a segurança de sistemas

O que fazer com o funcionário que, no trabalho, não se desliga do Facebook, do Orkut e/ou do Twitter? Proibir, regular ou estimular?
A Folha ouviu sete grandes empresas sobre o assunto. A maioria se declara em transição, ainda sem definir se mantém as restrições de acesso, que vêm de longa data, ou se tira proveito da presença de integrantes de suas equipes nas redes sociais.
O que também aproxima a maioria é a prioridade dada à sua presença institucional, como empresa, nessas mesmas redes.
Mundo afora, a proibição vem aumentando. Segundo pesquisa global da consultoria de segurança on-line Clearswift, divulgada há duas semanas, cresceu a proporção das empresas que bloqueiam integralmente o acesso a redes sociais no trabalho -de 9% em 2010 para 19% em 2011. Outras 56% bloqueiam parcialmente, hoje.
A Clearswift sublinha o "paradoxo" que encontrou: 80% dos gestores afirmam que as redes geram ganhos para suas empresas, mas 48% apontam o uso de mídia social no trabalho como "preocupação".
Para 57%, o maior temor é com a segurança do sistema. A consultoria avalia ser efeito dos ataques on-line, como o que atingiu a rede Playstation, da Sony.
Outra companhia de segurança on-line, Webroots, obteve resultado semelhante em pesquisa com empresas pequenas e médias dos EUA e do Reino Unido, no final de 2010: 53% afirmaram se preocupar com infecções via redes sociais.
Ao justificar a proibição do acesso nas 135 delegacias do Rio no início do mês, a Polícia Civil usou outro argumento: "Para que vai acessar rede de relacionamentos? Para brincar na internet?".
EM ESTUDO

Para a Petrobras, as redes são "ambientes democráticos de protagonismo do cidadão no exercício da liberdade de expressão, como produtor e divulgador de informações e de suas próprias opiniões". Daí porque a estatal "faz uso de uma série de mídias sociais como canais institucionais e promocionais".
Quanto aos funcionários, a empresa ainda "estuda implantar uma regulação geral para o acesso corporativo". Regulação que deve também "orientar a força de trabalho a participar das redes sociais fora da companhia".
Também em estudos está o grupo JBS, maior processador mundial de carne bovina, que já "utiliza algumas ferramentas de forma institucional, como Facebook e LinkedIn".
Ainda "não permite o acesso dos colaboradores às redes sociais", argumentando que seu princípio é "estimular o colaborador a manter o foco no que se propôs a fazer, no serviço". Acrescenta: "Mas a empresa sabe que a utilização das redes sociais é hoje uma realidade" e "está estudando como melhor utilizar".
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Reportagem por NELSON DE SÁ ARTICULISTA DA FOLHA
Fonte: Folha on line, 25/09/2011

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