segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

A evolução do envelhecimento

José Valdaí de Souza*

Nas últimas décadas, o mundo inteiro está voltado para a pesquisa do envelhecimento. Com as novas técnicas disponíveis e com o conhecimento da bioengenharia genética, muitas previsões são formuladas e causam muita discussão e discórdia entre os cientistas. No entanto, o certo é que as pessoas querem viver mais. Viver mais e com saúde é o objetivo maior da medicina. A população mundial está crescendo, mas o ritmo parece estar diminuindo, graças a políticas de saúde conscientes e objetivas.
Em recente viagem ao continente asiático, China, Tibete, Nepal e Índia, se pôde comprovar essa tendência. Contudo, isso está criando outro problema, que é o envelhecimento sem reposição de jovens. Com isso, diminui a base da pirâmide de sustentação da vida. Queremos viver mais, mas é preciso que alguém produza para alimentar a vida. Com essa preocupação, a China está estudando mais um filho por casal, atualmente é um. A Índia está discutindo mais uma filha, pois existe muita disparidade entre homens e mulheres. Porém, isso passa a ser um assunto de saúde pública e muito preocupante, pois o espaço na Terra é finito e os seus recursos são limitados. Mesmo com o grande avanço da ciência na geração de alimentos, habitação e transporte, mais um filho por casal na China e na Índia já seria uma explosão demográfica, sem contar o resto do mundo, principalmente os muçulmanos.

"Até nós, pesquisadores, vamos ter que
rever nossas pesquisas, pois ao prolongarmos
o envelhecimento poderemos
criar uma superpopulação."

Os nossos governantes, dos seis continentes, precisam rever a política demográfica, e as pessoas com mais de 60 anos vão precisar trabalhar para ajudar no equilíbrio social, as aposentadorias precisam ser mais tardias e mais igualitárias, tem poucos ganhando muito e muitos ganhando pouco. Até nós, pesquisadores, vamos ter que rever nossas pesquisas, pois ao prolongarmos o envelhecimento poderemos criar uma superpopulação. O SUS e as políticas sociais precisam equacionar melhor os valores das aposentadorias. Já temos mecanismos para isso, mas precisamos redirecionar a pesquisa para mais qualidade de vida e com isso as pessoas produzirem mais por mais tempo e terem um futuro mais tranquilo.
O planeta Terra está se esgotando não só pelo consumo, mas também pelos resíduos (lixo) e diminuição do espaço. Hoje, vários países do mundo estão quase saturados nos seus meios de transporte, estradas, metrôs e aeroportos superlotados, algum espaço ainda por hidrovias e ferrovias, mas logo satura. Repensar a vida na Terra é urgente e depende de todos, com ênfase muito grande nas escolas. A educação é sinônimo de vida!
O primeiro passo para evitar a exaustão do planeta é frear o consumo!
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*Médico
Fonte: ZH on line, 12/12/2011
Imagem da Internet

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