sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Psicóloga analisa o perfil e hábitos de compras do sexo feminino

 Foto: Jefferson Bottega
Consumo em excesso está intimamente
ligado à figura da mulher,
diz expert

O Brasil se encaixa perfeitamente no modelo de consumo atual: o consumo emocional. O consumo emocional se caracteriza por visar não apenas o que é útil, mas sim, o que vai além dos aspectos funcionais e satisfaz os desejos, mexe com as emoções dos consumidores do século XXI.
— Deixando bem lá atrás, o consumo baseado nas relações de trocas do sistema feudal, passando pelo surgimento do estoque ao longo da Revolução Industrial, e aterrissando em um cenário completamente diferente de tudo o que já foi visto, encontramos a busca pela identidade e diferenciação através das aquisições. O consumidor brasileiro hoje deseja diferenciar-se através do que possui e sentir-se membro pertencente de um grupo restrito — explica a psicóloga de imagem Marjorie Vicente.
Diante desse cenário, a psicóloga analisa o perfil de consumo da mulher na época mais festiva e consumista do ano, o Natal. Segundo pesquisa realizada pelo evento fashion Clothes Show Live, da Inglaterra, mais de 50% das mulheres gasta mais em compras para elas mesmas neste período do que para os familiares e amigos.
Essa mesma pesquisa aponta que 27% das mulheres compram roupas para passar uma boa imagem nas festas comemorativas das corporações.
— Nos revelamos através das nossas escolhas, até mesmo das que pareçam mais banais à primeira vista. É com novas roupas, sapatos e acessórios que a mulher idealiza o reconhecimento, muitas vezes — conta Marjorie.
Analisando a época do ano de maior consumismo, a psicóloga de imagem afirma que a compra pessoal está intimamente ligada ao prazer, e a compra para terceiros ligada a sensação de proporcionar a satisfação alheia – fatos que vem ao encontro do Natal e a vibração que a data proporciona.
— Compramos para nós mesmos buscando pertencer a um determinado grupo, pela expectativa de ficar bonita e fazer sucesso em uma festa, que inclusive é o “start” do impulso — pontua a psicóloga. — Quando presenteamos, muitas vezes não só estamos querendo agradar ao outro como também desejamos mostrar o que podemos proporcionar e o quanto podemos satisfazer a expectativa alheia, não deixa de ser uma forma de “narcisismo — finaliza a psicóloga.
Exatamente pelo fato da compra envolver questões comportamentais, a psicóloga explica que o consumo excessivo — intimamente ligado à figura feminina — é proporcional aos envolvimentos emocionais despertados pelo estabelecimento. As grandes marcas hoje são experts em proporcionar uma “experiência” ao consumir.
Não existe mais a busca só pela funcionalidade de um produto, o consumidor hoje deseja ter as características da personalidade que estampa uma marca, por exemplo. Até mesmo o cheiro característico de uma loja é um estímulo muito bem trabalhado por quem se dedica ao marketing olfativo. Por isto, longe de ser contra a moda ou o consumo, a psicóloga de imagem apenas pontua a necessidade de questionar o que é ou não necessário, o quanto eu posso dispor para presentes, e não se deixar levar pelo impulso do consumismo excessivo.
— As mulheres entram em um estabelecimento qualquer pensando num presente, mas às vezes estar no local desperta uma vontade repentina de consumir algo que não estava planejado — analisa Marjorie.
Por este motivo, o conhecimento sobre todo tipo de comportamento tornou-se extremamente importante para o marketing das empresas. No Natal de 2011, uma marca brasileira departamental, em seu comercial, anuncia roupas femininas para pagamento em apenas 2012 — você compra agora e começa a pagar apenas no próximo ano.
— Atitudes e fenômenos do tipo são típicos do mercado extremamente aquecido, pronto para receber seu público alvo em massa e incentivar vendas exponenciais — expõe a psicóloga de imagem. — No Natal, estamos mais emotivos. Isso é normal. O reflexo, para muitas mulheres, é nas compras e isso já não é mais segredo para as agências de publicidade — finaliza ela.
-----------------------
Fonte: DONNA ZH ONLINE, 22/12/2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário