Roberto Fendt*
Os ideais comemorados no 04 de julho pertencem a todos os amantes da liberdade, de todas as épocas
e de todos os lugares
“O segundo dia de julho de 1776 será a data mais memorável da
história da América [Estados Unidos]. Acredito que será celebrado por
sucessivas gerações com um grande festival anual. Deverá ser comemorado,
como o dia da independência, por atos solenes de devoção ao Senhor Todo
Poderoso. A comemoração deverá ser solene, com pompa e parada, com
shows, jogos, esportes, o ribombar de canhões, sinos, fogueiras e
iluminações, de um extremo do continente ao outro, desde agora até o fim
dos tempos”.
Assim escreveu John Adams, em carta a sua mulher, Abigail Adams, em 3
de julho de 1776, véspera da data da adoção da Declaração de
Independência dos Estados Unidos da América.
A data em si, quatro de julho, consagra o dia em que a Declaração de
Independência foi proclamada. De fato, o Segundo Congresso Continental
americano votou, por unanimidade, em sessão secreta, a independência das
treze colônias da Grã Bretanha em dois de julho, razão pela qual John
Adams, um dos fundadores da nação americana, imaginou que o dois de
julho seria comemorado “por sucessivas gerações”, “desde agora para
sempre”.
Que nos perdoem os americanos, legítimos donos da festa, por herança.
Mas os ideais comemorados no 04 de julho pertencem a todos os amantes
da liberdade, de todas as épocas e de todos os lugares.
É certo que muitos deles nem sabem da existência do Quatro de Julho;
e, se souberem, talvez não se dêem conta de que nos lembramos de Thomas
Jefferson como o redator da Declaração, esquecendo dos demais membros da
“Comissão dos Cinco” (John Adams, Benjamin Franklin, Thomas Jefferson,
Robert R. Livingston e Roger Sherman), que redigiram a Declaração. A
eles se aplicaria, com toda justeza, a fala de Miranda na primeira cena
do quinto ato da Tempestade, última peça de Shakespeare: “Que maravilha!
Quantas criaturas soberbas aqui vieram! Como é bela a humanidade!
Admirável mundo novo que tem tais habitantes!”
Celebremos, portanto! Quem não o fez ontem, faça-o hoje; e que se celebre, “desde agora até o fim dos tempos”.
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*Roberto Fendt é economista
Fonte: http://opiniaoenoticia.com.br/opiniao/artigos/o-4-de-julho-e-de-todos-nos/
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