quarta-feira, 2 de junho de 2021

A Psicologia do Dinheiro

 A Psicologia do Dinheiro

Lições atemporais sobre riqueza, ganância e felicidade



Recomendação

Não é certo que você ao ter mais conhecimento se torne mais rico. O know-how financeiro não é uma ciência tão difícil quanto você imagina. Um funcionário de um posto de gasolina pode fazer milhões, enquanto um executivo de finanças afamado, formado em Harvard, pode falir. Tudo tem a ver com o comportamento. O ex-jornalista financeiro Morgan Housel defende que os resultados financeiros dependem mais da psicologia do que da matemática. Descubra como a sua relação com o dinheiro afeta a sua situação financeira.

Ideias Fundamentais

  • O conhecimento financeiro não garante a riqueza.
  • A sorte e o risco influenciam a sua vida e sucesso financeiro.
  • Suas experiências de vida moldam a sua visão do mundo e do dinheiro.
  • Aceite que você tem o suficiente.
  • Ganhar dinheiro requer algumas habilidades, mantê-lo requer outras.
  • Não deixe que quem tem um objetivo financeiro diferente do seu oriente as suas decisões financeiras.
  • Os consultores financeiros prestam informações valiosas, mas a decisão final é sua.

Resumo

O conhecimento financeiro não garante a riqueza.

Em 2014, em Vermont, o funcionário de um posto de gasolina Ronald Read morreu aos 92 anos, deixando uma fortuna de mais de 8 milhões de dólares, sem ter ganhado a loteria ou herdado algum dinheiro. Ele apenas foi investindo suas poupanças em empresas sólidas e deixou sua riqueza crescer. Contrariamente, um executivo financeiro de 30 anos, formado em Harvard, considerado brilhante por uma revista de negócios, faliu. O sucesso de um e o fracasso do outro não dependeram do seu conhecimento financeiro. Foi a paciência contra a ganância.

Somente nas finanças o comportamento humano pode dar resultados tão diferentes. Um cirurgião sempre fará melhor uma cirurgia do que alguém sem conhecimentos médicos. Nas finanças, seu comportamento e sua sorte são mais determinantes do que o seu conhecimento.

A sorte e o risco influenciam a sua vida e sucesso financeiro.

Bill Gates teve a sorte de ter um computador na escola secundária. Um professor convenceu o Clube de Mães da escola a utilizar a receita da venda de artigos usados para alugá-lo. Foi uma oportunidade em um milhão. Gates admite que sem isso a Microsoft não nasceria.

Kent Evans, colega e amigo de Gates, teve a sorte de trabalhar com Gates no laboratório de informática da escola. Porém, ele não participou da Microsoft: morreu em um acidente de escalada antes do final do curso. A probabilidade desta tragédia era de um em um milhão.

Quando perguntaram ao economista Robert Shiller o fator de investimento que ele gostaria de dominar, ele respondeu: “O papel exato da sorte”. Poucas pessoas negam que a sorte existe no investimento, mas ainda menos pessoas indicam quem teve essa sorte. Dizer que alguém tem sorte pode parecer inveja. Acreditar que seu sucesso resulta da sorte e não do seu trabalho pode ser desmotivador.

A linha entre a ousadia e a imprudência pode ser muito fina.

O seu trabalho árduo e avaliação não garantem os seus resultados financeiros. Recorra ao conhecimento de padrões e tendências em vez de seguir dicas de revistas sobre bilionários.

Além disso, considere que geralmente algumas boas compras de ações propiciam a maior parte dos ganhos. Por isso, você pode estar errado mais vezes do que está certo e mesmo assim ter lucro. Os capitalistas de risco admitem que metade dos seus investimentos pode falhar, mas que um ou dois cobrirão largamente as perdas.

Muitos pensam que investir em empresas grandes e estáveis é mais seguro, mas, na verdade, o risco é semelhante ao de investir em empresas iniciantes. A J.P. Morgan Asset Management verificou que, desde 1980, 40% das ações do Índice Russell 3000 – composto por grandes empresas públicas – perderam 70% do seu valor, e que o índice se manteve positivo graças a apenas 7% das empresas.

Suas experiências de vida moldam a sua visão do mundo e do dinheiro.

Um estudo do Departamento Nacional de Pesquisa Econômica revelou que as experiências das pessoas influenciam muito a sua relação com o dinheiro. Ter acompanhado quando jovem um mercado em alta estimula mais você a investir em ações do que se o mercado tivesse sido apático. Sua experiência pode levar você a tomar decisões ponderadas que outros consideram absurdas. O significado do risco é muito diferente para um filho de pais ricos ou de pais pobres.

As decisões de investimento das pessoas (…) estão fortemente ligadas às experiências que elas tiveram.

Além das diferenças geracionais, culturais e financeiras, muitos aspectos do investimento pessoal são recentes. Por exemplo, os planos de aposentadoria e de previdência privada nasceram no final do século passado. Sua experiência com ferramentas financeiras também influencia as suas decisões, que são muitas vezes mais pessoais do que racionais.

Aceite que você tem o suficiente.

Suas decisões financeiras podem ser devastadoras se você inveja o dinheiro de outros. As pessoas muito ambiciosas podem facilmente perder tudo. Em 2008, Rajat Gupta, nascido pobre em Calcutá, ex-CEO da McKinsey, possuía 100 milhões de dólares. Insatisfeito, ele usou informações privilegiadas para ganhar rapidamente mais 17 milhões e acabou sendo preso.

Bernie Madoff foi condenado por dirigir um esquema Ponzi por duas décadas. Antes das suas fraudes, ele tinha uma empresa de investimentos que ganhava mais de 25 milhões de dólares por ano, mas ele considerava que não era rico o suficiente.

O mundo está cheio de pessoas que parecem modestas mas de fato são ricas e de pessoas que parecem ricas mas vivem no fio da navalha da insolvência.

Estes dois homens perderam o que tinham por ambição. Atingir um objetivo financeiro e depois definir um mais alto pode se tornar um processo interminável. De fato, o capitalismo estimula a inveja. Comparar as suas finanças com as de outros é uma batalha perdida. Considerar que você tem o suficiente é a maneira certa de evitar os problemas.

Ganhar dinheiro requer algumas habilidades, mantê-lo requer outras.

É necessário correr riscos para ganhar dinheiro, mas para mantê-lo, seja modesto e cauteloso. Em entrevista ao jornalista Charlie Rose, Michael Moritz, o líder da empresa de capital de risco Sequoia Capital, que tem quatro décadas de sucesso, atribuiu a longevidade da empresa ao medo de falir. Embora a Sequoia Capital, por sua natureza, tenha de assumir riscos, ela assume que seus sucessos passados podem não se repetir.

Os seus planos podem não se realizar da maneira prevista em sua planilha. Assegurar uma margem de segurança ajuda você se as incertezas da vida, da política ou da economia afetarem os seus resultados.

Se eu tivesse que resumir o sucesso com o dinheiro em uma única palavra, eu usaria ‘tenacidade’.

Alguns investidores tentam se proteger, ao estudar o passado. Isso informa sobre acontecimentos passados, mas não prevê o futuro. Situações novas, nunca ocorridas, irrompem constantemente.

O investimento baseado no passado também ignora as rápidas mudanças atuais. Por exemplo, o capital de risco não existia quando Phil Knight criou a Nike. Confiar mesmo nas informações de anos recentes pode ser inútil. A primeira ação financeira entrou para o S&P 500 em 1976, que não tinha ações tecnológicas. Hoje, as ações financeiras e tecnológicas representam mais de 35% do S&P 500. A reação das pessoas à avareza e ao estresse é que não mudou com o tempo.

Não deixe que quem tem um objetivo financeiro diferente do seu oriente as suas decisões financeiras.

Economizar pequenas quantias regularmente pode fazer você rico.
Há 75 anos, com a idade de 10 anos, Warren Buffett fez o seu primeiro investimento. Aos 30 anos, ele tinha US$ 1 milhão. O objetivo não é encontrar a ação uma-em-um-milhão, mas encontrar investimentos com retornos razoáveis e seguros a longo prazo.

Um crescimento pequeno serve como combustível para o crescimento futuro.

O fenômeno das bolhas no mercado acontece quando o pensamento de curto prazo domina. As bolhas se formam e explodem por muitas razões, mas a ganância desempenha um papel determinante. As explosões da bolha das empresas pontocom e da bolha imobiliária destruíram US$ 6,2 e US$ 8 trilhões de dólares respectivamente. Além da ganância, essas duas situações envolveram pessoas que mudaram as suas estratégias de investimento, seguindo orientações de outros que tinham objetivos completamente diferentes.

É irracional o conceito de que uma ação tem um preço racional. Em 1999, pagar US$ 60 por uma ação da Cisco poderia assegurar aos investidores de curto prazo um retorno anual de 300%. Porém, para os investidores de longo prazo, esse preço seria calamitoso.

Os consultores financeiros prestam informações valiosas, mas a decisão final é sua.

Os consultores financeiros têm conhecimentos essenciais. No entanto, você precisa decidir por si mesmo. Os aspectos a seguir podem ajudar você a definir os seus objetivos:

  • Poupe dinheiro em vez de exibi-lo – Para criar riqueza, você tem de poupar. Mantenha seu ego sob controle. Comprar um carro novo ou uma casa requintada diminuirá a sua riqueza.
  • Defina o risco que você pode aceitar – Os riscos maiores trazem muitas vezes retornos maiores, e algumas pessoas querem isso. Porém, se o risco causa a você ansiedade e noites inquietas, evite corrê-lo.
  • Aumente o prazo do investimento – É a melhor maneira de compensar as perdas e aumentar o valor.
  • Defina objetivos financeiros que propiciem liberdade a você – Ter controle em sua vida contribui para o seu bem-estar. Pequenas economias podem propiciar a você alguma liberdade, como ficar em casa quando você está doente. Economias maiores podem permitir a você esperar por um emprego melhor, e não ter de aceitar logo um enfadonho.
  • Seja moderado – Você será admirado pela sua simpatia e simplicidade, não pelo seu novo “Rolex”.
  • Adapte os seus objetivos – Mesmo que você tenha economizado para um fim específico, considere economizar para outras emergências.
  • Controle o prazo do risco – O risco pode compensar com o tempo, mas, ao se prolongar demais, ele pode arruinar você.
  • Defina os seus objetivos financeiros – Não permita que outros, incluindo o seu consultor financeiro ou outro especialista, escolham por você. Decida de acordo com as suas necessidades.

Sobre o autor

O ex-jornalista financeiro Morgan Housel escreveu para The Motley Fool e The Wall Street Journal. Atualmente, ele é sócio do Collaborative Fund. 

Fonte:  https://www.getabstract.com/pt/resumo/a-psicologia-do-dinheiro/41973?utm_campaign=B2C_Prospects_Newsletter&utm_medium=email&_hsmi=130965676&_hsenc=p2ANqtz--_em4VKyN6xO7c4zLhSzF5FEbC9Hb2XJCm6Rowv1HipsfKyskh3qLhv1jBYwOKS2FNkDslthcmYOHMm00Okwe4xIBPsA&utm_content=130911619&utm_source=hs_email

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