O Brasil vai criar inúmeras oportunidades
nas próximas décadas. Como educar as novas gerações
para aproveitá-las
Por André Vieira, Karla Spotorno e Robson ViturinoDurante as férias escolares de julho, 93 crianças e adolescentes se reuniram em um acampamento na cidade de Atibaia, distante 70 quilômetros de São Paulo. Todos eram filhos de empresários e executivos. Com idades entre 5 e 17 anos, tinham bastante tempo para brincar e manter contato com a natureza. Nem tudo, no entanto, era farra. Numa espécie de pega-pega organizado por especialistas em finanças, uma criança com as pernas amarradas corria atrás dos colegas. Aos pulos, tentava pegá-los – todos de óculos com uma imagem de cifrão nas lentes. O menino das pernas amarradas simbolizava a figura do trabalhador. Para aprender o conceito de renda ativa, era obrigado a perseguir seu salário – os demais participantes. De repente, soava uma sirene. Era o fim do expediente.
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Depois de acumular certo volume de capital, o “trabalhador” podia, enfim, receber o descanso merecido. Sentado numa cadeira de praia, o menino era paparicado por todos. Esta foi a analogia usada para mostrar a transição da renda ativa para a renda passiva, resultante da aposentadoria, do recebimento de aluguéis, dividendos e outros recursos. “Eles estavam lá para aprender a lidar com o dinheiro”, diz Silvia Alambert, diretora da subsidiária brasileira da Money Camp, empresa americana que promove atividades lúdicas com o objetivo de dar um clique capitalista na cabeça da garotada. “Seus pais querem que eles saibam o valor do dinheiro já na infância, e enxerguem como empreender pode mudar suas vidas.”
É claro que este método tem lá seus críticos. Muitos. Dar um clique capitalista em crianças de 5 anos, amarradas, soa, para empresários como Ricardo Semler, quase uma agressão à individualidade e liberdade de escolha. Ele prefere um modelo de educação mais livre, flexível, abrangente. “Em casa, são os meus filhos que decidem o que querem estudar e quando”, afirma. Esses dois exemplos são diametralmente opostos, mas têm uma mesma origem: a vontade de educar os filhos da melhor maneira possível, para lidar com o futuro. Claro que a experiência pessoal dos pais guia as crenças do que pode dar certo, mas não há qualquer garantia de que o que deu certo para uma geração será suficiente para acompanhar as transformações econômicas e sociais dos próximos anos.
Mesmo assim, é preciso escolher: entre diversas linhas pedagógicas, entre atividades extracurriculares, entre experiências que moldam o caráter e até entre outras formas de ensino. Qual é a melhor? “Simplesmente, não existe a melhor opção”, diz Howard Gardner, professor de Educação da Universidade Harvard. O melhor depende de alguns fatores, como os valores, as prioridades da família e o perfil da criança. Há quem aposte em matricular o filho de 3 anos no curso de mandarim, para estar pronto para a suposta hegemonia chinesa no mundo. Há quem aposte em deixar o pequeno comer um pouco de terra numa praça com crianças do bairro. Ou estudar música.
Para entender o quanto o futuro é incerto, basta olhar o passado. Em 1910, o Brasil era agrário. Educação de qualidade se resumia à alfabetização. Em 1950, o ideal de sucesso era formar um médico ou advogado – ou um funcionário público. Na década de 70, engenharia parecia o caminho seguro a trilhar num país que vivia as grandes obras do Milagre Econômico. Cada uma dessas visões de futuro levava a um ideal de educação. E estão todas em xeque hoje. Durante as últimas décadas, o assunto educação entrou na agenda – mundial e brasileira. Mas ainda falta muito. O ensino fundamental é precário e mesmo as escolas de elite apresentam resultados aquém do padrão de excelência internacional. Hoje, o Brasil ocupa a 53ª posição entre 65 países listados no ranking de educação organizado pela OCDE. “A escola brasileira está no século 19, o professor no século 20 e o aluno no século 21”, diz Mozart Ramos, ex-reitor da Universidade Federal de Pernambuco e conselheiro do Todos pela Educação, um dos mais importantes movimentos financiados pela iniciativa privada.
Semler em sua moto. Ele teve educação tradicional, hoje defende liberdade total
As competências do século 21
Intui-se, daí, que as competências para o século 21 serão muito diferentes das de hoje. Linda Shear, pesquisadora de Stanford, cita duas delas: a habilidade para trabalhar em equipe (princípio do conhecimento coletivo) e a capacidade de fazer análises críticas – fundamental na era da informação. “Na economia moderna, será muito mais difícil ter sucesso individual”, afirma John MacBeath, professor e pesquisador de Cambridge. Noções de sustentabilidade também serão tão valorizadas nos bancos escolares quanto a capacidade de acompanhar as mudanças tecnológicas e sociais. É de gente assim que o país precisará para sustentar o crescimento que se prevê.
O cenário permite ser otimista. Daqui a 30 anos, o Brasil será a quarta maior economia do mundo, de acordo com um estudo da consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC). Um país mais globalizado, com um imenso mercado interno, vocação exportadora de recursos naturais e maior peso das grandes corporações. A população, de 205 milhões de habitantes, envelhecerá e a renda per capita será cinco vezes maior que a atual, atingindo US$ 50 mil. “Nossa renda terá passado de média para alta, nos padrões do que hoje são a Alemanha e os Estados Unidos”, diz Marcelo Moura, professor do Insper. Se essas previsões se confirmarem, daqui a 30 anos a geração que está nascendo ou crescendo agora terá mais executivos, mais profissionais globalizados e uma infinidade de empreendedores. Um empresário de médio a grande porte, nesse novo país, poderá faturar R$ 1 bilhão – o cálculo leva em consideração o faturamento médio desta faixa de empresa (até R$ 300 milhões, segundo o BNDES) e as projeções de crescimento do PIB para 2040.
Márcio Utsch, no colo da mãe: “Ela incutiu na gente o valor do estudo. E nos encheu de autoconfiança”
Preparar o profissional do futuro
Jorge Paulo Lemman, no colégio. O esporte ajudou a formar o
que viria a ser a cultura Garantia
Para tornar reais essas oportunidades hipotéticas, porém, será preciso haver gente. Quanto mais bem formadas as novas gerações, mais brilhante será o futuro do país – e mais oportunidades surgirão. Não serão todos empreendedores, até porque, nesse caso, cada empresa só teria um empregado. Mas, mesmo entre funcionários ou profissionais liberais, o ensino da gestão e a capacidade de tomar decisões autônomas serão cruciais.
Preparar profissionais de acordo com o futuro cenário econômico e social não significa abandonar completamente a tradição. Algumas fórmulas atuais de sucesso são bem conhecidas, e devem permanecer assim. Perseverança, capacidade de resistir a frustrações, clareza de objetivos, criatividade, tudo isso conta para a formação do novo executivo brasileiro. Combinar essas características com as demandas do século 21 é o maior desafio na educação. Da experiência de gente bem-sucedida nos negócios, extraímos cinco caminhos possíveis para a empreitada. Alguns deles são contraditórios. Mas, na maioria das vezes, são complementares.
Gilberto Mautner, da Locaweb. A música o ajudou a unir raciocínio lógico e intuição
O caminho da competição
Para muitos pais e educadores, o ambiente escolar precisa reproduzir o ambiente competitivo. A meritocracia, que premia os que alcançam os melhores resultados, ultrapassou os limites da prática de esportes individuais, inspirou modelos de gestão de negócios e tem permeado o sistema escolar. Há gradações, é claro, mas qualquer pai cuja preocupação principal é que o filho passe bem no vestibular está, pelo menos em princípio, nessa linha. O empresário Jorge Paulo Lemann, fundador do extinto Garantia e controlador de negócios como AB Inbev e Burger King, é um dos mais ferrenhos defensores da tese. Na vida e profissionalmente. Quando jovem, Lemann foi cinco vezes campeão brasileiro de tênis. Obcecado por desempenho, levou a prática das quadras para os escritórios. Fez uma legião de seguidores da política de metas e métricas, a “escola Garantia”. Na educação, pôs os filhos nos melhores colégios e os ensinou a trabalhar desde cedo. Hoje, dois deles operam no mercado financeiro, onde as recompensas são polpudas e as perdas, pesadas.
Algumas escolas premiam os melhores alunos. O Colégio Santo Américo, em São Paulo, instituiu a entrega de um cartão de bom desempenho aos estudantes com notas acima de 8. No fim do ano, as famílias dos “notáveis” são convidadas para um aprazível e restrito coquetel. “A premiação tem como objetivo valorizar o estudo”, diz Liamara Montagner, coordenadora da educação infantil do colégio. Discípulo de Lemann, Fersen Lambranho, sócio-diretor da GP Investimento, gosta. Ele tirou seu filho, de 7 anos, de uma renomada escola de São Paulo porque o reitor decidiu extinguir um sistema de premiação semelhante. Acabou matriculando o guri no Colégio Bandeirantes, um dos mais rigorosos da capital paulista, que segrega alunos bons e medianos. Na visão de Lambranho, a vida é assim. O colégio deve ser, também.
No Bandeirantes, a partir do ensino médio, os alunos com notas acima de 8 ficam na turma de número 1. Quem se sai bem, mas nem tanto, vai para a turma 2 e assim por diante. A separação segue a lógica do ensino de um idioma estrangeiro. “Nenhum curso de inglês coloca na mesma sala de aula alunos que estão em diferentes níveis”, diz Mauro de Salles Aguiar, diretor do colégio. Segundo ele, o desempenho expresso nas notas demonstra não a capacidade intelectual, e sim a maturidade e a motivação para se dedicar seriamente aos estudos. “Criar grupos homogêneos é controverso. Mas você não passa em um vestibular de medicina se não estiver numa turma desse tipo”, diz.
Alguns pedagogos torcem o nariz para a separação dos alunos por níveis. Porém, a estratégia dá resultado. Estudos demonstram que a homogeneidade dos grupos permite turbinar em 35% o desempenho médio dos estudantes. “A maneira mais fácil e eficiente de melhorar a performance dos alunos é colocar quem tem o mesmo perfil em uma mesma sala”, afirma Ricardo Paes de Barros, coordenador da pesquisa Caminhos para Melhorar o Aprendizado, do movimento Todos pela Educação em parceria com o Instituto Ayrton Senna (leia seu artigo na pág. 46). Especialista em políticas sociais, Paes de Barros diz que o modelo tem, contudo, seu efeito colateral: a perda da diversidade. Ele sofreu na pele o problema, por ter estudado a vida inteira em escolas de altíssima competição e rigor acadêmico, como o ITA e o Impa (Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada). “Em nenhum desses ambientes os alunos tinham compaixão com os colegas.”
Horácio Lafer Piva estudou em escolas tradicionais. Na educação da filha,
ele investe em experiência
Os critérios de Harvard A escola de negócios da Universidade Harvard é a mais renomada do mundo. Todo ano, recebe cerca de 10,5 mil inscrições, de gente capacitada, e tem de selecionar menos de mil para MBA e doutorado. É claro que ela deve errar (especialmente se você foi um dos inscritos não selecionados), mas seus critérios ajudam a entender o que a universidade pensa sobre os rumos da educação.Eis o que diz o reitor de Harvard, Nitin Nohria Excelência acadêmica Não é suficiente, mas é importante. É o que demonstra comprometimento do candidato aos estudos Experiência profissional É interessante que o candidato ao MBA, por exemplo, tenha dois ou três anos de experiência profissional Potencial para liderar A escola busca evidências que comprovem o potencial do candidato para liderar. Vale ter sido capitão do time da escola Qual seu projeto? A motivação para estudar na escola não pode se restringir à evolução pessoal. É preciso ter um projeto maior --------------------------------------------------------------------- Eike Batista dá uma carona à irmã. Agora, bilionário, costuma levar o filho mais velho para viagens de negócios O valor da experiência Especialmente nas escolas com apenas cinco horas de aula por dia, pais ocupados tendem a apostar nas atividades extracurriculares. Fazem parte dessa categoria a prática de esportes, a alfabetização musical e o contato com outras realidades. A empresária Ana Maria Diniz, por exemplo, acredita no poder formador do esporte. No fim de julho, enquanto acompanhava o embate de seu pai, Abilio Diniz, com o grupo francês Casino, ela seguia a distância o desempenho de sua filha Andréa, de 16 anos, num torneio de tênis na França. “Esta é a quinta semana que ela está fora de casa jogando”, diz Ana Maria. De uns tempos para cá, Andréa tem dado sinais de que pretende se tornar tenista profissional. Como sua dedicação não tem prejudicado suas notas, Ana Maria e seu marido, o cientista político e jornalista Luiz Felipe D’Avila, incentivam a vocação esportiva. “O esporte mostra a dureza da vida de forma genuína e nos poupa de criar barreiras artificiais”, diz. Segundo Ana Maria, a prática regular de tênis tem ajudado Andréa a amadurecer e tornar-se obstinada. O caçula João, conhecido como Juca, 15, vai pelo mesmo caminho. “Ele diz que irá representar o Brasil no golfe na Olimpíada de 2016.” Não foi por acaso que o esporte entrou na vida dos seus dois filhos com D’Avila (Ana Maria também é mãe de Bruna, 25, e Bianca, 24, filhas do primeiro casamento). Na sua família, esporte é uma segunda religião. Aos 74 anos, Abilio é conhecido por manter excelente forma física se exercitando três vezes ao dia. Ana e D’Avila não ficam longe disso. “Fiz balé durante 17 anos. Hoje eu pedalo e faço aula de dança indiana e street dance pelo menos três vezes por semana.” D’Avila corre, nada, joga squash e pedala. A importância das atividades extracurriculares é destacada por grandes universidades como um dos critérios mais importantes na seleção dos candidatos. “Além de excelência acadêmica, que demonstra comprometimento do candidato com os estudos, buscamos evidências que comprovem a capacidade e o potencial de liderança dessas pessoas”, disse Nitin Nohria, reitor da escola de negócios da Universidade Harvard. O candidato pode ter desenvolvido alguma ação social ou ter sido capitão do time da escola. Tudo conta. Segundo Nohria, os estudantes que conseguem ingressar em Harvard têm uma ampla gama de interesses e experiências pessoais e profissionais. “Normalmente, são pessoas curiosas e muito motivadas para aprender.” Gilberto Mautner, fundador e executivo-chefe da Locaweb, empresa de hospedagem na internet, escolheu a música como complemento dos estudos. Fora do colégio, sua turminha – Eduardo, 9, Felipe, 8, Gabriela, 7, e Rafael, 6 – faz duas aulas individuais de piano por semana. “Eles estão na fase de alfabetização musical.” Engenheiro formado no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Mautner passou boa parte da vida de estudante e profissional quebrando a cabeça com os números. Mas a música veio antes. “Nasci em contato com os clássicos por causa da minha mãe, que foi pianista profissional.” Segundo ele, a música é uma forma prazerosa de juntar raciocínio lógico e intuição de forma harmônica. “Sei por experiência própria o que eles têm a ganhar com isso.” O mergulho em realidades distintas daquela que se encontra na escola é parte valiosa da educação de Maria, 13, filha de Horácio Lafer Piva, conselheiro e acionista da Klabin, uma das maiores empresas de papel do país. Nas férias de julho, pai e filha, na companhia de Verena (mulher de Piva) e de dois filhos dela (Samuel, 10, e Pedro, 12), circularam de carro por mais de 2 mil quilômetros em Portugal. Pararam em cidades históricas como Sintra, Évora e Porto. “Nas muralhas de Óbidos, eles brincaram, dizendo que estávamos no cenário do Harry Potter”, diz Piva. Mais que um mero exercício de observação, ele vê nessas viagens pelo desconhecido uma etapa crucial na formação de sua filha e dos dois enteados. “Sou contra essas escolas que querem ser bunkers.” Steve Jobs também. Detestava as aulas e achava um desperdício fazer lição de casa. O ensino tradicional o cansava e ele pediu aos pais que o transferissem para uma escola mais liberal. Deu certo. Até chegar à faculdade. Jobs fez apenas seis meses de física, arrumou um estágio na HP e depois foi trabalhar na Atari. De lá, sumiu para uma temporada na Índia, usou LSD e voltou budista, com a cabeça raspada. Anos depois, com o amigo Steve Wozniak, fundou a Apple.
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As 5 mentes
O novo século começou com exigências diferentes na maneira de pensar e aprender nos negócios, na escola, na sociedade. Segundo o psicólogo americano Howard Gardner, professor de Cognição e Educação na Universidade Harvard, há cinco modelos mentais essenciais para os dias de hoje. “As pessoas deveriam desenvolver todos”A MENTE
... disciplinada
É especialista em alguma profissão e, além dela, domina amplamente um ou mais assuntos gerais
... sintetizadora
Hábil para filtrar as informações, integrá-las e ainda reproduzi-las eficientemente*
... criadora Capaz de antecipar problemas e encontrar soluções inovadoras para novas questões
... respeitosa
Tolerante à diversidade, algo fundamental nos dias de hoje
... ética
Capaz de cumprir os compromissos como cidadão e trabalhador
* Para o americano Murray Gell-Mann, Nobel de Física, essa é a habilidade mais necessária em plena era da informação
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A nova escola e as cinco mentes
Howard Gardner ficou famoso ao criar a teoria das inteligências múltiplas nos anos 80. No século 21, ele defende as mentes múltiplas
Como as grandes questões do século 21 – mudança climática, novas tecnologias, desemprego nos países desenvolvidos – afetam a forma como os jovens devem ser educados? Na história, identificamos alguns momentos de ruptura na educação. Um deles aconteceu com a difusão da escrita, e outro, com o surgimento da impressão na Renascença. O início desse século é um momento desses. Há uma série de mudanças importantes: o poder e a confiança crescentes na ciência e na tecnologia; a incrível conectividade que resulta disso; a enorme quantidade de informação acessível e, frequentemente, de qualidade duvidosa; e também a incessante circulação e choque entre pessoas de diferentes origens e aspirações. Em tempos assim, não é possível levar as coisas como sempre foi feito. É preciso considerar mudanças. Uma delas é pensar que tipos de mentes devemos ter para enfrentar os novos desafios.
Na discussão sobre a melhor forma de educar os jovens, há quem defenda um ambiente escolar competitivo e puramente racional. E há quem defenda uma abordagem mais humanista. Qual a sua opinião? Estou convencido de que é preciso ajudar os jovens a desenvolver esse perfil mais respeitoso e ético, o que envolve um sistema de valores robusto e inteligências emocional e social. Já há muita competição em nossa sociedade. A última coisa que deveríamos fazer, como educadores, é aumentar esse espírito competitivo. A maior parte dos problemas hoje vem dessa falta de ética e respeito mútuo. Basta lembrar o escândalo recente no Reino Unido, envolvendo o [empresário da News Corp., Rupert] Murdoch.
Como o senhor educou os seus quatro filhos? Eles estudaram em escolas da linha progressiva [em que a experiência e a integração social são prioridades]. Como pai e educador, aprendi que não existe a melhor escola ou a melhor linha pedagógica. Cada criança é única e, se os pais têm condições, deveriam considerar isso ao fazer a matrícula dos seus filhos. Como a maioria não tem condições de fazer essas escolhas, a melhor opção é complementar da melhor forma a educação das crianças de acordo com as suas necessidades. Com a experiência de 40 anos observando e cuidando dos meus filhos e agora dos netos, digo duas coisas. Uma é que as crianças não prestam atenção no que você fala para elas, mas registram tudo o que faz. A segunda questão é que nada dito nas conversas durante o jantar é esquecido. Essas duas questões valem em qualquer lugar do mundo.
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Reportagem completa na Revista ÉPOCA - nº45 - agosto/2011
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