quinta-feira, 10 de março de 2011

Neuróbica

‘Neuróbica’ promete deixar a mente em forma

Entre os médicos, a aceitação da ginástica para o cérebro ainda é controversa
(Fonte: Freephotos)

Engana-se quem pensa que treinar o cérebro seja coisa para idoso.

A cada esquina, somos convidados a fazer atividades físicas. As academias de ginástica, públicas ou privadas, e os espaços voltados para a prática de esportes estão por todos os lados, nos convidando a cuidar do corpo. O que pouca gente procura é exercitar a mente. Sim, isso é possível. “Malhar o cérebro” vai muito além de fazer palavra-cruzada. Hoje, já existem, inclusive, espaços voltados exclusivamente para os que querem deixar a memória em forma.
E engana-se quem pensa que treinar o cérebro seja coisa para idoso. É possível fazer atividades para a mente já a partir dos quatro anos. Os motivos que levam cada um às aulas, no entanto, são diferentes. “Os pais procuram colocar as crianças para que elas melhorem a concentração e o desenvolvimento na escola. Os adolescentes, na época do vestibular, procuram para ter mais disciplina e agilidade de raciocínio. Os adultos querem ter mais liderança e boa memória para concursos. Já os idosos procuram para prevenir as doenças típicas da idade e para melhorar a autoestima”, explica Antonio Carlos Perpétuo, diretor-presidente do Método Supera, a primeira escola de curso livre da América Latina com a proposta de desenvolver o cérebro.
A chamada neuróbica, ou ginástica para o cérebro, foi criada pelo neurocientista norte-americano Larry Katz, autor do livro “Mantenha o seu cérebro vivo”. Ele defende que, como acontece com o corpo, a mente precisa ser treinada, estimulada e desenvolvida para funcionar de forma equilibrada e plena. Há diversas maneiras de se conseguir isso. No caso da teoria de Katz, por exemplo, os exercícios buscam inverter a ordem de alguns movimentos do dia a dia. Ao fazermos de forma consciente ações rotineiras, que realizamos sem pensar, alteramos a nossa percepção. Isso acaba forçando a memória.
“Estudos comprovam que, para se estimular o cérebro, é necessário tirá-lo da zona de conforto com três práticas: novidades, variedade e grau de dificuldade contínuo. Para isso, podemos, por exemplo, fazer palavras-cruzadas, ler e mudar a rotina com ações como trocar o relógio de pulso ou alterar o caminho para ir ao trabalho. Dessa forma, você sai do piloto automático e faz com que seu cérebro se exercite, estimulando, assim, a formação de novas redes de neurônios”, ressalta Perpétuo.
Em seu livro, Katz explica que a redução das conexões entre as células cerebrais pode causar o declínio das funções mentais. Assim, os exercícios por ele propostos servem para estimular a formação dos impulsos nervosos entre os neurônios, e desta maneira evitar uma queda na produtividade da mente.
Uma vez que grande parte do cérebro é dedicada ao processamento de estímulos sensoriais, Katz também sugeriu que as pessoas envolvam mais os seus sentidos em tarefas do cotidiano, como fechar os olhos ao tomar banho ou jantar. Dessa maneira, o órgão faz associações entre as mais distintas informações. Ao praticar atividades em que um dos sentidos é prejudicado, a pessoa estimula os demais órgãos e acaba ativando áreas do cérebro que estavam subutilizadas.
As trocas de experiências promovidas por encontros sociais repercutem no estado emocional e também contribuem na “malhação cerebral”. Atividades que desafiam a memória em vários níveis, tais como aprender a tocar um instrumento musical ou a falar uma nova língua, também fornecem grande estímulo. O xadrez, por exemplo, é bom porque exige estratégia e interação social ao mesmo tempo.
Além disso, uma dieta saudável ajuda a manter um cérebro sarado. O ômega 3 presente em peixes como salmão e truta é realmente eficaz para diminuir problemas como depressão, perda de memória relacionada à idade e Alzheimer. O exercício físico também contribui para a saúde mental. Estudos mostram que até 30 minutos diários de caminhada podem melhorar o fluxo sanguíneo para a cabeça, aumentando os fatores de crescimento dos neurônios e a conectividade do cérebro. O estresse tem o efeito oposto, pois deprime o crescimento das células nervosas e as conexões entre elas.
Entre os médicos, a aceitação da ginástica para o cérebro ainda é controversa. Como muitas doenças, o envelhecimento do órgão parece ser uma mistura complexa de fatores genéticos e ambientais. Entretanto, as atividades da neuróbica, além de serem boas para a saúde em geral, podem fortalecer as defesas contra todos os tipos de declínio cognitivo.

Confira alguns exemplos de atividades neuróbicas:

- Vista-se no escuro ou de olhos fechados;
- Faça um percurso diferente do habitual em vez de um trajeto que costuma ser rotineiro;
- Mude o relógio de pulso;
- Ande de trás para frente. Mas, em um local seguro, como a sua casa;
- Veja fotos de cabeça para baixo e tente descobrir novos detalhes que você nunca tinha reparado;
- Tome banho com os olhos fechados;
- Leia textos em voz alta;
- Veja as horas num espelho;
- Utilize a mão contrária para fazer atividades como escrever ou escovar os dentes;
- Faça atividades com a ponta dos dedos, como a rotação de uma caneta ou lápis
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Reportagem Por Fernanda Dias
Fonte: http://opiniaoenoticia.com.br 10/03/2011

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