Ricardo Santos*
Desde a pré-história, o homem se expressa por meio de imagens. Essas iconografias estão aí desde tempos imemoriais. São representações simbólicas. Uma das primeiras formas de mídia, de outdoor, de comunicação, de educação. Educação tem valor imensurável. Capaz de gerar cabeças que podem mudar o rumo da história. São forças propulsoras do desenvolvimento e crescimento econômico do nosso país. É patrimônio cultural. Por isso, cabe à mídia, aos governos e à sociedade não deixar que a educação seja desmantelada pelo abandono e desamparo oficial.
A mídia tem responsabilidade. Através da sua capacidade de mobilização, mexe com a sociedade e chama sua atenção para os problemas da escola. Por isto, ela (sociedade) precisa estar ao lado dos educadores e cobrar das autoridades o cumprimento de suas obrigações. Educação pública de qualidade. Afinal, seus filhos estão nela. Fomentar a educação é dever do Estado. É assim que se supera o atraso educacional. A escola deveria estar nas mãos dos professores – com o controle da sociedade – a meu ver. Eles estão ali diariamente e conhecem a profundidade dos problemas.
“Aprendi a escrever lendo, da mesma
forma que se aprende a falar ouvindo.
(…) Em meus tempos de criança,
era aquela encantação”.
- Mário Quintana -
A que serve o recinto escolar? É ambiente de convivência, de articulação dos saberes, de criação e elaboração de projetos inclusivos. Seu foco: cidadania, conhecimento e a convivência harmônica entre todos. É espaço cultural híbrido, onde cada um aprende e ensina o outro. Ou seja, é local de vivenciar e aprender novas ideias.
Reescrevo, por fim, as palavras do poeta Mário Quintana: “Aprendi a escrever lendo, da mesma forma que se aprende a falar ouvindo. (…) Em meus tempos de criança, era aquela encantação”.
Cotidiano de violência
É preciso falar sem rodeios. Parte da mídia está ao lado do discurso oficial e entende que os problemas da educação são seus. Diariamente, a mídia reporta as tragédias da educação pública neste país. O fato é que a violência é rotina nas escolas. Professores e alunos vivem com medo. Não têm voz. São reféns do terror.
Embora o cotidiano seja violento, o papel da escola é dialogar junto à sociedade e buscar saída para seus problemas. Por isto, a mídia deve provocar o debate na sociedade. Desta forma, o cidadão pode compreender melhor o que acontece, de fato, na educação. Em profundidade, ir além do senso comum. De outro lado, sem infraestrutura adequada, informatização, ambiente seguro, professores bem treinados e qualificados, boa remuneração e participação da família, não se tem a garantia de uma educação com qualidade e sucesso.
E, por fim, distorço as palavras de Sérgio Mamberti: “A escola é um espaço público em que cada um dos atores – aluno ou professor – relaciona-se no cotidiano com o outro, com o diferente”. Deste modo, os professores são agentes produtores de cultura e conhecimentos. A escola é ainda espaço da construção, de reconstrução simbólica e de produção do conhecimento. Diante de tudo isso, fica claro que o professor precisa ser realmente valorizado.
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* Publicado originalmente no site Observatório da Imprensa.
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