quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Pontos de convergência

JORGE WERTHEIN e NEWTON LIMA*
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Tudo o que se divulga
 sobre educação no Brasil, nos últimos anos,
chama a nossa atenção
para a necessidade de se
 buscar mais qualidade

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Quem prestou atenção aos recentes discursos de posse ou declarações públicas da presidente Dilma, do ministro da Educação, Fernando Haddad, e do ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, deve ter observado que há convicção no novo governo sobre a extrema relevância de se investir na qualidade da educação, da ciência e da tecnologia brasileira.
As autoridades demonstram estar em consonância com a construção, também aqui, da sociedade do conhecimento. Tudo o que se divulga sobre educação no Brasil, nos últimos anos, chama a atenção para a necessidade de se buscar mais qualidade. O Executivo mostra-se decidido a alcançá-la. Excelente. Quais serão, então, os próximos passos?
O Ministério da Educação já começa a expor suas propostas. O ministro Haddad anunciou a apresentação à presidente de um plano de ação para elevar o nível dos ensinos fundamental e médio e para valorizar o magistério.
A iniciativa alinha-se com o próprio discurso de posse da presidente da República, para quem é preciso melhorar a qualidade da educação fundamental e aumentar as vagas nos níveis infantil e médio. Dilma Rousseff chega a sugerir a extensão da experiência do ProUni ao ensino médio profissionalizante.
O ministro da Ciência e da Tecnologia, por sua vez, foi claro em seu discurso: "Tudo começa na sala de aula. Tudo começa na formação e motivação dos nossos cérebros".
Sua intenção é a de combinar "educação universal de qualidade, pesquisa científica, inovação e inclusão social, na perspectiva de uma nova produção científica tropical".
"...intensificação do uso de
metodologias de ensino
mais contemporâneas (para tornar as aulas
mais atrativas,
com apoio maciço
da tecnologia da informação e
de aulas práticas frequentes e
instigadoras de ciência)."
Nada poderia estar mais afinado com análises recentes de especialistas. Pode-se sintetizar o que muitos deles propõem para se vencerem os desafios da escola pública brasileira:
1. Maior investimento em educação (aumentá-lo de 5% para 7% do Produto Interno Bruto em quatro anos), associado a instrumentos de gestão mais eficientes;
2. Valorização do magistério (oferecer salários mais altos, para tornar a carreira mais atrativa, elevar a qualidade da formação e promover capacitação permanente);
3. Universalização da educação infantil (de maneira a tornar mais eficaz o aprendizado durante o ensino fundamental);
4. Construção do Sistema Nacional de Educação (para que o regime de colaboração previsto na Lei de Diretrizes e Bases articule ações entre os entes federados e diminua as enormes diferenças regionais em aprendizagem);
5. Por fim, intensificação do uso de metodologias de ensino mais contemporâneas (para tornar as aulas mais atrativas, com apoio maciço da tecnologia da informação e de aulas práticas frequentes e instigadoras de ciência).
Com a palavra, o novo Plano Nacional de Educação. Com as ações, os eleitos em outubro que se comprometeram a priorizar a educação, a ciência e a tecnologia.
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*JORGE WERTHEIN, doutor em educação pela Universidade Stanford (EUA), é vice-presidente da Sangari no Brasil. Foi representante da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) no Brasil.
NEWTON LIMA NETO, deputado federal (PT/SP), é doutor em engenharia pela USP. Foi reitor da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) de 92 a 96 e prefeito de São Carlos (2001/2008).
Fonte: Folha online, 03/02/2011
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