quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Nanotecnologia “para uma sociedade mais segura”

O chão e o tecto são perfurados para facilitar a circulação do ar
Células solares para o revestimento de edifícios sustentáveis e bio-sensores que monitorizam a presença de toxinas na água são desenvolvidos no Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia, em Braga. São dispositivos medidos ao milímetro, feitos numa sala limpa de ambiente espacial

De regresso à sala de aspecto ficcional, com um permanente ruído de fundo a lembrar o que se ouve na cabina de um avião em pleno voo. Investigadores e funcionários de manutenção cruzam-se no corredor principal de acesso, com o tecto e o chão perfurados para facilitar a circulação do ar, de fato branco vestido e máscara na cara. Não é fácil identificarem-se, mas cumprimentam-se sempre em inglês — a língua oficial de trabalho do INL. Pedro Salomé, doutorado em Física Aplicada pela Universidade de Aveiro, chega a entrar e a sair da sala limpa “umas 30 vezes por dia”. Descrever os equipamentos, alguns do tamanho de automóveis e até de autocarros, a quem de laboratórios com tecnologia de ponta pouco ou nada sabe — a não ser o que os filmes sobre catástrofes químicas vão revelando — é um desafio para os cientistas. As analogias tornam-se indispensáveis.

Só mais uma, para terminar a visita guiada à sala permanentemente a 20.3 graus celsius, na passagem pela área cinzenta, mais técnica: “Se estivéssemos num teatro, esta seria a parte por detrás do palco.” Aqui, as regras de higiene são um pouco menos apertadas, culpa dos equipamentos de dimensão considerável e ruído mais elevado. Uma das aplicações destas máquinas é o desenvolvimento de sensores de campo magnético. “Quando bate, o coração cria um pequeno campo magnético”, explica. “Novos sensores estão a tentar fazer uma monitorização contínua desse campo magnético” — e sem ser necessário “perfurar ou fazer uma micro-cirurgia de instalação do próprio sensor”, algo que pode ser útil, por exemplo, em unidades médicas de queimados. “No protótipo criado, temos uma cama onde o dispositivo é instalado e onde a pessoa se deita, de peito para baixo, para que o dispositivo faça a medição.” Tudo numa escala inferior a um milímetro quadrado. 
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Fonte:  https://www.publico.pt/2017/09/21/ciencia/noticia/nanotecnologia-para-uma-sociedade-mais-segura-1786077

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