Vilmar Berna*
Problemas e maldades sempre existiram no mundo, e as soluções e bondades também. O que mudou foi a escala da informação. Antes da internet, sabíamos desses acontecimentos e recebíamos notícias sobre nossos amigos, parentes e conhecidos numa escala mais ou menos humana, onde mal ou bem conseguíamos ler, refletir sobre o que líamos e escrever em resposta. Agora, a escala é sobre-humana!
Quando nos sentimos invadidos por informação demais temos a tendência de não prestar mais tanta atenção. E aí corremos o risco de perder alguma informação importante! A maior parte das informações que recebemos hoje através de nossas caixas de correio eletrônico é composta de lixo ou de notícias que não são as do nosso interesse, ou são mensagens maliciosas, ou sobre problemas e causas além de nossa capacidade de resolver. Uma saída é estabelecermos filtros, por exemplo, como canais de informação específica sobre nossas áreas de interesse e eleger sites e a opinião de pessoas de credibilidade que sejam referência para nós. A Rede Brasileira de Informação Ambiental - REBIA tem mantido estes filtros tanto através de seus Fóruns, divididos por região do país e por temas. Também tem oferecido gratuitamente ao público interessado o acesso ao Portal do Meio Ambiente, à Revista do Meio Ambiente, nas versões impressa e virtual, e ao boletim digital Noticias do Meio Ambiente, dedicados ao segmento de publico interessados nos temas socioambientais.
A informação não envolve apenas nossa parte racional, mas mobiliza também nossas emoções. Não é por acaso que a sabedoria popular costuma dizer que "o que olhos não vêem o coração não sente". E como, hoje, com a internet, fica cada vez mais difícil não ver, cabe perguntar como andamos nos sentindo em relação às informações que tomamos conhecimento?
Não sei por qual mecanismo psicológico, mas costumamos ficar mais impressionados com as más noticias do que com as boas, talvez pelo alcance e estrago que situações ruins podem produzir em nossas vidas. Como nos sentimos ao tomar conhecimento de problemas que estão numa escala além de nossa capacidade de influir ou ajudar na solução? Frustração? Culpa? Amargura? Indiferença? O perigo da poluição da informação é o de perdermos a esperança de que o mundo, as pessoas, os relacionamentos podem ser melhores, e não podemos deixar que isso aconteça conosco, pois sem os sonhos a vida se empobrece e bem poucas coisas passam a valer a pena!
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* Vilmar Sidnei Demamam Berna é escritor e jornalista, fundou a REBIA - Rede Brasileira de Informação Ambiental (www.rebia.org.br ) e edita deste janeiro de 1996 a Revista do Meio Ambiente (que substituiu o Jornal do Meio Ambiente) e o Portal do Meio Ambiente ( http://www.portaldomeioambiente.org.br/ ). Em 1999, recebeu no Japão o Prêmio Global 500 da ONU Para o Meio Ambiente e, em 2003, o Prêmio Verde das Américas – http://www.escritorvilmarberna.com.br/
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