Ana Suzuki *
Eu tinha um trem imaginário
rodando pelos trilhos da bondade,
até que um anjo mau
o fez descarrilar,
na estação da saudade.
Serenidade
Virei água morna,
que se recusa a ferver
e tampouco a esfriar.
E quero manter-me assim,
sem arrepios de gelo
nem tremores de fervura.
Virei rio de planície,
sem securas na vazante
ou desatinos na enchente.
Já não corro, só deslizo.
Entre lírios e serpentes,
eu deslizo.
(In Bodas de Coral)
© Ana Suzuki
Campinas (SP) – Brasil
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*Romancista. Premiada pela Associação Brasileira de Cultura Japonesa, o Bunka Kyokai, também o fui pela Aliança Cultural Brasil-Lituânia, a Sajunga, por haver também criado a primeira personagem lituana.
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