NOVO FILME DE
"AS CRÔNICAS DE NÁRNIA"
REFLETE TRISTEZA DE CHEGAR AO FIM
DA JUVENTUDE
Divulgação
'Vocês já estão grandinhos, chega de fantasia', diz o leão falante de Nárnia
Se o escritor britânico C. S. Lewis tivesse escrito o célebre poema de Manuel Bandeira, os irmãos Pevensie não iriam embora para Pasárgada, mas para Nárnia.
Lá, eles não seriam amigos do rei -e sim os próprios reis.
O faz de conta é um alívio para os heróis de "As Crônicas de Nárnia - A Viagem do Peregrino da Alvorada", que estreou na sexta-feira passada. É o terceiro filme da série.
Basta um truque de mágica e, zaz, os jovens escapam da Segunda Guerra e partem para um mundo fantástico cujo destino depende deles.
Mas Nárnia é um reino de fantasia. Assim que envelhecerem, os protagonistas vão ter de voltar à realidade. Então, nada de aventuras para os adultos que vão se tornar.
"A mensagem é que temos
de aprender a lidar
com perdas"
Elizabeth Brandão, professora de psicologia da PUC-SP
O clima do filme é melancólico, apesar de, em tese, ser uma história de ação. O tema do fim da juventude entristece o público, entre lutas de espada e animais falantes.
A tristeza, aliás, não é novidade no cinema infantojuvenil. Está presente, por exemplo, no recente "Toy Story 3", em que os brinquedos são abandonados pelo dono quando ele cresce. E "Harry Potter", também, fica mais sombrio a cada filme.
"A mensagem é que temos de aprender a lidar com perdas", diz Elizabeth Brandão, professora de psicologia da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica). "É tristíssimo pensar que tudo muda."
"Cada mudança de etapa traz uma crise", completa Vera Belardi, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
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Reportagem de DIOGO BERCITO de São Paulo
Fonte: Folha online, 13/12/2010
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