Eles são os 'bichos-grilo' do ciberespaço

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Eles são uma espécie de bichos-grilo do mundo virtual. Defendem bandeiras como o livre compartilhamento de músicas, o direito à privacidade para navegar e a divulgação irrestrita de documentos oficiais na web. São jovens e usam o domínio que têm dos computadores para desafiar empresas e governos. São os ciberativistas.

Nas últimas semanas, o australiano Julian Assange, criador do WikiLeaks, entrou em evidência graças à saia-justa em que colocou a diplomacia americana. O jornalista de 39 anos usa seu conhecimento em matemática e programação para fazer denúncias e vazar documentos oficiais com o alegado objetivo de fazer com que os governos prestem contas de seus atos com mais transparência.

Outro colaborador do WikiLeaks é Jacob Appelbaum, americano de 27 anos, defensor da privacidade na rede. É um entusiasta do Tor, sistema que permite a seus usuários esconder o que fazem na internet - o software impede que a navegação seja rastreada.

Esses jovens podem representar sérias ameaças, do ponto de vista das autoridades. Para seus simpatizantes, eles estão apenas lutando por um mundo melhor. Nada que já não se tenha visto nos tempos de Woodstock. A diferença é que as armas, agora, são um PC e o conhecimento compartilhado em redes sociais.

A filosofia do "é proibido proibir" também norteia as ações de Fredrik Neij, Gottfrid Svartholm, Peter Sunde e Rick Falkvinge, suecos capazes de causar calafrios na indústria fonográfica. Os três primeiros são os criadores do Pirate Bay, site que permitia a baixa gratuita de músicas e filmes pela internet. O último é o fundador do Partido Pirata, defensor das trocas de arquivos na rede. (TM e GB)

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Fonte: Valor Econômico online - São Paulo, 10/12/2010