domingo, 10 de abril de 2011

Facebook em debate: três opiniões

Imagem da Internet
Publicamos aqui os depoimentos de três pessoas envolvidas com a cultura digital sobre o Facebook e as redes sociais, e sua relação com a vida da sociedade. As declarações foram publicadas no jornal La Repubblica, 09-04-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis os depoimentos.

"Parece que estamos em uma colmeia"

 Jaron Lanier, autor de Gadget:
 Você não é um aplicativo (Ed. Saraiva, 2010)

"Conheço algumas diversas pessoas orgulhosas pelo fato de terem acumulado milhares de amigos no Facebook. Meu coração se despedaça quando falo com jovens cheios de vida que idolatram os ícones da nova tecnologia digital como o Facebook, Twitter, Wikipédia e os vários 'mash-up' da cultura free/open/Creative Commons. Sempre me chama a atenção o estresse infinito ao qual se submetem. Devem administrar sem descanso a sua reputação online, evitando o olho maligno e onisciente da mente-colmeia que pode se fixar sem pré-aviso sobre qualquer um. Um jovem da 'geração Facebook' que sofre uma humilhação online imprevista não tem saída, porque a colmeia é uma só.

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"O Facebook ajuda os contatos reais"

Mark Zuckerberg, criador do Facebook

"Quando fundamos o Facebook, entendemos que, tomando como modelo as relações de amizade, poderíamos fornecer, via web, aplicações úteis para compartilhar informações, fotos, vídeos. Mas isso só acontece de verdade se as relações que se estabelecem forem reais. Nós não o pensávamos como uma comunidade. Acredito que há uma confusão em torno do que é verdadeiramente uma rede social. Muitas outras companhias caracterizadas como redes sociais têm objetivos diferentes. O que estamos tentando fazer é de tornar eficaz comunicar e compartilhar informações. Sempre buscamos colocar o acento no componente de utilidade".

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"É o fascínio da promoção de si mesmo"

Zadie Smith, escritora. Seu livro mais recente
é “Cambiare idea” Ed. Minimum Fax)

"Talvez toda a realidade se tornará como o Facebook: falsamente alegre, fingidamente amigável, astutamente calculadora e comprometida em se promover. Por todos esses motivos, abandonei o Facebook dois meses depois de ter me cadastrado. Como com todas as coisas que criam uma dependência, abandonar foi mais difícil do que começar. Eu mudava continuamente de ideia. O Facebook continua sendo a maior distração do trabalho que jamais existiu, e, por isso, eu o adorava. Quando um ser humano se torna um conjunto de dados em um site como o Facebook, ele se reduz. Todos os seus aspectos se restringem. O caráter. As amizades. A linguagem. A sensibilidade".
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Fonte: IHU, 10/04/2011

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