segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Siri: 8 formas como ele vai mudar o mundo e o cérebro humano

Adriele Marchesini*
Apple
Muito mais do que comando de voz. O que a tecnologia de Inteligência Artificial Siri, presente no iPhone 4S, traz é uma quebra de paradigma total da forma como interagimos com tecnologia e entre nós mesmos. Depois do pontapé dado pela Apple, podemos esperar um mundo ainda inimaginável para o futuro, no qual dividir homem e máquina, digital e físico, serão coisas tão difíceis quanto separar cérebro e pensamento, alma e corpo.
“O fato de estar presente em uma plataforma móvel, agregado a uma série de serviços, vai fazer com que sistemas inteligentes aprendam em uma faixa muito maior do que qualquer sistema já aprendeu antes. Era difícil fazer um sistema preditivo. Para fazer interação com usuário, ou eu fazia uma pesquisa, com papel, ou apostava em métodos extremamente lentos. A internet conseguiu quebrar essas barreiras”, pontuou João Bernartt, diretor da Chaordic Systems .
Bráulio Medina Dias, especialista no tema, sócio da e-Brane e Advisor na Lifeboat Foundation, organização mundial focada em prevenir a humanidade de qualquer tipo de catástrofe que possa colocá-la em risco, inclusive no caso de problemas envolvendo o tema de Inteligência Artificial, pontuou oito grandes mudanças que a iniciativa da Apple pode trazer para nossas vidas. Se você é fã de ficção científica, vá em frente. Se tem medo de mudanças, pare por aqui.

1.Busca: o primeiro deles é mais simples. A interação que temos com mecanismos de buscas, que engloba quase todo o conteúdo disponível na web, vai mudar totalmente. Hoje, cerca de 90% dos brasileiros vão até a caixa branca do Google e digitam o que querem encontrar. Agora, as pessoas apenas falarão para o Siri qual sua dúvida, que ele varre sites como Wikipédia para encontrar a informação. “Se o usuário quiser uma informação rápida, como qual o hotel mais barato na região, ele terá uma indicação em segundos”, sugeriu Medina.

2.Além do comando de voz: A grande questão é que o Siri não será um sistema de comando por voz, do tipo: ligue para tal contato. Ele trará uma interação com o usuário, podendo, por exemplo, falar frases do tipo: “Fulano, faz X meses que você não vai ao médico. Como você tem mais de 40 anos, os riscos são altos”. Uma mamãe virtual – que está sempre ao seu lado e que não se magoa se você esquecer seu aniversário, mas nunca se esquece de avisar para você levar o guarda-chuva ou o casaco quando for sair de casa.

3.Óculos substituindo aparelhos: segundo o próprio Medina, esta “é uma grande viagem ainda, mas já há muitas coisas sendo testadas”. Segundo o especialista, a forma como interagimos como aparelhos é muito ruim, pelo fato de não ser nem ergonômica e nem humana. Ele prevê que iremos para comandos de voz, apenas, passando por óculos com monitores já acoplados. Segundo eles, existem, atualmente, protótipos toscos da tecnologia, o que já permite pensar em uma produção comercial em um futuro não tão distante.

4.Chips de memória: após os óculos, o próximo passo seria a evolução da neurociência. Segundo ele, chips neurais poderão ser uma realidade em 2030, daqui a 19 anos. “Nosso pensamento vai muito rápido, e a gente é submetido à velocidade do dedo. Com chips neurais será tudo instantâneo”, disse, Além disso, os processadores melhorariam, também, nossa memória RAM. “Conseguimos gravar um número de telefone com sete dígitos, mas não gravamos 13. Com mais memória randômica, podemos aumentar esta e outras funções cognitivas de uma forma impressionante”, prevê.

5.Capacidade extraordinária de processamento. Entre 2020 e 2030, a capacidade de processamento de toda a humanidade poderá ser armazenada em apenas um computador. “Hoje não conseguimos colocar o equivalente a um homem em uma máquina”, disse. E toda essa capacidade estará em um computador que poderá ser comprado em uma loja convencional, até mesmo em um supermercado.

6.O fim do Paradigma de Turing: entre 2025 e 2030, será construída uma máquina que quebre o Paradigma de Turing, ou seja, um software conseguirá conversar com uma pessoa como se fosse um ser humano. Será impossível notar a diferença. “Temos subsídios para treinar redes artificiais. Há um bando de dados abertos, como Twitter e Facebook, que podem servir de subsídio.”

Mais distantes, mas não impossíveis de serem alcançados:

7.Softwares com emoções: a capacidade de sentir tristeza, remorso, amor, entre outras emoções está em outro patamar, na visão de Medina. Antes disso será preciso desvendar muito mais o cérebro humano. Mas, claro, não é algo impossível.

8.Nossa cabeça na nuvem: quando chegarmos nesse estágio de completo desvendamento do ser humano, especialistas da neurociência poderão transportar toda a nossa consciência para um data center de nuvem. A interação será total e nosso corpo será espécie de uma ferramenta de um ambiente muito mais complexo e abstrato. “Quero viver até lá”, suspira Medina.
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*Editora do IT Web, Adriele Marchesini gosta bastante de uma tecnologia e abre espaço, neste blog, para ter mais contato com os leitores e dar pitaco onde não deve. Até outro dia jornalista apaixonada por finanças, faz pós em análise econômica na Fipe (aquela da tabela de preços de carro), é formada pela Metodista, tem cinco sobrinhos, um blog abandonado e, quando chove muito forte, não consegue sair do ABC para chegar em São Paulo, onde fica a redação do IT Web. Neste espaço, falará sobre de tudo um pouco sobre TI quando der na telha. Se não gostar, reclame. Ela adora uma discussão!
Fonte:http://itweb.com.br/26/10/2011

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