Sorrir, manter a discrição, ajudar os outros.
Pontos essenciais para ser alguém agradável
com quem todos desejam se relacionar
Em inglês são chamadas de easy going persons.
Em português, a expressão pode ser traduzida como flexíveis, de trato
fácil com as quais é cômodo se relacionar. Todos temos em mente alguém
assim: dão bom dia com um sorriso sincero, se oferecem e ajudam, falam
com tom e volume de voz moderado, são discretos e é bom estar com eles.
Ser mais relaxado
faz com que você aproveite mais. As relações que estabelecemos podem
chegar a ser uma fonte de satisfação – ou todo o contrário. Você está
diariamente em contato com outros, desde seu companheiro ou companheira
aos filhos, passando pelos colegas de trabalho, as pessoas que te
atendem em um guichê e o taxista que te leva ao seu destino. Por isso a
importância de se ter ao redor pessoas de trato fácil e poder treinar
para ser uma delas. É difícil ter uma vida para se orgulhar e ser feliz
se não a aproveitar. E se as relações sociais são estressantes, sua vida
também estará cheia de tensões.
Os homens e as mulheres agradáveis são pessoas com as quais é bom
contar e compartilhar o tempo de ócio, se você pensa nelas na hora de
planejar uma viagem, um churrasco ou tomar um café tranquilamente, e se
transformam em um modelo de comportamento. Por quê? Porque sua presença
faz com que você se sinta bem e relaxado.
É possível mudar nossa maneira de ser.
Fuja do “eu sou assim” e treine os pontos que aparecem na continuação
do texto. É impossível falhar em todos. Pode ser que precise trabalhar
alguns. Não fique agoniado. As mudanças precisam do desejo de se
renovar, planejá-las, agir, treiná-las através de repetição e ter
paciência com elas. Interprete com benevolência. Se tem alguma dúvida da
intenção de um comentário ou da ação de alguém, é melhor perguntar
antes de decidir que o feito ou a fala foram para atingi-lo. Se pensa
que os demais têm más intenções, não se dará conta do bem que podem
fazer para você.
Expectativas positivas. O “pense negativo e
acertará” só te leva a antecipar que as pessoas irão decepcioná-lo. Você
decepciona os outros, não é confiável, é desonesto, mentiroso? Não, a
maioria de nós somos pessoas de bem. Nos equivocamos e cometemos erros,
mas não costumam ser com intenção. Eu acredito que esse ditado foi
inventado pelo mesmo que diz que “o ladrão acredita que todos são como
ele”. O que esperamos dos demais condiciona o tratamento que temos com
eles. Se você espera coisas boas, será amável, sorrirá, dará tempo, se
sentirá tranquilo, confiará. Mas também acontecerá o contrário. Se você
espera que te decepcionem irá se fixar mais em detalhes negativos. É
certo que alguém em algum momento de nossa vida será injusto conosco.
Mas tirar conclusões de que todo mundo é igual é angustiante. Não é
fácil se relacionar com pessoas desconfiadas porque nos fazem sentir
desonestos.
Procure se relacionar com pessoas de escala de valores parecida.
Isso abre seu caminho e facilita suas relações. As pessoas parecidas
são mais fáceis de lidar. As semelhanças permitem nos anteciparmos e
estar em uma zona de conforto. Ter relações com clientes de outras
culturas e de valores diferentes gera um esforço extra, porque o que é
certo para você pode ser um absurdo para outros. Existem culturas nas
quais os comerciantes não entendem o fato de você não pechinchar, e
clientes que se sentem incomodados quanto precisam acertar o preço. Por
isso, ser parecidos nos transforma em pessoas de trato fácil com esse
grupo de pessoas.
Flexibilidade. Como é difícil manter uma relação
tranquila com alguém teimoso e inflexível! A capacidade de adaptação é
uma conduta inteligente e requer flexibilidade. Transigir não é uma
fraqueza. Ceder é ter empatia e reconhecer que a opção do outro também é
uma boa opção. Se fizer concessões, os demais também o farão. Mas se
não é capaz de se adaptar aos planos dos demais e ficar ofuscado quando
sua ideia não for a escolhida, ninguém irá querer contar com você porque
será uma barreira para as prioridades da equipe ou de outra pessoa. A
flexibilidade melhora muito a comunicação e facilita o entendimento.
Afabilidade. A afabilidade se encontra no volume, no
tom, na expressão facial, nas palavras escolhidas e em seu olhar. As
pessoas afáveis projetam um calor sincero. Sua expressão facial convida a
devolver um olhar e sorriso iguais. Sua maneira relaxada de te pedir
algo faz com que você se sinta valorizado e querido. A afabilidade é a
melhor rival da agressividade e do trato seco.
Transparência. Guarde um ás na manga para os truques de magia, mas não para se relacionar com os demais. Fale, expresse como se sente,
o que está acontecendo, quais são suas preocupações. E faça-o com
naturalidade. As pessoas que falam de si mesmas com naturalidade nos
parecem próximas. Pelo contrário, existem pessoas que parecem
misteriosas e que esperam que os demais adivinhem como estão se
sentindo. É gente que não nos deixa cômodos.
Deixe a seriedade para as emergências. Não é
sinônimo de responsabilidade. Seja divertido e descontraído. Se
relacionar com pessoas sérias às vezes é incômodo. Não provoca um
ambiente relaxado e despreocupado no qual os demais se sintam com
confiança para serem eles mesmos.
Trabalhe sua expressão facial e seus gestos. O
sorriso convida o outro a sorrir, e os demais pensam em você como uma
pessoa acessível, relaxada e aberta a se relacionar. Sorrir é gratuito e
abrirá muitas portas. Não olhe por cima do ombro, não levante o dedo
acusador. A naturalidade na hora de se expressar de forma agradável
precisa de treinamento. Se decidiu sorrir mais, o normal é que no começo
seu gesto risonho não saia com toda a naturalidade do mundo. Mas tenha
paciência.
Seja uma pessoa divertida e tenha bons momentos.
Quanto mais aproveitar a vida e mais desenvolver seu senso de humor,
terá maior satisfação e bem-estar. Não é atrativo nem agradável se
relacionar com pessoas rancorosas, invejosas e vitimistas. Você pode
realizar com mais diversão a mesma coisa que faz agora: coloque música,
seja criativo, tire a seriedade da situação e lembre emoções positivas
que o façam sentir-se vivo durante um momento de estresse. Existem
muitas maneiras de mudar seu estado emocional. Não permita que as
situações e outras pessoas te superem e te submerjam na apatia e na
raiva. Modifique seu mundo e você irá se transformar.
Escute e preste atenção. Gostamos de nos relacionar
com as pessoas que se interessam por nós e nos escutam. Faça com que os
outros sintam-se bem sendo atencioso, reforçando as paixões do outro,
valorizando seus progressos, elogiando detalhes, desde a roupa a sua
última conquista profissional. Deixe a crítica e os conselhos não
pedidos. A ideia é ter bons momentos, não dar lições a outras pessoas.
A forma como vê as pessoas é a forma como as trata, e a forma como as trata é no que você se transforma"
Pergunte e se interesse pelos outros. As pessoas
gostam de falar delas mesmas e sentem-se confortáveis quando têm a
oportunidade de contar suas mudanças, sua vida em casal, o futuro de
seus filhos, interesses, o trabalho... Não seja o protagonista das
conversas. Não precisa ter uma relação íntima com a pessoa para mostrar
interesse.
Seja prestativo, não servil. Faça favores gratuitos,
desses que têm a única finalidade de ajudar e contribuir com o
bem-estar de outra pessoa. Não meça suas atitudes, aja em função de seu
coração, valores e sentimentos. As pessoas prestativas se oferecem:
“Posso ajudar em algo?” Não se trata de estar a serviço dos demais e perder nosso espaço.
Mas também é preciso não pensar em nós mesmos de vez em quando para
descobrir em que e como é possível contribuir e prestar ajuda. Busque o
meio-termo para ter tempo para tudo.
Melhor ter paz do que ter razão. Que tranquilidade
temos ao nos permitir não justificar tudo, não precisar argumentar as
ideias para sentir-se compreendido, como é relaxante para qualquer troca
de ideias, conversa à mesa e bate-papo! As pessoas que sempre querem
ter razão são cansativas. Mostram com orgulho seus conhecimentos,
argumentos e acreditam estar sempre com a razão. Não é agradável
conversar com eles.
Seja discreto, sobretudo com a informação dos outros.
Esse mundo de fofoca no qual muitos vivem a vida dos demais por não
viver a sua, acabou por transformar o falar do outro em algo normal. A
indiscrição e a imprudência afastam você das relações de confiança. Não
fale da vida privada, assuntos e intimidades de ninguém, e ainda menos
sem pedir permissão. Não espere que te digam “Não comente sobre isso”.
Tenha o costume de não o fazer.
Um provérbio do livro Como ganhar amigos e Influenciar Pessoas, de Dale Carnegie, diz o seguinte: "Se quer tirar o mel, não espante a colmeia".
Esperamos ser bem tratados porque faz parte do respeito que merecemos e
porque nos sentimos especiais. Mas esse desejo deve vir acompanhado de
comportamentos recíprocos e bidirecionais.
--------------Reportagem por Patricia Ramírez 24 AGO 2015
Imagem de Anna Parini
Fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/2015/08/20/ciencia/1440090968_118776.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário