terça-feira, 4 de outubro de 2011

O que torna um país competitivo?

Jeffrey Pfeffer*
Palestrante afirma que o capital humano monta uma nação
bem sucedida; mas é preciso investir
em recursos e criar talentos
Custos de mão de obra não é igual à taxa de mão de obra e que, por sua vez, não é igual ao lucro. Talvez por isso, muitas empresas tem problemas de receita, pois ainda não entenderam que os níveis salariais não são proporcionais aos custos de mão de obra ou aos lucros.
Para simplificar sua teoria, o professor apresentou aos seminaristas presentes no Seminário HSM Jeffrey Pfeffer, o case da Walmart, Costco e Sam’s Club.
• A primeira empresa, oferece em média, U$15,97 por hora a seus funcionários, 39% a mais que a média dos funcionários do Sam’s Club, que ganhavam U$11,52.
• A Costco oferece seguro-saúde a 82% de seus funcionários, enquanto na Sam’s Club 47% são cobertos por um plano menos generoso.

Qual rede de lojas é mais lucrativa?

• A rotatividade de mão de obra no primeiro ano de emprego é de 6% na Costco, contra 21% no Sam’s Club;
• A Costco gerou US$ 8.557 de vendas por m² e o Sam’s Club US$ 5.554;
• Portanto, o lucro por funcionário da Costco foi US$ 13.647, comparado com US$ 11.039 do Sam’s Club.
Para Pfeffer, a fonte mais sólida de vantagem competitiva é o modo como gerenciamos pessoas. “Temos mais de 100 estudos que documentam o efeito da gestão de pessoas na organização e não importa o volume de investimentos, se você não tiver pessoas habilidosas para administrar essas ferramentas”, afirma o professor.
A matemática é simples: primeiro, cuide dos empregados porque são eles que cuidam dos clientes e se os clientes estão felizes vão trazer o retorno desejado pelos acionistas.

O descompasso entre saber e fazer

O que importa, é o que você faz e não o que sabe fazer. O professor explica que no mundo atual todo mundo sabe tudo, muitos recursos são gastos em treinamentos, a cada ano são mais de 120 mil profissionais formados em gestão de negócios nos EUA, mas as empresas precisam entender que o conhecimento é importante mas por si só não traz diferencial e vantagem competitiva.
E sugere: “Por que você não pode tentar implementar o que ja é conhecido? Além de propor uma melhor prática, é possível melhorar o processo e atingir uma melhor performance”. Assim como a Coreia, que tem investido na cópia, no aperfeiçoamento de outros modelos. Eles fazem isso com o modelo educacional copiado do Japão e melhorando produtos lançados em outros países, sem medo de inovar e melhorar.

A filosofia que promove a ação

O descompasso entre saber e fazer carece de um entendimento sobre a gravidade de problemas e o progresso das resoluções.
“Quando começarem a reunião, levem uma representação mental de onde o problema está e vejam o que está acontecendo ao redor, criando uma lista prática de ações, o modo como os gestores estão se relacionando com o desempenho empresarial e se o produzido e entregue está coeso”.
Tenha sempre em mente que errar no começo e com frequência é sempre melhor que errar uma só vez e as empresas precisam driblar o medo incorporado nas empresas. “O medo de perder emprego causa problemas, o medo de enfrentar o chefe restringe o fluxo de informações. Você precisa ativamente fazer com que as pessoas falem a verdade, incentivando a transparência na comunicação e dando a elas uma segunda e terceira oportunidade, sempre.”
A cultura do convencimento do erro engaja novos gerentes a comprarem a ideia de que aprender por definição significa tentar algo em que vc nao é bom!
Para os tempos difíceis, Peffer incentiva que gestores expliquem às pessoas o que está acontecendo e por quê, afinal, elas devem saber o que esperar; devem tomar as decisões sobre seu próprio futuro. “Demonstre compaixão, solidariedade e solicitude. É isso que as pessoas esperam de você”, afirma.

A gerência baseada em evidências

A experiencia é otima, mas o passado faz com que façamos o que já estávamos fazendo, sempre. Para Pfeffer copiar sem pensar faz com que a ideologia e a crença se percam no processo decisório das empresas e a ação caia no achismo individual.
“Muitos líderes sêniors são bons em fazer o que já sabem e não necessariamente é o que identifica o problema. A gestão baseada em evidência é o jeito de pensar, uma atitude de conhecimento e sabedoria em que você age no momento certo e com base nas informações que você tem. O que de fato vai importar é a brecha aberta para as possibilidades de melhoramento. Isso mostra que você acredita que o conhecimento muda”, conclui Pfeffer.
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*Professor da Stanford Graduate School of Business questiona se os participantes sabem avaliar gastos e lucros
Portal HSM- 04/10/2011

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