quarta-feira, 6 de julho de 2011

Senador diz que projeto é 'polêmico'

O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) assume: seu projeto de lei que pretende criminalizar a venda de videogames "ofensivos" é polêmico. Trocando o "ofensivo" por "violento", ele comentou o projeto por telefone:

Folha - O que exatamente o projeto criminaliza?
Valdir Raupp - Na verdade, são os games violentos. Estou convocando uma audiência pública para trazer especialistas pra falar sobre esse assunto, antes de tocar esse projeto pra frente. Vamos ouvir o que a equipe de especialistas tem a dizer.

A ideia seria criminalizar venda e fabricação de videogames violentos?
Não seria nem a fabricação, porque eles não são fabricados no Brasil. Seria a comercialização.

O que podemos considerar como game violento?
São uns três ou quatro que matam, em que a pessoa ganha pontos por matar mais ou atropelar mais pessoas na calçada. Aqueles que matam com facas ou tiros. E naquele episódio do Rio de Janeiro, no Realengo, ficou provado que o cara estava praticando por meio dos videogames. As aulas que ele estava tendo eram no computador.

Você pode dar algum exemplo?
Não tenho nomes.

Seria como o Counter-Strike?
Isso.

Hoje já não existe uma classificação indicativa que vem junto com os jogos?
Sabe que eu não sei? Acho que não tem.

Nos Estados Unidos existe...
Pode ser até que tenha, mas ninguém controla. Não existe controle sobre isso. De repente, o que falta é esse controle. (AD)

OBS.do BLOG: Estranho a resposta do ilustre Senador: não sabe dar exemplos e nem se existe classificação indicativa junto com os jogos. O nosso Senado...

OUTRO LADO


'Videogame é discriminado no projeto de lei'

O projeto de lei que quer proibir a venda de videogames considerados "ofensivos" discrimina o videogame enquanto mídia, segundo Julio Vieitez, diretor da Level Up!, uma das maiores empresas de videogames no Brasil.
"Os jogos são um produto de entretenimento. Assim como eles, existem TV, música, filmes. Por que um conteúdo seria considerado inadequado e passível de crime dentro de um jogo, mas não em um filme 3D?", questiona.
Vieitez comenta que o mercado de jogos, como qualquer outra operação comercial, já está sob as leis atuais.
"Muitos dos assuntos tratados no projeto de lei, como os que tratam do respeito a raça e religião, a própria Constituição já define se é ou não crime. Então, ele acaba sendo uma repetição", diz.
O diretor da Level Up! conta que já existe uma classificação indicativa dos jogos feita pelo Ministério da Justiça, mas assume que existem falhas. "Por mais que eles tenham feito um esforço bacana de classificação, muitas empresas não respeitam. A venda de jogos é bem regulamentada, o que falta é uma fiscalização maior", diz.
Por meio de seu site (bit.ly/minjustica), o Ministério da Justiça permite que o usuário consulte a classificação indicativa de um jogo eletrônico. Para fazer a pesquisa, basta inserir o título do game em questão.

PIRATARIA

Outro problema do projeto de lei é a eficiência, diante da quantidade de pirataria que existe no mercado, segundo Vieitez.
"A pirataria no mercado de consoles é muito grande, então é estranho que eles queiram proibir a pequena porcentagem de jogos que é realmente legalizada. A grande maioria vai continuar sendo vendida sem nenhum problema", conta.
A falta de detalhamento no que poderia ser considerado ofensivo ou violento é outro problema. "O que também me chama atenção é o que poderia ser considerado 'ofensivo'", diz o diretor. (AD)
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Fonte: Folha on line, 06/07/2011
Imagem da Internet

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