quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Educar, educar e educar...

Regina Miranda*


O papel da escola é fundamental para a construção de uma sociedade sustentável. Saiba como é possível trabalhar neste segmento em artigo produzido pela Agenda Sustentável.
O cuidado de agir, produzir e viver com um menor impacto social, ambiental e econômico é um caminho sem volta, rumo a uma nova forma de fazer as tarefas do dia a dia e, principalmente, de se relacionar com o planeta.
Quando passamos a conhecer práticas de sustentabilidade empregadas por diversas instituições e pessoas, percebemos que é fácil preservar o planeta apenas com a mudança de certas atitudes e posturas. A sustentabilidade é um assunto que apaixona. Sua prática deixa as pessoas perdidamente apaixonadas pela vida.
A Sustentabilidade nada mais é do que educação. Educação, conscientização, motivação e engajamento... E essa é uma das tarefas da escola. Nas palavras de Vitor Henrique Paro, essa relação fica ainda mais evidente: “Para que isso não se perca, para que a humanidade não tenha que reinventar tudo a cada nova geração, fato que a condenaria a permanecer na mais primitiva situação, é preciso que o saber esteja permanentemente sendo passado para as gerações subsequentes. Essa mediação é realizada pela educação, entendida como a apropriação do saber historicamente produzido. Disso decorre a centralidade da educação enquanto condição imprescindível da própria realização histórica do homem.”
Ora, se passar esse conhecimento da sustentabilidade para as novas gerações é o papel da escola, por que as principais instituições de ensino do País ainda não possuem ações cuidadosamente definidas? Além disso, essas mesmas instituições deixam de poupar significativas quantias por não preocuparem-se com a sustentabilidade de sua própria gestão. Percebo que simples ações muito efetivas, como implantar sistemas de gestão de energia e de água, conscientizar seus alunos e funcionários para um consumo cuidadoso dos insumos escolares, promover passeios junto à Natureza, a despeito de custosos roteiros turísticos, entre muitas outras, ainda são ignoradas.
Por intermédio de meu trabalho frente ao Agenda Sustentável, site com a missão de conscientizar, compartilhar e disseminar as melhores práticas em sustentabilidade para as empresas e toda a sua cadeia de valor, reuni informações para sugerir ações simples de sustentabilidade para instituições de ensino que estejam preocupadas em cumprir seu importante papel com essa futura geração.
Primeiramente, as escolas poderiam se inspirar em cases de sucesso de grandes empresas. Posso citar inúmeras ações com resultados espantosos, perfeitamente replicáveis nas escolas, como a nomeação de Delegados do Meio ambiente (do Hospital Sírio-Libanês), que em dois meses gerou a destinação correta de toneladas de lixo; ou a ação de compartilhamento das melhores práticas de sustentabilidade pessoal de funcionários (Wal-Mart), gerando uma reação em cadeia de ações de outros funcionários; ou mesmo a ação simbólica de apagar as luzes por uma hora diária (Porto Seguro), que poupa energia suficiente para iluminar uma pequena cidade. Para os interessados, essas e muitas outras ações estão disponíveis para consulta no site Agenda Sustentável (http://www.agendasustentavel.com.br/).
Outra iniciativa por parte das instituições de ensino é engajar seus professores e funcionários para esse importante tema. Rápidas ações de reciclagem/treinamento dos funcionários podem resultar na propagação eficaz de cuidados sociais e ambientais.
Também podem incluir alunos e suas famílias em ações de cuidado com a comunidade em torno da instituição. As escolas perdem a oportunidade de usar seus caros equipamentos quando ficam restritas a seus muros, trancadas. Quantas crianças menos favorecidas adorariam treinar na quadra poliesportiva que fica às moscas por todo o fim de semana? Os alunos poderiam ter parte dos resultados conjugados a ações extracurriculares de auxílio à comunidade, por exemplo.
Promover entre os alunos campanhas, gincanas e competições de reciclagem, de ações comunitárias, de doação de brinquedos, demonstrando, depois, os resultados, pode ser outra maneira eficaz e saudável de ensinar a eles a efetividade das pequenas ações realizadas em conjunto.
Há ainda inúmeras idéias, pequenas, grandes, longas e curtas que poderiam ser aplicadas nas escolas. Bastam um pouco de comprometimento com o assunto, organização e muita força de vontade. Sinto que estamos perdendo o timing para essas ações. Será que vamos deixar passar da hora para abordar esse assunto de suma importância?
Quando o assunto é Sustentabilidade, ou se preferir, amor pela vida e pelo planeta, todos podem e devem fazer a parte que lhes cabe. Quanto a mim, estou disposta a orientar e auxiliar quantas instituições estiverem interessadas em mudar sua atuação no mundo.

*Regina Miranda (uma das idealizadoras do projeto Agenda Sustentável e uma das fundadoras da Educacional Marketing e Editora Ltda. Sua carreira sempre foi pautada no segmento Educacional e pratica a sustentabilidade muito antes de ter esse nome)
Fonte: Agenda Sustentável (www.agendasustentavel.com.br)HSM Online14/10/2009

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