"Nós sabemos que o CO2 é um gás incolor,
inodoro e não poluente gás muito especial, projetado pelo nosso Criador
para ser um composto químico essencial para sustentar toda planta,
animal e vida humana".
Com a encíclica papal sobre as mudanças climáticas
prevista para o dia 18 de junho, pode-se esperar que a mídia liberal
irá retratar o documento vaticano como um grande passo para a agenda das
Nações Unidas de controle e de tributação do uso dos
recursos naturais por parte dos governos e dos povos. Mas um grupo de
cientistas aposentados da Nasa está criticando o papa
diretamente, armados com uma experiência de décadas de planejamento de
missões espaciais estadunidenses e de gestão das mais complexas e
difíceis questões das ciências climáticas. O veredito deles: o papa está
pondo em risco o seu status moral e a sua credibilidade.
A reportagem é de Cliff Kincaid, publicada no sítio RenewAmerica, 08-06-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
De fato, esse grupo está alertando diretamente o Papa Francisco que, se ele abraçar a agenda climática das Nações Unidas,
ele estará violando tanto os princípios científicos quanto os valores
religiosos que ele encarna e que deveriam se refletir na ajuda direta
aos pobres da Terra.
Mas, aparentemente, o papa está contando com o seu status como "a pessoa mais popular da Terra", nas palavras de Dan Misleh, diretor-executivo da organização Catholic Climate Covenant,
para defender o ponto "moral" de que vivemos em "um planeta abundante
embora finito" e de que os limites globais ao crescimento industrial
devem ser impostos em nível mundial.
A batalha que agora ganha forma provavelmente vai ajudar a determinar se a soberania dos EUA serão sacrificadas a fim de possibilitar um sistema de "governança global" ou de governo mundial.
Em uma decisão controversa que poderia sair pela culatra, o deputado republicano John Boehner (Ohio) convidou o Papa Francisco para proferir um discurso ao Congresso dos EUA em setembro, uma oportunidade que ele poderia usar para empurrar as semelhantes agendas das mudanças climáticas tanto do Vaticano quanto do governo Obama.
O fato de que uma equipe de pesquisa composta principalmente de
cientistas e engenheiros da Nasa aposentados tenha entrado no debate é
algo relativamente novo e particularmente notável. Esses indivíduos têm
muita experiência na área das mudanças climáticas, como resultado do
envio de astronautas para a atmosfera e para o espaço e de trazê-los de
volta para a Terra.
Os membros do grupo – o Right Climate Stuff Research Team – são veteranos do programa Apollo da Nasa, que pousou astronautas na Lua
e trouxe-os de volta com segurança, durante a década de 1960, de acordo
com a introdução da sua carta ao papa. Eles têm um site que divulga o
seu ponto de vista de que não há provas convincentes de que o planeta
esteja em uma "crise climática".
Esses cientistas aposentados sugerem que o papa está cometendo um
grande erro ao usar modelos de computador não confiáveis ou não
testadas, que predizem um "desastre climático". Eles afirmam: "As nossas
políticas estritas da Nasa, com base em conceitos do
senso comum do método científico, treinaram-nos para ignorar projeções
de modelos não validados para o projeto crítico ou para decisões
operacionais que envolvam a segurança humana e, ao contrário,
treinaram-nos para basear tais decisões em dados físicos disponíveis".
"...os pobres no mundo em desenvolvimento "precisam ter livre acesso a
fontes de energia de combustível fóssil relativamente baratas para
melhorar a sua qualidade de vida", e, se níveis mais elevados de CO2
atmosférico de fato ocorrem, eles não vão prejudicar o desenvolvimento
das nações pobres, mas sim resultar em "um aumento da produção de
alimentos", que irá beneficiá-los."
O porta-voz deles é Harold H. Doiron, que atua como presidente do Right Climate Stuff Research Team.
Ele diz ao pontífice em uma carta que "não há nenhuma razão científica
ou humanitária convincente para a promulgação imediata de controles de
emissão de CO2 em nível mundial, como a ONU está pedindo-lhe para
recomendar...".
Além disso, Doiron e os seus colegas argumentam que
os pobres no mundo em desenvolvimento "precisam ter livre acesso a
fontes de energia de combustível fóssil relativamente baratas para
melhorar a sua qualidade de vida", e, se níveis mais elevados de CO2
atmosférico de fato ocorrem, eles não vão prejudicar o desenvolvimento
das nações pobres, mas sim resultar em "um aumento da produção de
alimentos", que irá beneficiá-los.
Rejeitando a ideia do CO2 como um poluente que deve ser
regulamentado, eles dizem: "Nós sabemos que o CO2 é um gás incolor,
inodoro e não poluente gás muito especial, projetado pelo nosso Criador
para ser um composto químico essencial para sustentar toda planta,
animal e vida humana".
Doiron fez uma apresentação em Roma no dia 28 de abril como parte de um evento do Instituto Heartland organizado para alertar o Vaticano contra a corrida para abraçar a agenda das mudanças climáticas da ONU. Ele incluiu uma apresentação de slides intitulada "Uma avaliação independente e objetiva da questão do aquecimento global causado pelo homem" [disponível aqui, em inglês], que se refere à agenda da ONU como "alarmismo climático" baseado em modelos falhos, e não em dados reais.
Ele irá falar esta semana em Washington, na 10º Conferência Internacional sobre Mudanças Climáticas.
Na sua apresentação em Roma, Doiron disse ser membro de uma paróquia católica no Texas, onde os paroquianos estavam "rezando para que o Papa Francisco tenha discernimento ao olhar para essa controvérsia do aquecimento global".
No programa Fox News Sunday, o candidato republicano à presidência Rick Santorum,
um católico praticante, disse que "há problemas mais urgentes na Terra"
para que o pontífice resolva em vez das mudanças climáticas.
Ignorando as preocupações dos católicos conservadores de que a Igreja deveria se concentrar em questões morais, o jornal New York Times publicou uma reportagem, intitulada "Papa Francisco intensifica campanha sobre as mudanças climáticas, para o alerta dos conservadores" [disponível aqui,
em inglês], em que relata que a encíclica papal "será acompanhada por
um campanha de 12 semanas, que está sendo preparada agora com a
participação de alguns bispos católicos, para levantar a questão das
mudanças climáticas e da proteção ambiental em sermões, homilias,
entrevistas nas mídias e cartas a editores de jornais...".
A fonte dessa afirmação foi Dan Misleh, que foi convidado ao Vaticano para ajudar a coordenar a campanha. Anteriormente, ele já dirigiu os esforços educativos e de assistência do do Departamento de Justiça, Paz e Desenvolvimento Humano da Conferência Episcopal dos EUA.
O seu grupo se tornou parte agora do Global Catholic Climate Movement,
cujo site mostra pessoas pobres que caminham por regiões inundadas, em
meio a furacões e chaminés, enquanto os visitantes do site são
convidados a "mudar o nosso percurso", a rezar e, assim, a agir.
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Fonte: IHU online, 11/06/2015
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