Elton Bozzetto dedica seu tempo e disposição a fazer o que percebe
que os governos não conseguem sozinhos: ajudar os imigrantes que chegam
ao Rio Grande do Sul. Ele é o coordenador do Fórum de Mobilidade
Humana e defende o direito à migração e a necessidade de se aceitar e
integrar na sociedade as pessoas que vêm de outros países. Nos últimos
anos,viu chegarem ao Estado senegaleses, ganeses, indianos, chineses,
dominicanos, haitianos e colombianos, entre outros.
Apesar de parte da sociedade e da mídia acreditarem que os
estrangeiros podem “roubar” postos de trabalhos, Elton explica que isso
não acontece na prática. “Há condição de ocupação para os migrantes. São
raros os que não têm ocupação, e aí a não-ocupação pode inclusive estar
relacionada a toda essa questão da integração”, reflete.
No entanto, Elton não vê o preconceito contra os migrantes como um
grave problema no Rio Grande do Sul. Ele diz, inclusive, ter ficado
positivamente surpreso com a acolhida que tiveram no Estado. “Houve
alguns casos de racismo que tiveram uma publicidade enorme, enquanto a
grande integração que está existindo – inclusive no ambiente de trabalho
– tem tido pouca repercussão”, aponta. Nesta entrevista, ele fala sobre
a realidade dos migrantes em termos de trabalho, possibilidade de
reencontrar suas famílias e a Nova Lei Migratória.
“Os bens que existem sobre a face da Terra não pertencem a nenhum homem, pertencem à humanidade.”
Su21 – Como é que o senhor começou a se envolver, se
preocupar com os imigrantes e toda essa questão que levou à presidência
do fórum?
Elton Bozzeto – Eu represento, no Fórum Permanente
de Mobilidade Humana, uma instituição que tem quase 60 anos de
atividade, o Mensageiro da Caridade — secretariado da Arquidiocese de
Porto Alegre –, que há muito tempo se preocupou com a situação dos
migrantes. [A organização] os acolhia na Cidade de
Deus, um bairro que existe aqui na zona sul de Porto Alegre, e a
entidade tem uma estrutura ali. Depois, na década de 1990, teve uma
vinda para cá de angolanos e a entidade também acolheu, auxiliando
em oportunidades de trabalho, porque a nossa entidade está vinculada ao
trabalho social e à promoção da defesa dos direitos humanos. A entidade
foi convidada, quando criaram o Fórum, para integrar a organização. O
Fórum reúne instituições que desenvolvem trabalho social e que
estabelecem alguma relação com a questão da mobilidade humana. Eu fui
designado pela entidade para representar a instituição no fórum
permanente. A gente sempre esteve envolvido com as organizações, com as
atividades, com os eventos que o fórum tinha e, como nós temos uma
dinâmica de rodízio na coordenação da atividade, no ano passado me
escolheram por um ano para continuar o trabalho.
Sul21 – E no Mensageiro da Caridade, o senhor entrou primeiramente por que via, para fazer trabalho de caridade?
Elton – Eu sou jornalista de formação e entrei no
Mensageiro da Caridade em 1995, fazendo um trabalho de comunicação.
Agora, além do trabalho de comunicação, eu estou integrando a equipe
técnica da entidade e, que faz todo um relacionamento com outras
organizações e, por conta disso, eu também faço a representação da
entidade no fórum.
“Se o Estado não tem condições de atender, então a sociedade que tem condições, pode atender e efetivamente o faz através de muitas organizações no RS, que estão agindo.”
Sul21 – Nesses últimos anos e meses, tem se observado essa
grande leva de migrantes, de países africanos e haitianos, vindo para o
Estado. Como tem sido a recepção por parte do poder público e da
sociedade a essas pessoas?
Elton – Quando a gente fala em mobilidade humana, é
preciso recordar alguns movimentos importantes que ocorreram aqui no Rio
Grande do Sul. Primeiro: no final da segunda parte do século XIX,
especialmente, nós tivemos toda a migração européia, de italianos e
alemães predominantemente, mas de outras nacionalidades também. Depois,
após a 2ª Guerra Mundial, nós tivemos um outro movimento importante, que
aí estão incluídos europeus, judeus e outras nacionalidades. A partir
da década de 1980, nós tivemos uma movimentação importante de
hispano-americanos, ou seja, pessoas dos países vizinhos, especialmente
Uruguai , Argentina, Bolívia e Chile, nossos países limítrofes. E agora,
nos últimos dois, três anos, se acentuou essa migração essencialmente
econômica, ou seja, as pessoas vêm para cá em busca de trabalho e de
condições de sobrevivência, condições de vida. Inclusive, muitos
migrantes disseram que não têm interesse de permanecer para sempre aqui.
Vêm por um período, até ter recursos, criar condições no país de
origem, até possivelmente retornar.
No entanto, isto não exime o estado e a sociedade de assegurarem para
esses migrantes a plena cidadania e todos os seus direitos. Já em 1804,
Immanuel Kant, filósofo alemão, escreveu a primeira obra que trata do
direito internacional. Quando ele escreveu seu livro O Direito dos
Povos, estabeleceu pela primeira vez o conceito de cidadania universal. E
o conceito básico que ele abordou para isto é de que os bens que
existem sobre a face da Terra não pertencem a nenhum homem, pertencem à
humanidade. E por pertencerem à humanidade, eles devem servir a todas
aquelas pessoas que tem necessidade dessas condições para a
sobrevivência. Por conta desse conceito de cidadania universal que nós
temos que respeitar, por conta disso, o Estado, uma nação que recebe
essas pessoas em situação de mobilidade, precisa prover todas as
condições e, subsidiariamente, as organizações da sociedade podem suprir
esse papel do Estado. Se o Estado não tem condições de atender, então a
sociedade que tem condições, pode atender e efetivamente o faz através
de muitas organizações no RS, que estão agindo.
Por exemplo: o Cibai (Centro Ítalo-Brasileiro de Assistência e
Instrução às Migrações), que é uma das entidades que funcionam junto da
igreja do Pompeia, há mais de 60 anos realiza esse trabalho de acolhida
aos migrantes. Começou depois da 2ª Guerra Mundial e mantém até hoje, e é
a organização que mais atende, mais recebe e mais faz esse papel de
acolhida aos migrantes. E é uma organização da sociedade que realiza
esse trabalho, então não dá para dizer que é estritamente atribuição do
Estado. E é isso que a gente tem tido no Rio Grande do Sul, embora no
último período tenha havido uma preocupação do Estado aqui no nível
estadual e municipal em propiciar condições de acolhida a essas pessoas.
No entanto, ainda é insuficiente e desorganizado, embora estejamos num
processo de organização, a partir da criação do comitê estadual.
Chama-se Comirat (Comitê de Atenção aos Migrantes Refugiados, Apátridas e
Vítimas do Tráfico de Pessoas), que existe tanto em âmbito estadual,
quanto nacional. Agora foi instalado, no início deste ano, o Comirat
municipal, em Porto Alegre, que é o órgão que vai tratar da gestão da
recepção e do atendimento às necessidades básicas dos migrantes. Existem
algumas iniciativas do Estado, mas especificamente no RS, até hoje, a
sociedade fez predominantemente o atendimento e a acolhida a essas
pessoas.
“São pessoas com relativa qualificação, mas por outro lado, há que se observar que mesmo tendo uma boa qualificação, eles estão dispostos a desempenhar qualquer atividade laboral.”
Sul21 – Eu estive em Caxias do Sul e conversei com alguns
senegaleses e ganeses que foram para lá e observei que a maioria deles
não eram pessoas que vinham de condições de miséria e muita pobreza em
seus países, eram pessoas que talvez fossem consideradas classe média em
seus locais de origem. De fato, é esta a situação geral dos migrantes
que chegam ao Estado?
Elton – Eu não tenho um panorama, até porque são
parâmetros bem diferentes quando comparamos nossa realidade com a deles.
Por exemplo: quem vem do Haiti é gente que, embora tenha relativa
formação, não tinha nenhuma condição de obter trabalho em seus países,
então vivem na mais absoluta miséria, embora tenham uma formação.
Muitos, inclusive, tem curso superior no nível de suas nações, e nós não
temos um mecanismo ainda que possibilite reconhecer essa formação, o
que é um limitador para a atividade que eles desenvolvem aqui. Da parte
dos senegaleses, também nós temos observado isso, e inclusive tem
pessoas que falam mais de uma língua, embora não esteja contemplado o
português. São pessoas com relativa qualificação, mas por outro lado, há
que se observar que mesmo tendo uma boa qualificação, eles estão
dispostos a desempenhar qualquer atividade laboral. Eles aceitam
qualquer oportunidade de trabalho, embora a legislação assegure, a
partir do momento em que eles têm a situação regularizada no Brasil, a
mesma condição dos trabalhadores brasileiros, sem nenhuma distinção. São
pessoas que vêm já com uma qualificação e nenhuma oportunidade em seus
países. Esse é um fator importante.
Sul21 – É possível traçar um panorama geral da situação deles
aqui? Estão conseguindo emprego? Em que situação econômica estão
vivendo?
Elton – Eu não consigo traçar um panorama de todo o
estado, mas nós temos acompanhado a situação geral. Há uma abertura
significativa do empresariado para esta mão de obra e isto é um dado que
o Fórum tem publicado. Há condição de ocupação para os migrantes. São
raros os que não tem ocupação, e aí a não-ocupação pode inclusive estar
relacionada a toda essa questão da integração deles às comunidades
locais, então pode criar algum tipo de dificuldade. Mas no aspecto
laboral, de trabalho propriamente dito, praticamente todos que chegam
aqui conseguem oportunidade. No Cibai, que é uma das organizações que
integram o Fórum, há uma lista de empresas que constantemente solicitam
trabalhadores que chegam aqui. Aqui no RS na área da logística tem um
número expressivo [de vagas] na construção civil e na indústria
de alimentos, dado que foi apresentado na semana retrasada em uma
reunião do Fórum. São 2.520 trabalhadores migrantes na indústria de
alimentos e nós temos aqui no Rio Grande do Sul cerca de 10.500 a 11.000
haitianos e mais 4.000 originários de outras nacionalidades, em que se
incluem senegaleses, ganeses, indianos, chineses, dominicanos,
colombianos, entre outros.
Na pesquisa recente que nós fizemos, os empresários citam algumas
características desses trabalhadores: são extremamente rigorosos no
cumprimento de horário de trabalho, são muito cuidadosos no
desenvolvimento de suas atividades, tem muita facilidade em observância
das determinações, das orientações que são passadas no ambiente de
trabalho. E aí tem um outro componente, que nós recolhemos a informação
também, é que eles ocupam funções às quais os trabalhadores brasileiros
não se sujeitam mais. A indústria da alimentação, por exemplo, tem
muito disso, do ambiente, da questão da insalubridade, que os
trabalhadores brasileiros estão rejeitando nessas funções. Aí é uma
questão de necessidade, mas a gente tem feito um trabalho bastante
intenso para que as empresas que contratam observem todas essas questões
da legislação e dos benefícios. Em razão de dificuldades de compreensão
de legislação, o Fórum está preparando uma cartilha sobre o direito do
trabalho com tradução.
“Não está existindo um sistema de comunicação desde a partida deles, no Acre, até o destino, aqui.”
Sul21 – Quando alguns senegaleses chegaram, eles também
esbarraram em um problema legal, sobre que tipo de visto poderiam ter,
já que não se encaixavam como refugiados. Como está essa questão?
Elton – Os haitianos, de modo geral, entram com
visto humanitário. Hoje, o grande fluxo e a grande porta de entrada é
Brasileia, no Acre. Ali tem uma unidade do governo, que foi implantada
lá para facilitar a entrada e eles já receberem o visto humanitário.
Consequentemente, já saem com CPF e carteira de trabalho. Isso facilita.
A maioria dos haitianos vêm para cá e já sabe para onde quer ir, porque
tem algum familiar, conhecido, que diz que tem boas oportunidades.
Tanto que, da última leva que veio do Acre, temos apenas três que estão
ocupando o abrigo temporário no Centro Vida. Os outros todos foram para
Santa Catarina ou para o interior do estado. Um dos problemas é que eles
não têm nenhum conhecimento da geografia do Brasil, poderiam ter pelo
menos uma placa, algum indicativo, porque muitos chegam em Porto Alegre
quando queriam ir para outros estados. Não está existindo um sistema de
comunicação desde a partida deles, no Acre, até o destino, aqui. Essa
semana chegou em Nova Araçá um grupo de 60 haitianos, que já queriam ir
para lá. Tem um frigorífico, que tem carência de mão de obra e já existe
um grupo expressivo de haitianos [trabalhando lá].
Os senegaleses, em geral, chegam aqui e solicitam refúgio, mas não
são realmente refugiados. Essa é a maneira que encontram de legalizar
sua situação, mas o Ministério da Justiça não dá conta da demanda. Tanto
que temos agora cerca de 20 mil pedidos de refúgio que não estão
conseguindo atender. E essas pessoas estão de certa forma irregulares
aqui. Agora o Ministério está pedindo apoio dos estados e da sociedade
civil para fazer um mutirão para regularizar as pessoas. Até para que
possam ter carteira de trabalho e se integrar perfeitamente à sociedade.
Sul21 – Quanto eles ganham mais ou menos? Têm os mesmos direitos de salário mínimo e leis trabalhistas?
Elton – É um pouco mais que o salário mínimo, em
média, similar a um trabalhador brasileiro. Tem os mesmos direitos,
carteira de trabalho e o Ministério Público do Trabalho tem fiscalizado.
O Fórum tem cobrado pra que não haja situação de exploração.
“Estamos gestionando junto com o Demhab, para que diga (…) se o município dispõe de uma estrutura para acolher e dar uma situação digna a essas pessoas.”
Sul21 – Aqui em Porto Alegre, onde vive a maioria?
Elton – A maioria vive na região do Sarandi, e
alguns em situação de ocupação. Tivemos recentemente uma reintegração de
posse que foi suspensa momentaneamente. Estamos gestionando junto com o
Demhab (Departamento Municpal de Habitação), para que diga para a
sociedade o que vai acontecer com essas pessoas se houver esse
cumprimento da ordem, se o município dispõe de uma estrutura para
acolher e dar uma situação digna a essas pessoas. A ocupação das
repúblicas é muito comum entre os senegaleses. Inclusive, o Mensageiros
da Caridade tem auxiliado bastante para promover infraestrutura básica
com eletrodomésticos e utensílios para eles.
“Acho que há uma integração, mas claro que a repercussão de casos desse tipo é muito maior do que os casos de acolhida.”
Sul21 – Com frequência ouvimos que há um pouco de racismo por
parte da população aqui do Estado. No entanto, não observei isso quando
conversei com migrantes em Caxias. Como o senhor percebe essa situação?
Elton –Eu me enganei no bom sentido, achei que
haveria uma reação muito maior. Por exemplo, no Vale do Taquari há uma
integração muito boa, uma recepção muito cordial da comunidade. Na
região da serra, também achei que teria rejeição muito maior. Claro que,
esporadicamente, vemos algumas reações. Em Caxias, houve resistência do
próprio poder público, mas, devido ao trabalho que se fez, a situação
mudou, por pressão das entidades e da Câmara de Vereadores.
Acho que há uma integração, mas claro que a repercussão de casos
desse tipo é muito maior do que os casos de acolhida. Houve alguns casos
de racismo que tiveram uma publicidade enorme, enquanto a grande
integração que está existindo – inclusive no ambiente de trabalho – tem
tido pouca repercussão. Um dia desses um motorista veio buscar uns
móveis para um grupo de senegaleses e contou que eles trabalham em um
atacado em Alvorada. Perguntei como era a relação e ele disse que era de
perfeita integração. O preconceito ainda parte de alguns segmentos que
temem que esses trabalhadores venham tirar postos de trabalho, ou fazer
uma intervenção cultural ou por sua expressão religiosa. Há um
preconceito que precisamos superar ainda.
Sul21 – Muitos deixam as famílias em seus países e vem para
cá trabalhar e enviar dinheiro para quem ficou. Eles estão conseguindo
cumprir esse objetivo?
Elton – Isso é uma dificuldade muito grande. Estamos
tentando fazer com que o Banrisul, por exemplo, facilite esse acesso.
As conexões internacionais, sistema financeiro, não aceitam esse tipo de
serviço, e colocam muitas dificuldades. Outra preocupação nossa, e
estamos levando esse debate para tramitação do projeto da Nova Lei
Migratória no Brasil, é assegurar que haja o direito da re-união
familiar. Facilitar que as esposas e os filhos possam vir para cá,
tenham um visto de entrada, que é uma garantia dada pela ONU ao
migrante. E temos enfrentado dificuldade por conta de legislação e
tramitação desses processos. No caso dos haitianos, há ainda dificuldade
de renovar os vistos, devido aos valores muito altos cobrados pela
embaixada do Haiti.
“A principal sugestão da nova lei é retirarmos da Polícia Federal o tratamento da questão migratória, e criar uma Autoridade Migratória.
Sul21 – O senhor mencionou a nova lei de migrações. Ela vai
facilitar também para que os senegaleses possam se regularizar sem ter
que pedir refúgio?
Elton – Nós estamos trabalhando para que facilite,
mas já sabemos o que aconteceu no Congresso Nacional. O projeto começou
pelo Senado, e a Casa revisora será a Câmara. Existem mais de 20
projetos de lei para mudança da lei migratória, já que ainda vivemos com
uma lei de 1962, da época do regime militar. É uma lei de segurança
nacional, não trata propriamente da migração. Então foi elaborado, por
determinação do governo, um projeto de lei feito por um grupo de
especialistas. E foram atendidas muitas das sugestões e demandas que nós
da sociedade tínhamos.
Esse projeto começou a tramitação, e o senador Aloysio Nunes Ferreira
(PSDB) fez um projeto que se apropriou de muitas questões. No entanto, a
principal sugestão da nova lei é retirarmos da Polícia Federal o
tratamento da questão migratória, e criar uma Autoridade Migratória.
Porque daí saímos da questão policialesca e damos um tratamento de
direito humano para o migrante. Mas o senador não incluiu isso, pelo
contrário, colocou como sendo estritamente uma função da Polícia.
Tivemos ainda um dissabor enorme porque o senador Lasier Martins (PDT)
propôs duas emendas, que foram acolhidas, de que o Brasil não pode
receber quem está cumprindo medida cautelar e nem pessoas vítimas de
tráfico humano. Acolher e assegurar a guarida das vítimas de tráfico
humano é um direito humano maior do que vir ao Brasil trabalhar.
Esperamos que na Câmara se possa fazer essa alteração e dar à lei um
caráter humanitário.
Mas é uma luta árdua porque sabemos dos interesses políticos e
ideológicos que têm envolvido a questão migratória. Nem todos entendem
que a migração é um direito humano. Há ainda uma concepção de segurança
nacional, que vigora em setores conservadores, e há também o preconceito
de que os migrantes virão para cá para tirar postos de trabalho e
trazer ideias contrárias às que nós temos, e implantar esses valores
aqui. Não há razão para esta preocupação. Pelo contrário, temos que
assegurar seu direito à cidadania universal.
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