Durante sua visita a Sarajevo o Papa teve contato com os jovens no
sábado, dia 06. Na ocasião, foi facultado a eles fazer perguntas ao
Pontífice.
Uma jovem, então, fez-lhe uma pergunta inesperada: Se era verdade que ele realmente não assistia televisão há mais de 20 anos.
E a resposta de Francisco foi pronta e, ao mesmo tempo, um convite à sobriedade em tempos do que ele já chamou de relativismo "nocivo que mata a alma".
Disse o Papa:
E a resposta de Francisco foi pronta e, ao mesmo tempo, um convite à sobriedade em tempos do que ele já chamou de relativismo "nocivo que mata a alma".
Disse o Papa:
"Uma noite, a meados dos anos 90, senti que [a televisão] não me fazia bem, alienava-me, condicionava-me... e decidi deixar de vê-la.
Quando queria ver um filme bom, ia ao centro televisivo do arcebispado e o via-o lá. Mas, via só aquele filme...
A televisão, ao contrário, alienava-me e
impelia-me para fora de mim; não me ajudava. Sem dúvida, ‘sou da Idade
da Pedra, sou antigo'! Compreendo que o tempo mudou! Agora vivemos no
tempo da imagem. E isto é muito importante.
Mas, no tempo da imagem, deve-se fazer como no tempo dos livros: escolher as coisas que me fazem bem!
Daqui seguem-se duas coisas.
Primeira: a responsabilidade que têm os
centros televisivos de produzir programas que façam bem, que promovam os
valores, que construam a sociedade, que nos façam crescer, e não nos
degradem; e ainda, produzam programas capazes de nos ajudar para que os
valores, os verdadeiros valores, se tornem mais fortes e nos preparem
para a vida. Esta é a responsabilidade dos centros televisivos.
Segunda coisa: saber escolher os programas, e esta é uma responsabilidade nossa.
Se vejo que um programa não me faz bem,
destrói-me os valores, torna-me vulgar, resvalando mesmo na obscenidade,
devo mudar de canal. Como se fazia na minha ‘Idade da Pedra': quando um
livro era bom, você o lia; quando um livro te fazia mal, jogava-o fora.
Mas há ainda um terceiro ponto: a fantasia nociva, aquela fantasia que mata a alma.
Você que é jovem, se tu vives preso ao computador e te tornas escravo do computador, perdes a liberdade!
E, se procuras no computador programas sujos, perdes a dignidade!
Ver a televisão, usar o computador, mas para as coisas belas, as coisas grandes, as coisas que nos fazem crescer. Isto é bom".
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