«Quando rezo, Deus respira em mim»: e com esta frase e a
assinatura de Francisco que abre o livro de bolso de 40 páginas que o
papa ofereceu este domingo aos presentes na oração mariana do Angelus
rezada na praça de S. Pedro, no Vaticano.
Francisco, que procedeu à tradicional bênção dos “bambinelli”,
pequenas imagens do Menino Jesus para depor no presépio, lançou um
pedido às crianças: «Quando rezardes em casa, junto ao vosso presépio,
recordai-vos de mim, como eu me recordo de vós».
«A oração é a respiração da alma: é importante encontrar
momentos do dia para abrir o coração a Deus, mesmo com simples e breves
orações do povo cristão. Por isso, hoje pensei de dar-vos um presente a
todos vós que estais aqui na Praça: um pequeno livrinho de bolso que
tem algumas orações, para os vários momentos do dia e para as
diferentes situações da vida», disse o papa.
Na capa do livro publicado pela “Libreria Editrice Vaticana” está
reproduzido um fresco do século III, que se encontra nas catacumbas
romanas de Priscilla, representando um orante com os braços abertos e
dirigidos ao céu.
O livrinho recolhe as mais importantes orações da tradição
cristã, as mais conhecidas e fáceis de aprender de memória, a que se
pode recorrer ao longo do dia, mas também em situações e necessidades
particulares.
Nas páginas 32 e 33 está reproduzido o desenho de uma mão com as intenções sugeridas por Francisco a partir dos cinco dedos.
O polegar, «o dedo que te é mais próximo», faz-nos pensar e
rezar por quem está mais próximo de nós, «as pessoas de quem nos
recordamos mais facilmente», rezar por todos os nossos entes queridos
«é uma doce obrigação».
O indicador recorda-nos de rezar por quem tem a função de dar
indicações aos outros, isto é, «aqueles que ensinam, educam e tratam»,
categoria que compreende «mestres, professores, médicos e sacerdotes».
O médio, o dedo mais alto, lembra «os nossos governantes», as
pessoas «que gerem o destino da nossa pátria e orientam a opinião
pública… precisam da orientação de Deus».
O anelar «é o nosso dedo mais fraco, como pode confirmar
qualquer professor de piano»; ele «recorda-nos de rezar pelos mais
fracos, por quem tem desafios a enfrentar, pelos doentes» que têm
necessidade da «tua oração de dia e de noite», bem como pelos esposos.
Por fim, o mindinho, o dedo mais pequeno, «como pequenos nos
devemos sentir diante de Deus e do próximo», convida a rezar por nós
próprios: «Depois de teres rezado por todos os outros, poderás
compreender melhor quais são as tuas necessidades, olhando-as na justa
perspetiva».
No livrinho oferecido pelo Francisco, que se abre com a oração
por excelência, o “Pai-nosso”, encontram espaço, além de orações
bíblicas e alguns versículos dos salmos 51, 130 e 139, os mistérios do
Rosário.
Há também fórmulas simples para recitar antes e depois da
refeição, a par de breves textos compostos por S. Francisco, Santa
Teresa do Menino Jesus e dos beatos J. H. Newman, Charles de Foucauld e
Madre Teresa de Calcutá.
Juntamente com orações a recitar antes do sacramento da
Reconciliação e após a Comunhão, incluem-se igualmente súplicas para a
bênção dos filhos por parte dos pais, orações para os cônjuges e noivos
e invocações contra o maligno.
O presente de Francisco aos fiéis acrescenta-se aos dos meses
anteriores: o terço da misericórdia e o Evangelho em formato de bolso;
quanto a este, o papa afirmou repetidamente a importância de o levar
consigo a cada dia e ler um trecho enquanto se está na fila, nos
transportes ou num momento livre.
Com este livrinho de orações, o bispo de Roma continua a dar
sugestões simples para a vida diária dos crentes a partir do património
da tradição cristã.
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Andrea Tornielli, "Vatican Insider"
Rádio Vaticano
Trad. / edição: Rui Jorge Martins
Publicado em 14.12.2014
Rádio Vaticano
Trad. / edição: Rui Jorge Martins
Publicado em 14.12.2014
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