Evaldo D´Assumpção*
Desde criança somos confrontados
com essas expressões, e quase sempre ficamos atrapalhados com as diferentes
interpretações e aplicações dadas a elas. Talvez por isso mesmo, quando
chegamos à vida adulta, temos dificuldades para utilizá-las corretamente. Não as
palavras, mas o que elas significam. Ficamos com receio de elogiar alguém e
nossas palavras serem tomadas como bajulação.
Não aceitamos
críticas, porque foi-nos introjetado que ser criticado é ser humilhado. E assim
passamos pela vida, evitando elogiar as pessoas e duvidando dos elogios que
recebemos. Criticando tudo o que nos desagrada, mas nos aborrecendo ou até nos
enfurecendo, quando alguém ousa nos criticar.
Contudo, elogios e críticas fazem parte de um bom relacionamento entre pessoas, desde que mantidas certas regras fundamentais. Sem pretender ser dogmático, faço algumas considerações sobre elas.
Contudo, elogios e críticas fazem parte de um bom relacionamento entre pessoas, desde que mantidas certas regras fundamentais. Sem pretender ser dogmático, faço algumas considerações sobre elas.
O elogio, obviamente partindo da ideia de que é espontâneo e autêntico, é uma das coisas mais importantes no relacionamento entre pessoas |
O elogio, obviamente
partindo da ideia de que é espontâneo e autêntico, é uma das coisas mais
importantes no relacionamento entre pessoas. Exemplo importante é a atitude dos
pais e mestres elogiando seus filhos e discípulos, quando eles o merecem.
Obviamente não falamos do elogio fútil para coisas corriqueiras, usado
repetitivamente. O elogio deve ser feito no momento certo e por justa razão,
pois só assim estimula a quem o recebe, para valorizar o que fez, e repeti-lo
sempre que oportuno. Além disso, na criança e no jovem em formação de sua
personalidade, estimula intensamente o desenvolvimento da autoestima, essencial
para sua felicidade futura.
Pode-se afirmar que um elogio muitas vezes nasce da satisfação de quem o faz, por nos ter observado realizando algo que ele admira, e que ele mesmo gostaria também de ter feito.
Curiosamente, muitos adultos, quando elogiados, ou declinam polidamente, inclusive com palavras bastante inadequadas – e nem sempre sinceras – agradecendo e retrucando: “Bondade sua!”, “Ora, eu não mereço!”, “São seus olhos!” e ainda “Não fiz mais do que minha obrigação!”
Tais expressões têm uma conotação bastante sugestiva de hipocrisia, especialmente quando se pensa: “Ora, eu sou muito bom nisso!” ou “Claro que o que fiz foi maravilhoso!” Contudo, se não for hipocrisia, certamente evidenciarão uma acentuada baixa autoestima. Nesse caso, significam: “Como essa pessoa pode ter gostado do que fiz, se eu mesmo não apreciei isso?” Ou: “Não acredito no que ela diz. Está só tentando me agradar” e, pior ainda: “O que ela está querendo de mim?...”
Geralmente, essas pessoas são extremamente econômicas em elogios, raramente reconhecendo, de viva voz, alguma coisa que outra pessoa fez, e o fez bem.
Pode-se afirmar que um elogio muitas vezes nasce da satisfação de quem o faz, por nos ter observado realizando algo que ele admira, e que ele mesmo gostaria também de ter feito.
Curiosamente, muitos adultos, quando elogiados, ou declinam polidamente, inclusive com palavras bastante inadequadas – e nem sempre sinceras – agradecendo e retrucando: “Bondade sua!”, “Ora, eu não mereço!”, “São seus olhos!” e ainda “Não fiz mais do que minha obrigação!”
Tais expressões têm uma conotação bastante sugestiva de hipocrisia, especialmente quando se pensa: “Ora, eu sou muito bom nisso!” ou “Claro que o que fiz foi maravilhoso!” Contudo, se não for hipocrisia, certamente evidenciarão uma acentuada baixa autoestima. Nesse caso, significam: “Como essa pessoa pode ter gostado do que fiz, se eu mesmo não apreciei isso?” Ou: “Não acredito no que ela diz. Está só tentando me agradar” e, pior ainda: “O que ela está querendo de mim?...”
Geralmente, essas pessoas são extremamente econômicas em elogios, raramente reconhecendo, de viva voz, alguma coisa que outra pessoa fez, e o fez bem.
A
crítica construtiva nunca nos humilha, mas nos ajuda e nos engrandece
|
Todavia, as pessoas
que têm autocrítica bem equilibrada e sagaz, com facilidade reconhecem quando o
elogio feito é falso, oportunista, e focado em possíveis vantagens a serem
obtidas da pessoa elogiada. Mesmo que o fato elogiado o tenha merecido, quando
há hipocrisia isso soa bem claro. E nesse caso deixa de ser elogio para ser
bajulação. Que certamente é uma das coisas mais detestáveis para quem se
respeita e gosta de ser respeitado.
A crítica é outra atitude importante, porém perigosa. E isso decorre do fato de que existe a crítica construtiva e a pejorativa, destrutiva. Quando é feita por quem nos estima ou ama verdadeiramente, geralmente objetiva apontar-nos alguma coisa que falamos, fizemos ou provocamos, e que foi inadequada. E sua intenção é tão somente ajudar-nos a rever, refazer ou nos desculparmos por aquela atitude. Com isso procura-se restaurar um equilíbrio que foi ou estará em vias de ser rompido, com evidentes prejuízos para um ou os dois lados. A essas críticas devemos ser gratos, tendo a humildade para ouvir, e o reconhecimento para agradecer a quem no-las fez. A crítica construtiva nunca nos humilha, mas nos ajuda e nos engrandece.
Na boca de quem cultiva sentimentos negativos contra determinada pessoa, a crítica, mesmo bem embasada não trás consigo nenhum objetivo construtivo. Muito pelo contrário, ela pretende humilhar e desvalorizar a pessoa perante os outros e especialmente para si própria. Por isso, também diante de uma crítica, ter uma sólida autoestima embasada numa consciência crítica bem amadurecida, é de vital importância. Só assim seremos capazes de ouvi-la, reconhecendo logo o seu verdadeiro objetivo. Contudo se a crítica, mesmo sendo pejorativa estiver bem embasada, devemos agir exatamente como o nosso detrator não espera. Ou seja, aceitá-la no que tiver de bom, sem refutá-la a priori, tirando dela o melhor proveito para nosso aperfeiçoamento pessoal. Sem se sentir humilhado, e mais ainda, não retaliando de forma alguma. Afinal, se o fizermos estaremos caindo no jogo do detrator.
Por outro lado, se nada de positivo encontrar nela, simplesmente vamos ignorá-la e seguir em frente, sem dar a quem a fez, a satisfação de acreditar que alcançou seu objetivo malévolo.
A crítica é outra atitude importante, porém perigosa. E isso decorre do fato de que existe a crítica construtiva e a pejorativa, destrutiva. Quando é feita por quem nos estima ou ama verdadeiramente, geralmente objetiva apontar-nos alguma coisa que falamos, fizemos ou provocamos, e que foi inadequada. E sua intenção é tão somente ajudar-nos a rever, refazer ou nos desculparmos por aquela atitude. Com isso procura-se restaurar um equilíbrio que foi ou estará em vias de ser rompido, com evidentes prejuízos para um ou os dois lados. A essas críticas devemos ser gratos, tendo a humildade para ouvir, e o reconhecimento para agradecer a quem no-las fez. A crítica construtiva nunca nos humilha, mas nos ajuda e nos engrandece.
Na boca de quem cultiva sentimentos negativos contra determinada pessoa, a crítica, mesmo bem embasada não trás consigo nenhum objetivo construtivo. Muito pelo contrário, ela pretende humilhar e desvalorizar a pessoa perante os outros e especialmente para si própria. Por isso, também diante de uma crítica, ter uma sólida autoestima embasada numa consciência crítica bem amadurecida, é de vital importância. Só assim seremos capazes de ouvi-la, reconhecendo logo o seu verdadeiro objetivo. Contudo se a crítica, mesmo sendo pejorativa estiver bem embasada, devemos agir exatamente como o nosso detrator não espera. Ou seja, aceitá-la no que tiver de bom, sem refutá-la a priori, tirando dela o melhor proveito para nosso aperfeiçoamento pessoal. Sem se sentir humilhado, e mais ainda, não retaliando de forma alguma. Afinal, se o fizermos estaremos caindo no jogo do detrator.
Por outro lado, se nada de positivo encontrar nela, simplesmente vamos ignorá-la e seguir em frente, sem dar a quem a fez, a satisfação de acreditar que alcançou seu objetivo malévolo.
* Evaldo D´Assumpção
Médico, Escritor, Biotanatólogo e Bioeticista
Membro Emérito da Academia Mineira de Medicina
Médico, Escritor, Biotanatólogo e Bioeticista
Membro Emérito da Academia Mineira de Medicina
Fonte: http://www.arquidiocesebh.org.br
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