segunda-feira, 15 de março de 2010

A cadeia produtiva da educação

Carlos Alberto Chiarelli*

RIO - Trabalhar com educação é uma arte e uma ciência que envolve não apenas professores, pais e alunos. Preparar as aulas, produzir o conteúdo e levar conhecimento a quem interessa é um processo que engloba uma longa e entrosada cadeia produtiva, principalmente no caso da educação a distância, conhecida pela sigla EAD.

Nela, tudo começa com um projeto específico no qual professores, roteiristas, diretores, produtores, gráficas, designers, publicitários, jornalistas, entre outros profissionais, discutem a melhor maneira de elaborar uma “simples” aula.

A ampliação do uso do EAD significa inúmeros ganhos para o Brasil, uma vez que o emprego de novas tecnologias permite levar o saber a muitos, em qualquer lugar, na hora que for mais adequada. E, em um país com distâncias geográficas enormes como o nosso, esse é um fator relevante.

Desde o início da EAD (quando os cursos eram realizados usando diligências ou por rotineira via postal), já se sabia que ela seria uma ferramenta eficaz na propagação do saber. Hoje, com o uso de satélites, celulares, vídeos, livros e outros materiais já se tem certeza disso.

Seu escopo é óbvio e estimulante: levar o conhecimento a múltiplos lugares, tratando de torná-lo acessível à grande maioria (amanhã, quem sabe, a todos). O primeiro passo para o sucesso da EAD, pela qual já passaram aproximadamente três milhões de alunos, é a escolha de professores qualificados. Depois, faz-se um treinamento para ajudá-los a familiarizar-se com as câmeras de TV. Dentro desse processo desenvolve-se um roteiro inicial e só depois disso inicia-se a produção das aulas.

Por isso, um curso de EAD bem produzido consegue ser mais eficiente do que o presencial na hora de transmitir conteúdos já que, por trás de cada aula, há inúmeros profissionais trabalhando para que tudo saia da forma mais perfeita possível.

Vale lembrar que uma única aula de educação a distância pode levar um mês para sua edição final, devido à exigência de minuciosas técnicas de produção envolvidas no processo. Por esses e outros fatores, a qualidade dos materiais e professores requeridos para um verdadeiro projeto de EAD supera qualquer exigência rigorosa na avaliação do método.

O bom funcionamento dessa cadeia produtiva já proporciona a milhões a possibilidade de conquistar uma formação, com menores custos e maior comodidade individual (a educação a domicílio). Enfim, é o acesso ao saber facilitado na operacionalização e qualificado no conteúdo.
_______________________________________
*Carlos Alberto Chiarelli é ex-ministro da Educação, doutor em direito e presidente da Aced (Associação da Cadeia Produtiva de Educação à Distância).
Fonte: Jornal do Brasil online, 15/03/2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário