quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Dois mundos

economist.com

Saiu a edição de apostas da "Economist", "O Mundo em 2011", prevendo " duas economias: um mundo rico lutando com a recuperação sem emprego e um mundo emergente crescendo quatro vezes mais rápido".
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Jim O'Neill, do Goldman Sachs, antecipa "perguntas fundamentais", como "As economias Bric serão tão grandes como o G7?". Diz que a China bate os EUA em 2027 e que "Brasil, Rússia e Índia também se tornarão individualmente mais e mais importantes para nós todos". E o câmbio livre pode cair, pois os Brics "não estão satisfeitos com o sistema como nós".

A edição ironiza "a caçada para cunhar a próxima febre de investimento", após o sucesso de Bric. Sugere acrônimos como Pulse8 "para qualquer grupo de oito países" ou SpLat! para Espanha e América Latina. Mas alerta que as economias de "Brasil, Índia e China estão como as garotas mais populares no baile do colégio: muito cheias de si". E sugere várias alternativas de investimento na África e no Oriente Médio.


No gráfico da Economist Intelligence Unit, a divergência no desempenho entre emergentes e desenvolvidos vai aumentar em 2011

TROCA DE GUARDA

Michael Reid, editor de Américas na "Economist", destaca em "O Mundo em 2011" que a América Latina vai "trocar de guarda" e que a "democracia está felizmente virando rotina". O ano abre "com a despedida de Lula, após oito anos em que ele gradualmente se tornou o líder dominante na América Latina". Diz que, com a inexperiência de Dilma Rousseff, "muito da atenção será focada em como lida com o Congresso". Mas avisa que "o maior risco para o Brasil é um tropeço que possa ocorrer nos esforços tecnicamente complexos de extrair petróleo em campos profundos". Prevê que os investimentos chineses e de corporações continuarão em alta.
Para a Argentina, aposta em Daniel Scioli como o novo líder, pós-Kirchner.

LIMITES AMERICANOS

Sobre os EUA, "O Mundo em 2011" destaca "Os limites do poder" de Barack Obama, com a derrota na eleição para o Congresso e as poucas perspectivas externas. Vai tentar "evitar desastre no Afeganistão e no Irã" e dar "atenção especial às potências emergentes, como Turquia e Brasil, que deram sinais de escapar da órbita americana".
A secretária Hillary Clinton escreve na edição que o país já "aprofundou seu entrosamento com centros emergentes de influência como China, Índia e Brasil", mas cobra que cumpram "papéis regionais e globais construtivos" e aceitem "parte do peso de resolver problemas comuns".
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Fonte: Folha online, 24/11/2010 -
TODA MÍDIA NELSON DE SÁ
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