quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O filósofo

Gabriel Marcel*
Imagem da Internet
"O primeiro dever do filósofo é reconhecer os seus limites e ver que há domínios onde a sua incompetência é absoluta. Isto é, deve estar sempre em guarda contra uma pretensão incompatível com a sua vocação verdadeira. Dizia Proud’hon: “Os intelectuais são frívolos” ; e por nosso mal é terrivelmente exato, porque o intelectual não se defronta com uma realidade resistente, como o operário ou o camponês, mas trabalha com a palavra e o papel tudo consente. O filósofo deve ter sempre consciência de tal perigo. Acrescentava Pround’hon que o povo é sério. Talvez isto hoje infelizmente já não seja verdade – a imprensa e o rádio são quase inevitavelmente corruptoras. O povo só é sério mantendo-se tal qual é, e temos de reconhecer a crescente raridade do fato, devido a certo emburguesamento de consequências funestas em vários aspectos."
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*Gabriel Marcel (7 de dezembro de 1889, Paris8 de outubro de 1973, Paris) foi um autor e crítico teatral além de filósofo e existencialista cristão. Ele próprio designa seu pensamento como neo-socrático ou socrático-cristão. Aceitou certa feita ser chamado de existencialista cristão (Wikipédia_
Excerto:  MARCEL, Gabriel. Os homens contra o Homem. Ed. Educação Nacional, Porto,s/d, pg.97/98

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