“Não é nada como Chernobyl”
Sergio Viçosa Möller, do Departamento de Engenharia Mecânica da UFRGS, trabalhou com pesquisas nucleares na Alemanha. Ele explica por que o transporte de lixo nuclear é polêmico:
Zero Hora – Qual é o perigo do transporte do material radioativo?
Sergio Viçosa Möller – O risco seria a ocorrência de um acidente de trânsito que viesse a danificar um contêiner, provocando um vazamento. O material seria levado para a natureza, mas, como está em estado sólido, a contaminação seria muito pequena. Não é nada parecido com Chernobyl.
ZH – Por que há tantos protestos sobre o lixo nuclear?
Möller – É a grande questão da energia nuclear: vamos deixar pelas próximas gerações produtos que vão se manter radioativos por centenas de anos. É uma questão difícil, ainda não resolvida. Atualmente, cientistas trabalham para desenvolver reações para tornar esses elementos estáveis, perdendo sua radioatividade. O plutônio, por exemplo, tem meia-vida (o tempo que leva para diminuir sua radioatividade pela metade) de 150 mil a 500 mil anos.
ZH – O transporte e o armazenamento são fiscalizados?
Möller – Sim, pela Agência Internacional de Energia Atômica e pelo Tüv, uma espécie de super-Inmetro alemão.
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Fonte: ZH online, 10/11/2010
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