Ethevaldo Siqueira
É provável que o leitor já tenha ouvido a expressão cloud computing - que pode ser traduzida, ao pé da letra, por computação na nuvem. Nesse contexto, nuvem significa internet. Utilizar a rede mundial como recurso de computação era pouco mais do que um sonho, há 15 anos. Hoje é uma realidade. E mais: para muitos especialistas, o futuro da computação está na internet.
No começo dos anos 1990, quando a internet iniciava sua expansão mundial, dizia-se, com otimismo: "a rede é o computador". Para alguns, parecia até mais lógico inverter os termos da frase: "o computador é a rede". O tempo passou, a internet evoluiu e expandiu-se mundialmente: hoje está quebrando a barreira dos 2 bilhões de usuários. Dotada de supercomputadores, data centers e infra-estrutura de informática e telecomunicações em banda larga, a rede se transformou numa espécie de nuvem global que cobre todo o planeta e funciona como um guarda-chuva que envolve todos os recursos de computação - em especial, os da internet 2.0, de nova geração. Essa nuvem é um imenso armazém ou depósito de âmbito mundial de informações, dados, programas e ferramentas.
Assim, tudo que usamos rotineiramente pode ser guardado na web, com a vantagem de podermos acessar esse conteúdo a qualquer hora e de qualquer lugar, seja para fazer pesquisas, baixar softwares ou rodar aplicativos. Nela, há espaço para todo tipo de redundância, o que pode aumentar a segurança da informação. Nela, podemos utilizar todos os recursos de virtualização, para aumentar a eficiência e reduzir custos.
Diante das perspectivas de seu potencial, a computação na nuvem ainda está na infância. Mas, com a rapidez de sua evolução, talvez antes de 2015, ela deverá estar madura e preparada para a computação em escala mundial. Nesse novo tempo, poderemos dispor de meios seguros para buscar na nuvem todos os recursos de que precisamos, pagando apenas por sua utilização, desafogando nosso computador de 90% de recursos que quase não utilizamos.
VELHO SONHO
Como frisamos, a idéia de usar a internet como uma plataforma de computação tem mais de uma década. Um dos defensores da cloud computing desde o início da década de 1990 tem sido Vinton Cerf, o criador do protocolo IP, atual vice-presidente de evangelização do Google.
Hoje, as dúvidas são muito menores, embora ainda existam céticos quanto à segurança da computação na nuvem. Seus defensores, em contrapartida, apostam que ela trará incontáveis vantagens, seja pela redução dos custos com a compra e atualização dos equipamentos corporativos, seja pela libertação do usuário da dependência de um único recurso físico ou terminal, graças à oferta de numerosas alternativas virtuais na rede mundial.
Alguns consultores e fabricantes definem a computação na nuvem simplesmente como uma versão atualizada de um novo recurso de computação, sintetizado basicamente em servidores virtuais disponíveis na internet. Para eles, além do firewall, tudo que precisamos ou consumimos pode ser obtido na nuvem. Inclusive o outsourcing convencional.
É preciso reconhecer, no entanto, que a computação na nuvem ainda requer uma infinidade de ferramentas auxiliares para proteger seus usuários de abusos - a começar do mais simples deles que é o spam ou mensagem indesejável. Precisamos de muitos filtros e de uma infra-estrutura mais funcional.
A nuvem poderá difundir e ampliar os horizontes dos serviços de supercomputação, atualmente restritos a governos e grandes universidades. Poderá oferecer novas opções até mesmo para grandes e médias corporações.
Os primeiros grandes fornecedores de serviços de computação na nuvem já se movimentam nessa direção desde o ano passado. São empresas mundialmente conhecidas, como IBM, Google, Yahoo e Amazon, que buscam explorar o potencial da web mundial.
A IBM oferece serviços a bancos na China, com seu projeto Blue Cloud. A Yahoo apóia os serviços de pesquisa de software da Universidade Carnegie Mellon, com a ajuda de supercomputadores (com até 4 mil processadores em paralelo), que operam sua rede de internet. O Google presta serviços semelhantes às Universidades de Stanford, Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) e o Estado de Washington.
RISCOS
É claro que, por ser um mundo novo em tecnologia da informação, a computação na nuvem ainda não inspira confiança total. Um dos maiores temores dos usuários é a violação da privacidade. Pessoas e empresas acham que quanto mais difusas e espalhadas pelo mundo estiverem suas informações, mais vulnerável será sua privacidade diante da bisbilhotice de governos e organizações criminosas.
Segurança é outra área que ainda traz alguma preocupação, em especial, no caso do armazenamento e processamento de dados e informações sensíveis, de alto valor econômico ou político. Em resumo, as duas grandes vantagens que mais favorecem a computação na nuvem são: a) permitir o acesso a arquivos de qualquer lugar pela internet; b) aumentar a segurança dos backups de dados.
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20081116/not_imp278430,0.php -Jornal Estadão, 16/11/2008
É provável que o leitor já tenha ouvido a expressão cloud computing - que pode ser traduzida, ao pé da letra, por computação na nuvem. Nesse contexto, nuvem significa internet. Utilizar a rede mundial como recurso de computação era pouco mais do que um sonho, há 15 anos. Hoje é uma realidade. E mais: para muitos especialistas, o futuro da computação está na internet.
No começo dos anos 1990, quando a internet iniciava sua expansão mundial, dizia-se, com otimismo: "a rede é o computador". Para alguns, parecia até mais lógico inverter os termos da frase: "o computador é a rede". O tempo passou, a internet evoluiu e expandiu-se mundialmente: hoje está quebrando a barreira dos 2 bilhões de usuários. Dotada de supercomputadores, data centers e infra-estrutura de informática e telecomunicações em banda larga, a rede se transformou numa espécie de nuvem global que cobre todo o planeta e funciona como um guarda-chuva que envolve todos os recursos de computação - em especial, os da internet 2.0, de nova geração. Essa nuvem é um imenso armazém ou depósito de âmbito mundial de informações, dados, programas e ferramentas.
Assim, tudo que usamos rotineiramente pode ser guardado na web, com a vantagem de podermos acessar esse conteúdo a qualquer hora e de qualquer lugar, seja para fazer pesquisas, baixar softwares ou rodar aplicativos. Nela, há espaço para todo tipo de redundância, o que pode aumentar a segurança da informação. Nela, podemos utilizar todos os recursos de virtualização, para aumentar a eficiência e reduzir custos.
Diante das perspectivas de seu potencial, a computação na nuvem ainda está na infância. Mas, com a rapidez de sua evolução, talvez antes de 2015, ela deverá estar madura e preparada para a computação em escala mundial. Nesse novo tempo, poderemos dispor de meios seguros para buscar na nuvem todos os recursos de que precisamos, pagando apenas por sua utilização, desafogando nosso computador de 90% de recursos que quase não utilizamos.
VELHO SONHO
Como frisamos, a idéia de usar a internet como uma plataforma de computação tem mais de uma década. Um dos defensores da cloud computing desde o início da década de 1990 tem sido Vinton Cerf, o criador do protocolo IP, atual vice-presidente de evangelização do Google.
Hoje, as dúvidas são muito menores, embora ainda existam céticos quanto à segurança da computação na nuvem. Seus defensores, em contrapartida, apostam que ela trará incontáveis vantagens, seja pela redução dos custos com a compra e atualização dos equipamentos corporativos, seja pela libertação do usuário da dependência de um único recurso físico ou terminal, graças à oferta de numerosas alternativas virtuais na rede mundial.
Alguns consultores e fabricantes definem a computação na nuvem simplesmente como uma versão atualizada de um novo recurso de computação, sintetizado basicamente em servidores virtuais disponíveis na internet. Para eles, além do firewall, tudo que precisamos ou consumimos pode ser obtido na nuvem. Inclusive o outsourcing convencional.
É preciso reconhecer, no entanto, que a computação na nuvem ainda requer uma infinidade de ferramentas auxiliares para proteger seus usuários de abusos - a começar do mais simples deles que é o spam ou mensagem indesejável. Precisamos de muitos filtros e de uma infra-estrutura mais funcional.
A nuvem poderá difundir e ampliar os horizontes dos serviços de supercomputação, atualmente restritos a governos e grandes universidades. Poderá oferecer novas opções até mesmo para grandes e médias corporações.
Os primeiros grandes fornecedores de serviços de computação na nuvem já se movimentam nessa direção desde o ano passado. São empresas mundialmente conhecidas, como IBM, Google, Yahoo e Amazon, que buscam explorar o potencial da web mundial.
A IBM oferece serviços a bancos na China, com seu projeto Blue Cloud. A Yahoo apóia os serviços de pesquisa de software da Universidade Carnegie Mellon, com a ajuda de supercomputadores (com até 4 mil processadores em paralelo), que operam sua rede de internet. O Google presta serviços semelhantes às Universidades de Stanford, Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) e o Estado de Washington.
RISCOS
É claro que, por ser um mundo novo em tecnologia da informação, a computação na nuvem ainda não inspira confiança total. Um dos maiores temores dos usuários é a violação da privacidade. Pessoas e empresas acham que quanto mais difusas e espalhadas pelo mundo estiverem suas informações, mais vulnerável será sua privacidade diante da bisbilhotice de governos e organizações criminosas.
Segurança é outra área que ainda traz alguma preocupação, em especial, no caso do armazenamento e processamento de dados e informações sensíveis, de alto valor econômico ou político. Em resumo, as duas grandes vantagens que mais favorecem a computação na nuvem são: a) permitir o acesso a arquivos de qualquer lugar pela internet; b) aumentar a segurança dos backups de dados.
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20081116/not_imp278430,0.php -Jornal Estadão, 16/11/2008
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