Fonte: Werther Santana - AE
A lousa e o giz foram deixados de lado em muitos colégios particulares de São Paulo. Agora a lição é projetada em lousas interativas. No lugar de cadernos, laptops com tecnologia sem fio tomam as salas de aula.
Para estimular o interesse dos alunos, cada vez mais professores usam a tecnologia e ferramentas da internet, como twitter (rede social), blogs, portais, chats (bate-papo virtual) e e-mails para transmitir o conteúdo das aulas.
A inclusão de recursos digitais nas escolas ajuda a aumentar a comunicação entre estudantes e professores, incentiva a participação nas atividades escolares e proporciona benefícios na aprendizagem. A essas conclusões chegou a professora Lina Maria Braga Mendes, autora da pesquisa Experiências de fronteira: os meios digitais em sala de aula, defendida recentemente como dissertação de mestrado da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).
Durante três anos ela analisou a implementação de blogs em projetos desenvolvidos por turmas de ensino fundamental do colégio Ítaca, no Butantã, zona oeste da capital, onde leciona português. "Conclui ainda que essas ferramentas aumentam o tempo das aulas, geralmente de 50 minutos, porque o professor interage de casa com os alunos sobre as dúvidas que eles venham a ter na hora de fazer as tarefas", afirma Lina. "O contato passa a ser também fora da sala de aula."
Mas, segundo ela, de nada adianta as escolas adquirirem os equipamentos se os professores não tiverem formação para usá-los. "É o mesmo que deixar o aluno em frente a uma TV", compara. "Não adianta dizer que não aceita pesquisa do Google se todo o mundo faz. O professor tem de orientar como se faz uma boa pesquisa em sites, a buscar mais de uma fonte de informação, a descartar a primeira resposta", explica Lina.
"Os alunos praticamente nascem sabendo usar computador, celular e nada mais natural do que os professores passarem a usar os recursos digitais para melhorar o aproveitamento da disciplina", acredita.
De acordo com a pesquisadora, o uso do computador incrementa as aulas porque agrega imagem e movimento. "Isso faz com que os alunos prestem mais atenção e saiam do espaço imaginário, intangível, para o real e visível."
As mudanças verificadas nas colégios particulares, entretanto, não ocorrem na rede pública. No Estado, escolas em Hortolândia são as únicas a ter lousas digitais em fase de teste. Nas escolas municipais da capital, há programas para a inclusão digital em andamento como o Programa de Informática Educativa, que fornece equipamentos e orientações aos professores e alunos.
____________________A reportagem é de Luísa Alcalde e Mônica Pestana e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 01-03-2010.Fonte: IHU 01/03/2010
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