Cinco razões para cair fora da rede social que “sucedeu” ao Orkut
Quando o Orkut estourou como ferramenta de relacionamento social, muitos expuseram demais a privacidade e tardaram a notar os riscos. Acreditava-se que no Facebook, de certa forma “sucessor” do Orkut, os excessos seriam evitados. Engano. Seja por razões parecidas com as do Orkut, seja por outras específicas do Facebook, já existem na internet páginas inteiras dedicadas a orientar o “Facebookicídio”. ÉPOCA listou cinco bons motivos para apagar para sempre seu perfil.
1. As amizades indesejadas. Em abril, uma coluna de fofocas disse que o cantor Roberto Carlos queria ter 1 milhão de amigos no Facebook (uma alusão à letra do antigo sucesso “Eu quero apenas”). Hoje, ele tem perfis falsos até no Chile. Assim como no Orkut e no MySpace, quem coleciona centenas de nomes na lista de amizades no Facebook costuma não se lembrar de onde veio boa parte daquele álbum de figurinhas. Estranhos o importunam a todo instante pedindo “amizade”. “Todas essas ferramentas tecnológicas nos fazem perder tempo, se não tomarmos cuidado”, afirmou – logo quem – o cofundador da Microsoft, Bill Gates. Em julho, ele desistiu do Facebook porque notou “10 mil pessoas” disputando sua amizade virtual.
2. A invasão de privacidade. No Facebook, sua vida é bisbilhotada enquanto você descobre inutilidades sobre a vida do vizinho. Um tenente da Marinha americana contou ao jornal espanhol El País que, antes de se alistar, em 2008, mantinha uma vida agitada na rede social. Suas fotos, vídeos e mensagens deixavam claro: ele era gay. Para não ter problemas com os colegas de caserna, o militar gay passou a recusar os convites de amizade que vinham de militares. Isso pode ter protegido sua preferência sexual, mas muitos soldados passaram a considerá-lo esnobe.
3. O cutucão. Quem criou o Facebook deve ter achado graça numa ferramenta que consiste em “cutucar” os amigos. Para que os “amigos” não fiquem indiferentes, ela envia uma provocação. É a versão on-line do bullying – termo criado nos Estados Unidos para descrever intimidação e humilhação entre adolescentes. Em outubro, uma mulher foi presa nos EUA por “cutucar” outra pessoa no Facebook. Shannon Jackson, de 36 anos, violou uma ordem de proteção que a impedia de tentar qualquer comunicação com uma mulher que a havia denunciado por assédio virtual. Jackson foi condenada a um ano de prisão e a pagar uma multa de US$ 2.500. Ela cutucou a pessoa errada.
4. O rastreamento 24 horas. Com novas ferramentas para descobrir o gosto do usuário e vender publicidade, as redes sociais se transformaram no verdadeiro Big Brother do século XXI. Não são poucas as reclamações de quem se sentiu monitorado de perto pelo Facebook. Em agosto de 2008, uma ação coletiva acusou a rede social de violação de privacidade. O Facebook teria coletado informações pessoais de milhares de usuários e repassado os dados à empresa sem o consentimento desses usuários.
5. O risco de demissão. Quem entra no Facebook na tentativa de expandir seus contatos profissionais pode acabar demitido. Nos Estados Unidos, quase um terço das empresas usa o Facebook para descobrir se um candidato é apto ou não a uma vaga. Ninguém quer contratar um sujeito que exibe comportamento questionável nas fotos ou mensagens. Uma pesquisa da consultoria Proofpoint revelou que 8% das empresas americanas já despediram alguém pela divulgação de informações privadas comprometedoras pela internet. “Saí do Facebook ao conseguir uma boa lista de e-mails de profissionais de minha área”, diz o cineasta Gregório Graziosi, que mantinha no Facebook contatos com colegas de profissão no Brasil e no exterior. Há quem acredite que num futuro próximo as redes sociais se tornarão cemitérios de perfis abandonados. Antes de ser cutucado ou demitido, pondere a opção de deletar sua conta.
Reportagem de Andres Vera - Revista ÉPOCA online, 12/11/2009
Nenhum comentário:
Postar um comentário