Professor da Fundação Dom Cabral falará na
Expo Management 2011 sobre como as novas tecnologias
pautarão a migração para novos modelos de
gestão nas próximas duas décadas
Alguns adventos tecnológicos e indícios de uma nova dinâmica econômica irão transformar os modelos de gestão como conhecemos. Paulo Vicente, professor da Fundação Dom Cabral, mapeou os principais aspectos que despontam como fatores transformadores dos métodos de gestão e comportamento sócio-político para sua apresentação na HSM ExpoManagement, que acontecerá entre os dias 7 e 9 de novembro.
Para as próximas duas décadas, o professor enxerga cinco avanços tecnológicos que modificarão as bases dos modelos de negócio, gestão pública e privada e as relações humanas: a biotecnologia, a nanotecnologia, a robótica, a inteligência artificial e as novas tecnologias energéticas.
O mapa traçado pelo professor também passa pelas implicações da atual crise financeira e econômica. Ele calcula que o período de estabilização ainda irá perdurar por mais dez anos, entre os quais haverá aceleração de processos de fusão, aquisições e falências, até que o novo modelo esteja consolidado.
Apenas a ponta do iceberg
A aceleração dos anúncios de fusões e aquisições, particularmente nos segmentos de tecnologia, mídia e web 2.0, são apenas “a ponta do iceberg”, argumenta Vicente. Ele acredita que nos próximos dois ou três anos haverá ainda maior intensificação nesse sentido.
O professor explica que os processos de fusões, trocas e compras de ativos e mesmo falências que estão por vir são partes de um mecanismo natural, até que o novo modelo de negócios e gestão esteja “fechado”.
De fato, a aceleração dos processos de aquisição no Brasil já atinge até mesmo como o mercado educacional, por exemplo. O setor presenciou grandes negociações desde o início de setembro, como a aquisição do Sistema Maxi de ensino pela Abril Educação, por R$ 43 milhões, e a compra da Uniban pela Anhanguera Educacional - uma transação de mais de R$ 500 milhões.
Gestão pública reativa
“Esta década é análoga à década de 60”, diz o especialista, estabelecendo a internet como a principal força-motriz do atual ciclo econômico e político. Vicente é até um pouco fatalista ao prever que “no final de cada ciclo, o Brasil quebra”.
O professor, no entanto, avalia a situação como positiva no longo prazo. “A cada quebra o Brasil se torna institucionalmente melhor”.
Vicente considera que a gestão pública, não apenas a brasileira, é mais “reativa do que pró-ativa”. Ele entende tal posição como natural, uma vez que o custo para a realização de reformas e mudanças de caráter de gestão cobram um preço alto demais para as instituições públicas.
“É como Sarkozy, na França”, comenta. Vicente prevê que a “bomba-relógio da previdência”, por exemplo, apenas seja tocada pela administração pública quando realmente chegar ao ponto-limite, durante a próxima década.
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Portal HSM - 04/10/2011
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