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Missionário na Mongólia |
Elbert Kuhn nasceu
em Taquara, RS, no dia 19 de julho
de 1969. Cursou o ensino fundamental no Colégio Adventista Pr. Ivo
Souza, em
Rolante, e o ensino médio no Instituto Adventista Cruzeiro do Sul
(IACS), em
Taquara. Começou a faculdade de Teologia em 1988. Trabalhou em Bento
Goncalves,
por dois anos, depois Sarandi, em Porto Alegre, por três anos, e em
Camaquã, também
em Porto Alegre, por quase três anos. Foi pastor na Igreja Central de
Curitiba, PR, e concluiu o mestrado em Teologia em 2004. Ainda pretende
cursar o doutorado na Andrews University. Gosta muito de passar tempo
com a família, os irmãos e os cunhados. Também gosta de viajar, conhecer
lugares, pessoas e culturas. É casado há 20 anos com Cleidi Kuhn,
formada em
Pedagogia com pós-graduação em Terapia Familiar. Nesta entrevista
concedida ao
jornalista Michelson Borges, o pastor Kuhn fala de seu trabalho na
Mongólia e
dos desafios de evangelizar aquele país.
Fale um pouco sobre a Mongólia: cultura, povo, hábitos curiosos, clima,
etc.
A Mongólia e um país situado no norte Asiático, que
faz divisa com duas grandes potências mundiais – ao sul, com a China, e ao
Norte, com a Rússia, particularmente a Sibéria. É o país do grande conquistador
Gengis Khan, que por volta do século 12 quase conquistou toda a Europa e a Ásia.
É um país de clima extremamente difícil, onde as temperaturas giram entre menos
20 e menos 55 ºC durante os sete meses de inverno. Tem a capital mais fria do
mundo, Ulan Bator. A Mongólia ainda e conhecida como um país de nômades, “a
country with no fences”. Um país sem cercas, como eles gostam de dizer. Ainda
hoje a atividade primária é o cuidado dos rebanhos de ovelhas, cabritos e
cavalos. Eles vivem em tendas chamadas “Gers”, fáceis de montar e desmontar,
para que eles possam mudar de região, de acordo com a necessidade dos animais.
A alimentação é precária para a maioria das pessoas. O
solo é árido e tudo aquilo que requer mais de três meses para crescer não se
produz na Mongólia, em função do frio. A base da alimentação é a carne, com ênfase
na gordura. O consumo de álcool e tabaco é muito alto, por isso a saúde do povo
em geral é comprometida. Uma curiosidade com relação a isso foi um dia em que a
Cleidi viu um bebê de poucos meses com um pedaço de gordura pura de carneiro,
do tamanho de uma mão, na boca, como se fosse uma chupeta. São as tradições
passadas de geração a geração.
Os mongóis em geral são amigos e hospitaleiros. Sempre
dispostos a ajudar quando preciso.
Quais são as condições de trabalho nesse país? Como vivem os irmãos e os
pastores?
As condições de trabalho são muito desafiadoras,
devido ao clima, às distâncias e à precariedade do transporte. Em toda a Mongólia
apenas um aeroporto, o da capital, tem asfalto. Todos os demais aeroportos são
de estrada de chão batido, e os aviões, extremamente velhos. Muitas vezes,
enviamos nossos jovens líderes para regiões remotas, alguns lugares a mais de
dois mil quilômetros de distância, a fim de fundar igrejas. Lá eles chegam com
uma mala de roupa e alguns materiais. Assim foi iniciada a maioria das igrejas
na Mongólia.
A vida de muitos de nossos pastores não é nada fácil,
com recursos limitados que muitas vezes não são suficientes para a comida diária.
Deus tem aberto portas e hoje a vida deles tem melhorado.
Como e quando teve início a obra adventista aí?
No ano de 1991. Um casal de jovens norte-mericanos
decidiu ir como voluntários a algum lugar do mundo onde não existissem cristãos
e tampouco adventistas do sétimo dia. O sonho deles era ir à China, mas
descobriram então que na China já havia adventistas. Estudando o mapa, viram
que a Mongólia não tinha adventistas, e decidiram ir para lá.
Na época, eles não tinham nenhum apoio oficial da igreja.
Eram missionários voluntários, que foram para a Mongólia por meio de um ministério
de apoio chamado Adventist Frontier, mas eles tinham que levantar os próprios
recursos.
Chegaram à Mongólia em 1992, logo após a queda do
sistema comunista. A Mongólia era dominada ate então pela ex-União Soviética. O
começo foi muito difícil, pois, com a saída dos soviéticos, o país ficou sem
sistema de governo e sem recursos. Por muito tempo, as pessoas não tinham
sequer o que comer, mas aos poucos foram encontrando a forma de governo e o país
começou a se reorganizar.
Brad e Cathie Jolly lançaram os fundamentos da igreja
adventista, traduzindo materiais, estudos bíblicos, alguns livros de Ellen
White, como o Caminho a Cristo, e
partes do Novo Testamento.
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Os missionários Brad e Cathie Jolly |
Em seguida, chegou uma missionaria coreana-americana,
Joanne Park, que ajudou no processo de organizar grupos pequenos de estudos.
Infelizmente, Brad contraiu câncer de estômago em função das dificuldades que
enfrentavam. Mesmo extremamente debilitado, não quis voltar aos Estados Unidos
e continuou traduzindo e preparando materiais. Faleceu cumprindo o dever.
Que tipo de materiais da igreja são produzidos aí?
Nossa prioridade é a produção de livros, estudos bíblicos
e materiais educativos, de família, saúde, a Licao da Escola Sabatina, Manuais
da Igreja, de Ministros, de Anciãos. Graças a Deus, temos tido muito apoio para
que isso seja feito. Sem livros, a pregação se perde. Nosso povo precisa ter à disposição
materiais a fim de ajudá-lo no processo de mudança de hábitos e valores.
Fale um pouco sobre o primeiro batismo adventista, ocorrido em 1993.
No ano de 1993, como resultado do trabalho dos
primeiros missionários voluntários, duas jovens foram batizadas pelo então
presidente da Associação Geral, pastor Robert Folkenberg. Davakhuu, que hoje é
a coordenadora acadêmica de nossa escola de Inglês, e Enkhee, nossa diretora de
saúde e temperança. A semente germinou e hoje temos a alegria de tê-las ainda
como membros fieis e atuantes da Igreja Adventista na Mongólia.
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Pastor Folkenberg batiza Davakhuu e Enkhee |
Como é a interação de vocês com os budistas?
Essa é uma pergunta interessante. A Mongólia é um país
budista, mas de uma religião muito misturada com outras. Como nômades, que mudam
de um lugar para outro facilmente, assim também os mongóis vivem com relação à religião.
Alguns mongóis brincam que pela manhã oram a Buda, no almoço para Deus e à
noite convidam o xamã para o jantar.
Como eles tiveram a religião exterminada pelo
comunismo, hoje vivem de forma extremamente secularizada. Apreciam a discussão
religiosa, desde que não se imponham normas e limites. Temos uma relação de
amizade e respeito. Com eles, e necessário primeiro estabelecer a confiança e a
credibilidade. Depois de terem certeza de que podem confiar em você, as portas
se abrem.
Como apresentar Jesus a um budista? Qual a abordagem ideal? Que cuidados
devem ser tomados?
Como disse, o primeiro passo é se colocar no lugar
deles e imaginar como você, se fosse budista, receberia a mensagem do
cristianismo. E preciso muito respeito, muita oração, muita sabedoria e tato, a
fim de que os laços não sejam quebrados no afã de querer simplesmente batizar alguém.
Essa não deve ser a abordagem. Existem crenças deles tão ou mais fortes que as
nossas, e não será em um curto período de tempo que essas crenças serão desfeitas.
Temos pessoas que frequentam nossa igreja há mais de três anos, mas ainda têm dúvidas.
Não se pode apressar o amadurecimento deles no cristianismo. Pode-se ajudar,
mas não apressar.
Apenas a titulo de curiosidade: temos muito no
cristianismo a ênfase no sacrifício de Deus em nosso lugar, certo? Isso toca
nosso coração e nos leva às lagrimas muitas vezes. Ao entendermos esse sacrifício
de amor, somos compelidos a nos entregar de corpo e alma. O budista nos olha e
diz: “Só o Deus de vocês morreu. É porque não era um dos ‘maiores’. O Deus top jamais morreria.”
Quais os maiores desafios para a evangelização da Mongólia?
Até agora, o maior desafio foi quebrar a barreira do
preconceito contra os cristãos. É muito difícil para um mongol deixar os laços
de família. Ser mongol é ser budista ou shamanista, e aceitar sozinho uma nova fé,
novos amigos, nova forma de viver e pensar. Enquanto o país viveu as crises
financeiras, a religião ainda era uma forma de trazer esperança a muitos. Hoje,
com a descoberta de grandes minas de cobre, carvão, ouro, urânio e outros
minérios, o que se vê e um desejo desenfreado por melhores condições de vida.
Isso foi o que se viu nos países do leste europeu após a queda do comunismo.
Por um período de 10 a 15 anos, a busca pelo cristianismo foi tremenda. Não é
mais o que acontece. Hoje há um retorno às religiões tradicionais desses países
e um desencanto com o cristianismo.
O que o evangelho tem feito na vida dos mongóis que o aceitam?
Creio que o evangelho tem trazido esperança e
liberdade. Esperança para um povo que sofre e não tem para onde ir quando os
problemas chegam. Esperança de uma família bem ordenada. Esperança de uma saúde
melhor. Esperança de um mundo melhor. Liberdade dos hábitos, das tradições, dos
vícios, da parte ruim da cultura.
Fale um pouco sobre o projeto com crianças, que está em seu coração.
Quer mudar a história de um país, comece a ensinar as crianças.
Ajude-as a pensar, a fazer escolhas sábias, a tomar decisões de longo prazo, e dê
a elas condições de fazer tudo isso. Por exemplo, um menino, filho de mongóis,
aprendeu acerca dos hábitos alimentares ensinados na Bíblia, e hoje, com sete
anos de idade, é um vegetariano saudável. A ênfase aqui não está no fato de ele
ser ou não vegetariano, mas na escolha feita. Contra a cultura, contra os hábitos,
contra família, contra tudo, ele tomou uma decisão. Aquilo que se ensina a uma criança
jamais será esquecido.
Temos projetos com crianças que têm atraído os pais.
Por exemplo, em nossa escola adventista servimos o almoço para as crianças. Ao
contrario das outras escolas, não servimos café nem doces. Quando as crianças
chegam em casa e contam, os pais vêm à escola, alguns bravos, e perguntam por
que agimos assim. Quando explicamos as razões científicas e de saúde, eles saem
felizes e valorizando a escolha da escola para os filhos. Temos dado muita ênfase
aos valores, já que na Mongólia os valores são muito relativos e muitos se
perderam no tempo. Temos anualmente projetos que visam a esses propósitos, e
nas igrejas, na escola, em nossos acampamentos para crianças, temos visto por que
Jesus tinha um cuidado e um carinho grande por elas.
A massificação da informação e suas armadilhas está na
Mongólia também. Certo dia, eu estava a quase dois mil quilômetros da capital
visitando uma pequena vila, e fui à central telefônica enviar um e-mail. Cada
pequena vila tem uma central com dois ou três computadores para as pessoas se
comunicarem. Ao meu lado, três garotos de uns sete anos de idade olhavam a tela
e riam. Olhavam a tela e fechavam os olhos. Fiquei curioso e com o canto do
olho percebi que eles estavam olhando pornografia. São danos irreparáveis na
mente dessas crianças; por isso, como igreja, precisamos fazer nosso melhor, e
o mais rápido possível, porque, se não, perderemos a batalha e amanhã poderá
ser muito tarde.
Por que decidiram reservar uma parte do prédio da União para abrigar
estudantes universitários?
A Mongólia é um país interessante do ponto de vista da
divisão populacional. Tem três milhões de habitantes, dos quais 1,3 milhão vive
na capital. As cidades são pequenas vilas, e quando os jovens se formam no
ensino médio, têm que mudar para a capital a fim de continuar os estudos. Ao
chegar à capital, vão morar em repúblicas, e normalmente o que se tem visto é
que no fim da faculdade não estão mais na igreja. Queremos e precisamos mudar
essa realidade.
Decidimos reservar dois andares de nosso prédio e
fazer deles dormitórios. Como não temos faculdade, damos a nossos jovens toda a
estrutura de nossos colégios, com capelão, cultos, seminários, etc. A única diferença
é que no horário escolar eles vão à escola pública ou privada. Queremos que no fim
do período de estudos eles estejam comprometidos em ser fieis a Deus e à
igreja.
Por que você decidiu ser missionário numa terra tão distante?
Foi plano de Deus. Não tem outra explicação. Jamais
fiz uma oração sequer para ser missionário. Jamais enviei um e-mail com esse
pedido. A única coisa que a Cleidi e eu sempre tivemos claro foi o chamado. Se
Deus e a igreja precisarem de nós, iremos. Muitas vezes sofremos, e muito.
Muitas vezes não entendemos o porquê, mas sempre, ao olhar para trás, temos a satisfação
de ver a mão de Deus a nos guiar e uma tremenda alegria de poder estar fazendo
o que Deus quer que façamos.
Os brasileiros que trabalham como missionários em outros países têm
alguma vantagem em relação a missionários de outras nacionalidades?
E difícil dizer se há vantagens. Depende de muitos
fatores. Creio que nossa vantagem está em nossa facilidade de nos adaptarmos
mais facilmente a diferentes culturas. Na criatividade em resolver problemas e
na forma positiva com que encaramos a vida. Creio também que em função de nossa
igreja no Brasil ser muito dinâmica, crescemos com muitas atividades, programas
e projetos, o que ajuda ao ir ao campo missionário. Creio que uma grande
desvantagem é nosso pobre domínio do inglês. Sem ele, nossa capacidade de atuar
fica muito limitada. Também precisamos entender que são poucos os lugares no
mundo em que os resultados e as respostas à pregação são tão expressivos quanto
no Brasil.
É óbvio que devido aos conflitos no mundo moderno,
dependendo de onde você vem e para onde você está indo, isso poderá ser um
problema, e sério. Mas, em geral, se você estiver comprometido com Deus, com a
igreja e com a salvação das pessoas, creio que não imposta muito de onde você
seja.
Que conselhos você daria para alguém que sente no coração o desejo de
trabalhar como missionário?
Ore muito. Tenha a certeza de que esse é o plano de
Deus, não o seu. Tenha a certeza de ter sua família unida nesse projeto. E aprenda
o inglês.
Em culto recente na Casa Publicadora Brasileira, você fez uma comparação
entre um navio de guerra e um de cruzeiro. Poderia falar sobre isso?
Há pouco tempo li um livro de um jovem e brilhante
pastor norte-americano chamado David Plat, intitulado Radical. Ele conta que na década de 40 os Estados Unidos construíram
um navio de guerra chamado USS United States. Era para ser usado em missões de guerra
e poderia carregar 15 mil soldados para qualquer lugar do planeta, em menos de dez
dias. A missão desse navio de guerra era salvar aqueles que pereciam em função
de guerras e conflitos. Era o maior e mais rápido navio de guerra construído
ate então. O problema e que esse navio nunca viu uma batalha sequer. Ao
contrario, foi transformado em um luxuoso navio de cruzeiro.
Agora, pense comigo: um navio de guerra é
completamente diferente de um navio de cruzeiro. Em vez de carregar 15 mil
soldados para a batalha, agora só podia carregar duas mil pessoas. Em um navio
de guerra, o espaço não é importante, pois você tem uma missão em mente. Em um
navio de cruzeiro, quanto mais espaço melhor. Em um navio de guerra, velocidade
é um imperativo, pois pessoas estão morrendo; mas esse não e o caso no navio de
cruzeiro: quanto mais lento melhor, pois o importante é desfrutar a vista e o cenário.
Em um navio de Guerra, ninguém se preocupa se a comida
não é suficiente ou “do meu gosto”; pessoas precisam de mim, e minha missão é
mais importante. Num navio de cruzeiro, tudo diz respeito a conforto, luxo e
prazer.
Em outras palavras, em um navio de guerra, tudo diz
respeito aos outros, a ir mais rápido, não importando as condições, pois temos
uma missão, a de salvar o que perece. Não é o caso no navio de cruzeiro, onde
tudo diz respeito ao meu conforto, ao meu prazer, pois a preocupação é toda
centrada no “eu” e não no “próximo”.
Gosto muito de uma sentença em inglês que rima e diz o
seguinte: “We should never evaluate a church by its seating capacity, but by
its sending capacity.” Ou seja, nunca avalie uma igreja pela quantidade pessoas
que entram para ouvir, mas sim pela quantidade de pessoas que saem para servir.
As igrejas, os pastores, os líderes e os membros, em
sua grande maioria, correm o risco de esquecer qual é sua missão. Correm o
risco de esquecer que existe uma grande guerra acontecendo e que precisamos ir
o mais rápido possível para salvar o que perece. Se temos essa visão clara, os
problemas pequenos que serão resolvidos facilmente e não daremos tanta importância
a detalhes periféricos. Ha uma batalha cósmica em andamento. Jesus está prestes
a voltar. O Céu é o lugar em que vamos desfrutar tudo, mas enquanto estamos na Terra,
viajamos em um navio de guerra. Precisamos salvar o que perece.
Uma mensagem para os irmãos aqui no Brasil.
Ore para que Deus o ajude a fazer alguma coisa para a salvação
das pessoas. Busque se envolver em algum ministério. Pare de prestar atenção e
se preocupar com coisas pequenas, sem importância e que não levam a nada. Sonhe
os sonhos de Deus. Invista em coisas que irão durar além desta vida. Não há
maior alegria na vida de um cristão do que saber que está sendo usado por Deus
para salvar pessoas. Tive grandes tristezas e sofrimentos ao longo destes quase
dez anos servindo como missionário, mas encontrei um texto que me ajudou por
muitos anos na Mongólia. Está em 1 Coríntios 15:58: “Portanto, meus amados
irmãos, mantenham-se firmes, e que nada os abale. Sejam sempre dedicados à obra
do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês não será inútil.”
Tudo, mas tudo mesmo que fazemos para o Senhor, de coração
sincero, jamais será em vão. Posso dizer com segurança que já vejo os frutos do
meu trabalho e quero continuar neste navio de batalha, indo o mais rápido possível
a todos os lugares para preparar um povo especial para se encontrar com Deus.
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Fonte: http://www.criacionismo.com.br/2014/09/